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Engenho Moreno/Moreno O engenho Moreno está localizado às margens da PE-07, próximo ao entroncamento da BR-232 com a PE-07, distante apenas 3 km da sede do município de Moreno que fazia parte de Santo Amaro do Jaboatão até 1928. No mapa de 1665, da “Capitania de Pharmanboque”, do cartógrafo holandês Vingbons (Atlas da Biblioteca do Vaticano), aparece o engenho Nossa Senhora da Apresentação (engenho Moreno), movido a água mas de fogo morto, localizado a oeste de Santo Amaro do Jaboatão (Jaboatão dos Guararapes), até então desbravada pela lavoura do açúcar. Segundo o relatório de Van der Dussen na época da invasão holandesa a Pernambuco, Jaboatão dos Guararapes era uma próspera freguesia (1586), sob a invocação de Santo Amaro, e contava com 09 engenhos: Gurjaú de Cima, pertencente a André Soares; Nossa Senhora da Apresentação, depois Moreno, pertencente a Baltasar Gonçalves Moreno; São João Batista, depois Bulhões, pertencente a Antônio de Bulhões; Suassuna, pertencente a João de Barros Correia; Santana, pertencente a Manuel de Sousa de Abreu, que na sua ausência foi confiscado pelos holandeses; Nossa Senhora da Conceição, pertencente a Antônio Pereira Barbosa, pela mesma razão foi confiscado; o de Antônio Nunes Ximendes e mais dois outros que se encontravam abandonados pelos seus proprietários; Nossa Senhora da Guia e o Camaçari, dos quais não existia nenhum vestígio que tinham sido engenhos e em suas terras só restavam as matas de onde se extraía lenha. A casa-grande do engenho Moreno considerada um dos mais perfeitos solares do Brasil foi construída em meados do século XIX. Apresenta uma fachada no estilo neo-clássico, semelhante à fachada da capela, localizada no ponto mais elevado do engenho. Segundo Geraldo Gomes suas principais características, são: dois pavimentos, sistema construtivo de elementos importantes em alvenaria de tijolos, planta retangular, estrutura de coberta em madeira e recobrimento em telhas de barro, telhado em quatro águas e um prolongamento para cobrir cômodos salientes, escada interna, piso do pavimento superior em tábuas apoiadas em vigamento de madeira, fachada formada por onze balcões com sacadas de ferro e em série de três, pavimento térreo com parapeito murado. Sua arquitetura assemelha-se com as casas rurais e urbanas de Portugal, daí a denominação de Solar, como são chamadas tais residências em Portugal. No fundo da casa grande existe uma pequena mata e o Rio Jaboatão, que compõem um significativo cenário natural ao entorno do engenho. A capela do engenho, sob a invocação de Nossa Senhora da Apresentação, foi construída em 1616. Possui sacadas de ferro idênticas às existentes no casarão, apresenta frontão barroco e fachada neoclássica com sacada de ferro. Em seu interior estão sepultados descendentes da família Sousa Leão, sendo o túmulo dos Barões todo em mármore de carrara, encimado por uma urna, ostentando as armas da família em baixo-relevo. Ainda compõem o conjunto das edificações do engenho Moreno, as ruínas do que teria sido a fábrica (área de produção do açúcar) e a moradia dos escravos domésticos. Nota: O conjunto edificado do engenho Moreno foi catalogado pela FIDEM, no plano de preservação de sítios históricos (PPSH), em 1978. O tombamento do conjunto arquitetônico do engenho foi proposto pela Fundação do Patrimônio Artístico e Cultural de Pernambuco (FUNDARPE) em 06/1996, quando foi publicado no Diário Oficial. Jan de Laet, relata que o Coronel Arciszewski perseguindo por D. Felipe Camarão, pernoitou com suas tropas no engenho, em 5/09 e 4/12/1636: ... Haus tendo, já por essa ocasião, proporcionado bom descanso à sua tropa de Muribeca, escreveu uma carta ao Conselho, em data de 1.