"Desde que o estudante descobre que quer medicina, uma bigorna gigante cai nos seus ombros: o maldito vestibular. Não tenho pudor algum em chamar de maldito: e não me venha dizer que é uma forma justa de ingressar na universidade. Os parentes e amigos adoram falar sobre vestibular conosco durante essa fase, fechando a conversa com a inevitável frase: “ah, mas esse ano você passa”. Aí os anos passam… e você não passou! E aí se torna super atraente largar o sonho e procurar caminhos mais fáceis.A tensão aumenta. Sua vó não entende porque ainda não foi aprovado, afinal de contas, sempre foi um aluno dedicado… Seus tios começam a comentar: “viu só? Fulano sempre estudou menos que ele(a) e passou de primeira em enfermagem na PUC, enquanto esse(a) aí tá só se atrasando na vida!” Se todos eles ao menos soubessem… Por mais tortuosa que seja essa estrada, não canso de enaltecer a minha escolha. É um curso maravilhoso, e na minha opinião, nada se iguala a medicina. Medicina é vida, medicina é o principal, o que vem depois é secundário.Mas não vou ficar repetindo o clichê: “vou fazer medicina por amor ao próximo”. Seria desonesto. Vou fazer medicina porque eu quero o melhor pra mim. Quero um motivo pra dizer: minha vida não foi em vão. O amor ao próximo vira conseqüência do trabalho, mas não o motivo. O segredo do meu futuro curso é que ele não começa na faculdade: ele começa nos vários anos de cursinho que a maioria acaba por fazer, como uma prova de resistência. O vestibular é a ante-sala da carreira profissional, e o vestibulando deve manter a calma e a força de vontade até a hora de ser convocado. Essa moldagem da maturidade que nós sofremos nos cursinhos é um ingrediente primordial para o sucesso. Ei, guerreiros: não estamos atrasando as nossas vidas. Estamos nos sacrificando por um futuro fantástico.E se os outros acharem ruim, é dor de cotovelo. Sabe como é, não é todo mundo que tem a coragem de encarar MEDICINA. Temos o nosso mérito!"
Posted on: Tue, 09 Jul 2013 05:07:46 +0000
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