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Eduardo Guimarães: (…) O mais tétrico nesse quadro é que hoje o pré-candidato mais forte da oposição é ninguém mais, ninguém menos do que Serra. Com ele como presidente, alguns desdobramentos se tornam absolutamente previsíveis. Em primeiro lugar, com a volta do PSDB ao Planalto haveria uma adesão incondicional de toda a grande mídia – incluindo, aí, a Rede Record – aos novos donos do Poder. Logo após serem eleitos, os acordos começariam. Imagine, leitor, os Irmãos Marinho, Edir Macedo, família Saad, Sílvio Santos, jornalões e revistas semanais, enfim, toda a grande imprensa a serviço do governo federal. Não seria um governo, seria uma ditadura inquestionável, incontrastável. Veja o PSDB paulista, que conta com a proteção da imprensa local: está há 20 anos no governo do Estado e continua com alta aprovação, apesar do desastre em que São Paulo mergulhou. Tudo por conta de uma mídia que atribui ao governo federal a responsabilidade do governo estadual. (…) Estando toda a mídia e o Poder de Estado na mão de Serra e com o Brasil organizado economicamente, com muitas centenas de bilhões de dólares em caixa, com o pré-sal etc., seriam vinte anos de governos conservadores – ou, então, eclodiria uma guerra civil, caso houvesse reversão muito brusca das políticas sociais. Isso sem falar no saque ao patrimônio público – que fará o da era tucana (privataria) parecer brincadeira de criança – e no desmonte de políticas sociais – uma temeridade que pode incendiar o país. (…) Se houvesse uma calmaria na política para que as pessoas refletissem que não é possível alguém achar um governo bom ou ótimo em uma semana e regular, ruim ou péssimo na semana seguinte, talvez fosse possível Dilma recuperar sua boa imagem. Contudo, não será assim. A artilharia contra o governo Dilma continua. A mídia torpedeou com facilidade a reforma política e o plebiscito. A base aliada, como era previsível com a queda de Dilma nas pesquisas, negou apoio. Enquanto isso, as traições vão aumentando. A estratégia da reforma política para o governo retomar a iniciativa serviu apenas para a mídia pintar Dilma como desorientada, perdida, que não sabe nem o que propõe. (…) Ninguém sonha em trazer o PSOL ou o PSTU para a coalizão à esquerda que pode impedir que o Brasil mergulhe em uma era de conservadorismo que fará esses dois partidos se arrependerem profundamente da vingança infantil que empreenderam contra o PT, mas os que estiveram com Lula e Dilma desde 2003 e que se dividiram ao longo de junho têm que pôr o rancor de lado e voltar a trabalhar juntos. (…) A pacificação da esquerda, porém, não depende só da militância, dos simpatizantes, dos movimentos sociais, dos sindicatos, da mídia alternativa etc.; depende, também, de Dilma. Ou ela começa a dialogar ou vai atirar o país no colo de Serra e sua turma.
Posted on: Mon, 08 Jul 2013 12:44:19 +0000

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