° de agosto, pedindo ordem para partir no encalço dos rebeldes, a fim de atacá-los antes que recebessem estes os reforços esperados. Recebidas as instruções solicitadas, o Coronel Haus atacou os revoltosos no Engenho de Baltasar Moreno. A princípio, isto lhes foi favorável, pois ele os afugentava e perseguia de um lugar para outro, até que, finalmente, a 3 de agosto, chegou aos acampamentos dos portugueses, que ficavam numa montanha alta, íngreme, entrincheirada e fortificada, chamada, pelos habitantes, Santo Antônio, e, pelos portugueses, Real Novo; a qual só possuía um lugar de acesso. O Coronel Haus, porém, assaltou e atacou o inimigo, na esperança de tomar a posição, pela bravura dos nossos e, assim, pôr termo à guerra. Mas, visto que os rebeldes na montanha fossem muito fortes e continuassem com vantagem, fizeram com que Haus se retirasse com a perda de mais de 100 mortos e feridos, embora outros avaliassem a perda em 500 homens. Entre os mortos se encontrava, também, o Capitão Loor. (JOHAN, Nieuhof. Memorável Viagem Marítima e Terrestre ao Brasil. Pág. 158. Traduzido do inglês por Moacir N. Vasconcelos, confrontada com a edição holandesa de 1682). Durante a campanha da Restauração Pernambucana, o engenho, foi palco de memorável acontecimento histórico: Pedro Marinho e João Paes Cabral encontraram abrigo no engenho, e se juntaram às tropas de André Vidal de Negreiros que marchava para os Montes das Tabocas onde, em 03/08/1645, derrotaram os flamengos. Na fuga os batavos refugiaram-se no engenho Moreno, mas perseguidos pelos insurgentes, se retiraram para o Recife. Em 1884, a direção da estrada de ferro The Great-Western of Brasil Railway Company Limited pretendeu construir uma estação no ponto de cana do engenho Moreno, mas a família do Barão de Moreno não consentiu e pôs à disposição dos ingleses outro terreno dentro de suas propriedades, entre os engenhos Bom-Dia e Xixaim. O ponto escolhido foi as terras do engenho Catende e que se tornaria, no futuro, o centro comercial da Vila Nathan, assim chamada em homenagem ao judeu Allan C. Nathan – administrador da fábrica de tecidos que por muito tempo foi a principal indústria do município de Moreno. Um dos acontecimentos mais relevantes da história do engenho Moreno foi quando o Imperador D. Pedro II e a Imperatriz D. Teresa Cristina visitaram a casa-grande, onde jantaram e descansaram, durante a viajem para conhecerem o monte Tabocas/Vitória de Santo Antão, um dos palcos na guerra contra os holandeses: no dia 18/12/1859, o Imperador D. Pedro II e a Imperatriz D. Tereza Cristina partiram do Recife com destino a Vitória de Santo Antão; às 07 horas chegaram ao povoado de Tejipió e depois a Jaboatão onde foram homenageados; às 9 horas eram recebidos no engenho, onde jantaram; às 17 horas partiram para as terras das Tabocas. No dia 20, às 05 horas, os Imperadores regressaram a Moreno dirigindo-se ao engenho Catende do Cel. Antônio Pereira da Silva, ali almoçando e jantando; às 16 horas regressaram ao Recife. Nota: A casa-grande do engenho ainda conserva parte do rico mobiliário, das telas e dos tapetes que ali se encontravam quando da visita dos Imperadores do Brasil. Proprietários: Em 1565 começaram a serem distribuídas as terras na ribeira do Rio Jaboatão, onde vastas glebas foram doadas, através de cartas de sesmarias, para fundação de engenhos de açúcar e consequente cultivo do solo. A falta do registro no Livro de Sesmaria da Capitania de 1753, da