EGITO: A VISÃO DE QUEM ESTÁ NO OLHO DO FURACÃO Leiam e tirem suas próprias conclusões. "Venho aqui expressar minha dupla indignação: da ignorância das pessoas e a ‘falta de compromisso’ da mídia em levar a verdadeira informação. Digo isso entre aspas, porque muito bom seria se fosse apenas esse o problema, mas não vou entrar nos méritos. Namoro um egípcio há três meses e acompanho dia a dia o que esse povo tem vivido, e sofrido, nos últimos meses lutando por liberdade, melhores condições de vida, justiça e paz, para simplesmente agora serem julgados tão equivocadamente. Muito triste ver opiniões tão errôneas, talvez por falta de informação, ou por apenas seguirem o senso comum. Li uma noticia no portal G1, pretensiosa e equivocada – de se esperar-, mas quando cheguei aos comentários fiquei realmente indignada, revoltada! Então, cuidadosamente preparei o texto para esclarecer o que esta acontecendo por lá, sem os filtros das agencias internacionais ou preconceitos infundados. Não que eu seja autoridade no assunto, é apenas o meu testemunho do que tenho acompanhado e visto. Segue o texto: ‘O primeiro erro esta ao dizer que o Egito sofreu um golpe militar. Golpe Militar? E esse o nome que se dá a 40 milhões de egípcios (mais de 40% da população) nas ruas clamando pelo impeachment do presidente Morsi? Sim! Pois foi isso o que aconteceu, o exercito só entrou em cena para atender aos anseios da maioria da população. Mas você pode dizer que Morsi foi eleito democraticamente! Quanto a isso só tenho uma coisa a dizer: Hitler também! Se e que pode se chamar democracia usar da fé dos mais simples e da chantagem religiosa para chegar ao poder, pois o que se espalhou foi a ideia de que se não elegessem um partido islâmico não seriam digno dos céus. Foi dessa forma que o partido islâmico radical chegou ao poder, tudo isso sem contar o apoio que receberam dos EUA. Deles mesmo, que adoram bancar o inimigo numero um da irmandade mulçumana, mas por baixo dos panos financiam e alimentam o sistema, fazendo desses países marionetes. Mas mesmo assim, tudo bem se era essa a democracia que tanto clamaram, e assim aceitaram a eleição de Morsi. Mas passado um ano, você aceitaria a falta de emprego, a imposição de praticas religiosas extremistas e retrogradas (como as que acontecem no Iraque, Afeganistão e Arábia Saudita) que já haviam caído há muitos anos no Egito? Você aceitaria que mandassem todas os seus recursos naturais para outros países, deixando faltar para a própria população? Você fecharia os olhos para terroristas que ganharam a liberdade graças ao presidente Morsi e que agora viviam livremente no Egito planejando seus próximos ataques? O que você acharia de um governo autoritário, sem parlamento, senado, nenhuma oposição? E se nada disso ainda toca no seu dia a dia, o que você acharia de ficar todos os dias mais de uma hora sem energia elétrica? Pois era assim que o país estava. Por muito, mas muito menos, os brasileiros foram pras ruas protestar. Não seria diferente com os egípcios. Foi o que fizeram para depor Morsi e propor uma nova eleição. Após mais de 10 dias de clamor publico de pais, mulheres e jovens que punham em risco o seu futuro e sua vida na Praca Tahir para pedir uma vida melhor e mais justa, o exercito resolveu apoiar e tomar o poder. O que agora vocês simplesmente resumem como Golpe Militar. Qual o valor dos que perderam suas vidas durante esses dias? Qual o valor dos muitos que ficaram cegos? Qual o valor das lágrimas, noites de sono e desespero do meu namorado? Nenhum! É mais fácil julgar pelos olhos do senso comum. E vamos para os fatos atuais. Após a tomada do poder, e postulação de um governo provisório (destaque para essa palavra) - diga-se de passagem, muito bom, tendo elegido ministros capacitados e mulheres pela primeira vez no país – os apoiadores de Morsi, islâmicos radicais (se não acreditam em mim, basta olhar como se vestem, a barba, cabelo, como se portam), resolveram ir para as ruas defender o presidente. Essa minoria, no máximo, aumentando pra eles, 10% da população, acredita que para serem bons e dignos do paraíso precisam estar sob governo islâmico, e para isso vale matar ou o que se faça necessário. E é isso que estavam fazendo. Por que a mídia não mostra quantas igrejas eles queimaram nos últimos dias? Quantos eles mataram? Cruelmente, atirando em adolescentes aleatórios do alto de prédios. Covardemente, colocando suas mulheres e crianças na linha de frente para que ninguém pudesse reagir contra eles. Foram capazes até mesmo de buscarem crianças de um orfanato islâmico pra levar ao protesto, torcendo para que uma delas fosse morta e a opinião publica se voltasse a favor deles. O exército e a maioria do povo foram pacientes! Reconhecem o direito de todos protestarem, se querem pedir por Morsi, que gritem até ficarem roucos, morem na praça, mas que não seja com violência indiscriminada como estava fazendo. Após um mês de tolerância, muitos pedidos e tentativas de conciliação, até mesmo convites para colocarem representantes no novo governo e construírem juntos um novo país, a paciência de qualquer um chega ao fim! E é isso que vocês estão vendo hoje. A luta é pela dignidade, liberdade e melhores condições de vida. Não acredito que, após tudo isso, seja justo chamá-los de primitivos, colocarem todos no mesmo saco sob a alcunha de mulçumanos, terroristas ou o qual quer que seja o senso comum. Não é justo pegar o bonde andando e chamar de coitadinhos a irmandade mulçumana, que não fosse tudo que fizeram no ultimo mês, até ontem eram o vilão internacional número um. E sabe a mocinha de 17 anos que morreu, filha de um dos líderes, que está comovendo a todos? Está vivinha da Silva, indo na TV dar entrevista. E sabe esse número de mortos? Não foram todos mortos pelas forças de segurança e não são todos pró-Morsi. Mais uma vez os egípcios, pais de família, estão na rua, para matar ou morrer, mas na tentativa derradeira de construir um país melhor. Aos que querem julgar, que julguem, mas se informem. Aos que querem ajudar, que rezem, pois e disso que eles estão precisando.’ Após reduzir em mais de 20x o texto para caber no comentário, o Portal G1 simplesmente apaga o meu comentário toda vez que posto. Definitivamente concluo que se não fosse os novos meios democráticos de comunicação, nossa sina seria permanecer na ignorância." Enviado por: Michelle Marques Bastos Curta: Povo Brasileiro
Posted on: Thu, 15 Aug 2013 23:28:27 +0000
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