Deitou-se no divã do quarto, a janela entreaberta deu licença para a entrada dos feixes de luz solar, nos quais encobria-lhe todo corpo. Não havia permitido tal invasão, os raios afrontavam-lhe. Não poderia domina-los, a não ser que optasse por fechar a janela, porém desejava mante-la aberta. Tentou por um instante olhar diretamente para o sol por pura curiosidade, queria observar o objeto que estava frutificando toda intromissão. A vista ofuscara, tomada por um fogo amarelado, fazendo doer os olhos. Não podia nem sequer observar em detalhes o sol, que gargalhava de escarnio daquela minuscula formiga humana deitada no divã, tão pequena perto da magnitude estrelar. Os feixes de luz, espalhavam-se por diversas partes da terra, em menos de segundos atravessavam milhões de quilômetros para morrer ali. Toda caminhada durante o espaço, terminava naquele ponto, no qual Minaelaivisk repousara. " Esse raio iluminado, transmissor de calor, a poucos segundos estava situado em tão longínqua localidade no universo. Estou a toca-lo, bilhões de fótons viajantes morrem a cada milésimo de tempo. É engraçado como encaramos-os com tanta invisibilidade, passam-nos despercebidos durante a vida, não notamos a sua existência, por ser algo tão rotineiro. Mas agora noto-os, existem, brotaram diante de minha vista, enxerguei-os pular quarto adentro. Porque agora existem com tanta força, sendo que antes eram-me indiferentes, invisíveis, ? Tudo está repleto de existência, carregado. Quanta existência se faz presente envolta, bactérias, filamentos, objetos, composições, denominações...". - pensou inquieto e profundamente irritado com tudo que o cercava. A impotência de não poder evita-los pesava-lhe, mesmo estando trancado a dias em casa. Uma tentativa falha de fugir e não notar a existência seja lá do que for. Todavia tudo estava ao seu redor onde quer que escondesse, não havia escapatória, a não ser aturar. a.l-oliveira
Posted on: Thu, 29 Aug 2013 03:26:43 +0000
Trending Topics
Recently Viewed Topics
© 2015