sesmaria onde foi fundado o engenho Nossa Senhora da Apresentação (depois Moreno) faz com que não haja vestígio da 1ª doação e das imediatas transferências de suas terras, pois houve muita omissão nos registros dessas doações e raramente as terras das sesmarias doadas eram demarcadas, como dispunham as Ordenações. Alguns historiadores a plantação dos canaviais e a construção do engenho a Carlos Frederico Drago, em terras de sesmaria adquiridas nos fins do século XVI ou em princípio do XVII. Carlos Frederico Drago – Judeu converso. Nada mais foi encontrado. Segundo Evaldo Cabral de Mello (Olinda Restaurada. Guerra e Açúcar no Nordeste. 1630-1654), em 1593, o engenho Nossa Senhora da Apresentação pertencia ao cristão-novo Duarte Dias Henrique (1570-1631). Era um engenho movido a água, com extensos canaviais, localizado à margem do rio Jaboatão, “a oeste de Santo Amaro do Jaboatão” (Jaboatão dos Guararapes). Duarte Dias Henrique nasceu em 1570 e faleceu em 1631. Comerciante em Olinda, membro de uma família com ramificações comerciais na Península Ibérica e no Ultramar. Em 1623, Duarte Dias regressou à Europa com a sua família, para fazer parte do grupo de banqueiros portugueses que ajudaram a Coroa espanhola, deixando o engenho nas mãos dos irmãos Baltasar e Gaspar Gonçalves Moreno. Nota: Alguns historiadores dizem que Baltasar Moreno comprou o engenho ao marrano Carlos Francisco Drago, mas segundo José Antônio Gonsalves de Mello, no livro Fontes para História do Brasil Holandês - A Economia Açucareira, Carlos Francisco era proprietário do engenho do Meio, que foi confiscado e vendido a Jacob Stachhouwer, e o engenho Nossa Senhora da Apresentação era administrado pelos dois irmãos: Baltasar e Gaspar Gonçalves Moreno. Baltazar e Gaspar Gonçalves Moreno, falecido logo depois da compra do engenho, (conhecido como os irmãos Moreno Gordo) eram portugueses. Portugueses que chegaram a Pernambuco no princípio do século XVI. Nota: Nem Borges da Fonseca, Jaboatão ou Pereira da Costa, nos Anais Pernambucanos, dão notícia de Baltasar Gonçalves Morenos, a menos que seja o mesmo Baltasar Gonçalves, a quem Matias de Albuquerque doou, em 1625, uma terra com 4.000 braças em quadra, nas proximidades de Maciape e Mussuripe, localizadas em São Lourenço da Mata. Contudo o apelido Moreno aparece várias vezes entre os que viviam em princípios do século XVII, na Nova Lusitânia. Durante a ocupação holandesa o engenho Nossa Senhora da Apresentação já era conhecido como “Morenos”, pois foi citado no relatório do Coronel Hans, comandante da armada holandesa (1645), ao Alto Conselho holandês, relatando a parada no engenho, vindo da Batalha Tabocas, onde seu exército tinha sido derrotado. Segundo a Ata (“Dagelikse Notule”) do Alto Conselho Holandês do Recife (1642), durante a ocupação holandesa os rendeiros do engenho Morenos, Baltasar e Gaspar Gonçalves Moreno, compraram o engenho pela soma descomunal de 120.000 florins, mediante 20 prestações vencíveis por ocasião das safras. Consta, aliás, na referida Ata que Baltazar e Gaspar apenas efetuaram os primeiros pagamentos, alegando a ausência dos herdeiros de Duarte Dias Henrique que viviam em Castela. O único meio que eles encontraram para regularizarem a situação era proporem à Companhia das Índias/WIC que confiscasse a propriedade e a seguir, a comprariam novamente, em termos mais vantajosos. Com essa negociação feita, os “ladinos” não só conseguiram baixar consideravelmente o preço das terras, como também se prevaleceram do sequestro do mesmo, que foi decretada como “propriedade de ausente” pelos holandeses. Baltazar e Gaspar após conseguirem seu intento conseguiram obter créditos agrícolas junto a Companhia das Índias Ocidentais, que estava emprestando dinheiro para a construção ou recuperação dos engenhos. Após o falecimento de Gaspar, Baltazar continuou administrando o engenho e pouco tempo depois se torna um dos maiores devedores da Companhia (45.504 florins), como consta na lista dos devedores da Companhia publicada no fim da invasão holandesa. Em 1654, o engenho Moreno Gordo e as dívidas com a Companhia foram adjudicados aos herdeiros de Baltasar Gonçalves Moreno. Com o fim da invasão holandesa, Francisco Lopes Henrique (1654), requereu da Coroa portuguesa os direitos de sua esposa à propriedade, na condição de prima dos herdeiros já desaparecidos de Duarte Dias Henrique, mas D. João VI indeferiu o requerimento, ordenando que todas as terras pertencentes a Coroa fossem divididas entre os oficiais e soldados do exercido pernambucano. Segundo Fernandes Gama (Memórias Históricas da Capitania de Pernambuco), verificou-se muita confusão e arbitrariedade na determinação das terras que pertenciam à Coroa. Passando então as terras do engenho Moreno para o General Francisco Barreto de Menezes, que o recebeu o engenho através da doação régia. Em 1689, o engenho Moreno aparece como propriedade da Condessa de Penaguião, conforme a escritura de compra e venda que foi transladada durante a demarcação do engenho Pintos, pelo seu Procurador João do Rego Barros, e efetuada em 1844/Jaboatão pelo Tabelião Valois. Brites de Lima – Condessa de Penaguião. Portuguesa. Filha de D. Luís Lobo da Silveira, 5º senhor de Sarzedas, e de D. Joana de Lima. Irmã do 6° Conde de Atouguia, que foi nomeado Governador Geral do Brasil em 1654 Casamento 1 (1620): Nuno Álvares Botelho, o Grande. Filhos: Francisco Nuno Álvares Botelho, 1º conde de São Miguel c.c. D. Isabel de Mendonça, depois com Inês de Almeida e por último com Cecília de Távora. Casamento 2: D. Francisco de Sá de Menezes, 2º Conde de Penaguião (titulo da Casa dos Sá e Menezes). Filhos: D. Maria Francisca de Sá e Lima c.c. D. António de Castro (filho do Conde de Basto, cunhado do 4º donatário de Pernambuco Duarte de Albuquerque Coelho, primeiro e único Visconde de Pernambuco e Marquês de Basto) e depois com o General Francisco Barreto de Menezes (que ao enviuvar casou com Margaria Juliana de Távora). Segundo alguns historiadores a Condessa herdou o engenho de sua filha, Maria Francisca de Sá e Lima, que fora casada com Antônio de Castro e depois com Francisco Barreto de Menezes. Joaquim de Sousa Leão Filho sugere que a Condessa poderia ter herdado do genro, Francisco Barreto de Menezes, que o teria adquirido durante seu governo de Pernambuco. Mas nem a lista de proprietários de 1655, nem o testamento do General Barreto de Menezes registram o fato, podendo ser afastada também a possibilidade de que Barreto se tenha beneficiado de doação régia. Por outro lado, a filha de Penaguião que casara com Barreto de Menezes fora consorciada em primeiras núpcias com Antônio de Castro, filho de D. Fernando de Castro e de Catarina de Melo, que tinha uma parceria com Duarte Dias Henriques; o engenho poderia ter passado à sua viúva e, falecida esta, à sua mãe a Condessa de Penaguião. Por fim, o engenho Moreno poderia ter sido doado por D. João IV ao Conde de Penaguião, durante a restauração portuguesa, quando a Coroa confiscou os bens dos vassalos que haviam permanecido na Espanha (o caso precisamente de Duarte Dias Henriques), entregando-os a terceiros em pagamento de dívidas. (Denunciações e confissões de Pernambuco. Pp. 82 e 205). