ESPELHO, ESPELHO MEU, EM UMA SOCIEDADE CAMAROTIZADA: Há poucos - TopicsExpress



          

ESPELHO, ESPELHO MEU, EM UMA SOCIEDADE CAMAROTIZADA: Há poucos dias refleti sobre os narcisistas que cruzam os nossos caminhos cotidianos. Nas baladas, em academias de ginástica e nos botecos da vida, eles(as), empavonados, exibem um quê do trágico mito. Sarados e com roupas de marcas bem cotadas, ilustram o colunismo social dos “belos e bem nascidos”. Narcisismo em sombrios tempos. Sabemos da produção de festas onde um dos critérios para a entrada é ser bonito (dentro de certos padrões). A exclusão social e a violência apresentam mais das suas múltiplas facetas. Hoje tive um encontro literário com a trágica figura mitológica. No texto “A Sociedade da Decepção”, Gilles Lipovetsky afirma que “o poder de Narciso não é absoluto” no hiperconsumismo característico das nossas atuais relações. Em uma nota de rodapé, o mítico Narciso é referenciado no paradoxal século XXI: “A lenda de Narciso possui um simbolismo que fez dela uma das mais duradouras da mitologia grega. Narciso era um jovem de singular beleza, filho do deus-rio Cefiso e da ninfa Liríope. No dia de seu nascimento, o adivinho Tirésias vaticinou que Narciso teria vida longa, desde que jamais contemplasse a própria figura. Indiferente aos sentimentos alheios, Narciso desprezou o amor da ninfa Eco – segundo outras fontes, do jovem Amantis – e seu egoísmo provocou o castigo dos deuses. Ao observar o reflexo de seu rosto nas águas de uma fonte, apaixonou-se pela própria imagem e ficou a contemplá-la até consumir-se. A flor conhecida pelo nome de Narciso nasceu, então, no lugar onde morrera. Na área da psiquiatria, particularmente da psicanálise, o termo narcisismo designa a condição do indivíduo que tem interesse exagerado pelo próprio corpo”.
Posted on: Sat, 19 Oct 2013 00:38:20 +0000

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