Divagações de hoje: Sobre a liberdade. Platão sempre buscou encontrar a essência das coisas. Seus diálogos tentam definir: o amor, a coragem, a liberdade, etc. Todos eles são chamados aporéticos porque acabam sem definir de modo pleno essas coisas tão complexas. A liberdade parece algo fácil de entender, mas não é. Todos nós dizemos que somos livres, mas a liberdade é demarcada pela nossa condição humana. Podemos fazer tudo aquilo dentro desse limite, (não podemos voar ao bater os braços por exemplo). Mas fazer coisas, dentro de uma sociedade já histórica e culturalmente definida implica em consequências. Difícil é aceitá-las, por isso toda a decisão, traz consigo uma carga de responsabilidade, toda decisão leva necessariamente a um lado, a um posicionamento e portanto a uma tomada de atitude e uma resposta do outro lado. Kant diz que todo ser humano é por natureza livre, eu posso escolher roubar, por exemplo, mas não devo. Aqui a racionalidade age para que o corpo não cometa um delito o que levaria a uma punição. O melhor seria portanto ser comedido, mas afinal de contas quem é naturalmente equilibrado? Eu não sou, você também não é...Somos seres impulsivos e apaixonados. Existe um lado animalesco em nós que não podemos negar, a gente tenta jogar ele para debaixo do tapete o tempo todo e fingir o papel de bom moço, sereno e humanamente solidário, mas algo em nós quer sair por aí espancando os outros a cada esquina. Somos seres livres, naturalmente livres, mas não esqueçamos que nossos instintos mais primitivos moram em nós e que dominar esse monstro gigantesco é um fardo que nossa liberdade também impõe.
Posted on: Fri, 02 Aug 2013 13:11:18 +0000
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