De pernas bambas e coração na mão. Foi assim que saí da sala escura. "O Grande Gatsby" foi muito mais do que apenas um espetáculo para os olhos, foi um turbilhão de emoções fortes que ainda doem e rasgam meu peito. Leonardo DiCaprio esteve magnífico mais uma vez. Na brilhante e gloriosa atuação, envolveu-me completamente. Nos olhos azuis e profundos do ator jazem todo o mistério do Sr. Gatsby, e é também através deles que transparecem cada sentimento, permitindo-me entender mais intimamente o drama em estilo teatro que permeia o filme. Não há escapatória, compartilhamos de cada sentimento, do início ao fim: a centelha da esperança, o fulgor do verdadeiro e deveras louco amor e a luxúria e o interesse sórdidos que parecem permear as grandes festas. Todas as sensações são ainda intensificadas pela extraordinária trilha sonora: de Jay Z a Lana Del Ray, o compasso rítmico une-se ao do nosso coração. Há também o farol que brilha sua luz verde intensamente aos olhos de Gatsby. Esse farol irradia o verde-esperança que existe dentro de cada um de nós, e dói perceber, machuca dar-se conta de que somos reféns de um sentimento tão nobre. A esperança pode ser calorosa e plena de planos futuros, mas pode ser também a ruína de homens nobres. Julgo um filme pelo jeito como me toca, se conseguiu me arrepiar, se me fez chorar, se vibrei e principalmente se encontrei fragmentos de mim mesma em cada personagem. Gatsby proporcionou-me cada uma dessas sensações. Por isso aplaudo o diretor Baz Lhurmman por ter reunido de forma tão perfeita, atores e atrizes que visivelmente deram o seu melhor. A lição final, simples e direta: não se pode apagar o passado. Apagar todas as marcas, escolhas e consequências do passado é humanamente impossível. E querer repeti-lo, um erro muitas vezes, fatal. "Foi tudo por ela" diz o narrador, encerrando o fantástico romance de Scott Fitzgerald, insano, injusto e angustiante.
Posted on: Fri, 02 Aug 2013 23:57:23 +0000
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