Dialogo 56º Passado dois dias eu me encontrava com novos - TopicsExpress



          

Dialogo 56º Passado dois dias eu me encontrava com novos ânimos, embora ainda um pouco fraco, estava disposto para sair da tenda e descer o longo paredão vertical em busca do meu cavalo, precisava saber se estava vivo e bem, eu dependia disso para sobreviver?! Antes de desmontar a tenda e guardar tudo precisava me certificar que meu cavalo estava onde o deixei, então peguei meu equipamento de montanha e montei um sistema de ancoragem, armei a descida e me lancei para o vertical, desci lentamente, ainda não estava fisicamente completo, então desci cauteloso, levando apenas minha espada atrelada nas costas. Após 60 metros de parede cheguei ao solo, percorri a trilha faceando a parede pelo sul, e para meu alivio lá estava meu cavalo, tranquilo no mesmo lugar onde o deixei. Peguei o arreio e mais alguns apetrechos que havia deixado amoitado numa pequena fenda na rocha, selei meu cavalo, deixando-o pronto para partida, mas antes teria que voltar até o cume desarmar a tenda e descer novamente removendo o equipamento de montanha. Regressei novamente usando uma técnica de subida em artificial, na verdade eu tinha muitas vantagens nesse sentido, pois raro era quem dominava essa técnica de ascensão vertical negativa, uma época onde poucos bravos homens arriscavam esse contato com as montanhas. Desde todas as eras passadas as montanhas sempre trouxeram medo ao coração dos homens, alguns raros tinham a percepção de tê-las como tutoras, de abrir os ouvidos da alma para suas muitas bocas que professavam manifestando sabedoria e conhecimento transcendental. Lá estava eu novamente no cume do qual fora minha morada nos últimos dias, apressei-me em arrumar tudo, desmontando e guardando de forma a facilitar minha descida. Eu me virava muito bem sozinho no vertical, fizera isso uma centena de vezes nas montanhas do ocidente. Escalei incontáveis montanhas no estilo (Em solitário), tinha o físico e o psicológico muito bem treinado para me virar sozinho em situações de risco. Antes de descer novamente, ajoelhei-me no centro do cume daquela montanha, agradecendo-a por ter velado pela vida do meu corpo físico guardando-o dos perigos que habitavam aquelas terras, fiz uma saudação para o sol que se levantara a pouco e comecei a descida vertical. Fiz um rápido levantamento quando cheguei ao solo, notei que o alimento era escasso, a água também teria que ser racionada durante a jornada do dia, estava perto do Templo, mesmo assim não podia arriscar, mesmo acreditando que chegaria finalmente ao Templo antes do anoitecer, era uma regra de sobrevivência militar racionar alimento e água. Tudo acertado montei em meu cavalo e comecei a descer pelas trilhas íngremes que formavam a base daquela montanha. Estava por minha própria conta e risco, era quase certo que todos já haviam me dado como morto. Aquele caminho era muito pouco usado por Templários, a não ser por aqueles que como eu estavam numa Cruzada. O fato é que eu também pensaria que alguém que ficara tantos dias sozinho e com pouco alimento na rota mais perigosa da Terra Santa também já estaria morto, lembrando que a ultima vez que meu grupo esteve comigo eu corria em direção ao covil do inimigo, o que reforçava ainda mais acreditar que eu não sobrevivera. Depois de meia hora estava literalmente fora da montanha, ganhara os caminhos do deserto, cujas direções indicam para todos os lados e para lugar nenhum, os mais experientes rastreadores poderiam se perder facilmente nessas armadilhas. Meu velho irmão não me deixara na mão como sempre, após algumas milhas seguindo as cegas, encontrei um marca deixada por ele, um código, nosso código, fiquei aliviado, estava finalmente seguindo o caminho que me conduziria ao meu destino. Mais a frente cruzei o caminho com dois mulçumanos, eles não eram guerrilheiros, mas eu mantive minha postura, não deixando transparecer que ainda estava fraco para um duelo de espada. Eles passaram por mim de cabeças abaixadas, olhos fixos de medo, mãos tremulas acenaram discretamente para mim, eles sabiam o que eu era, um Templário, um assassino impiedoso e cruel. Pelo menos ficou claro que foi essa a ultima impressão que tiveram quando cruzaram o caminho de outro Templário qualquer anteriormente. Eu devolvi o gesto curvando minha cabeça mostrando que era diferente e segui meu caminho. FlavioK2 – Lobo Bárbaro Poeta
Posted on: Thu, 22 Aug 2013 00:16:22 +0000

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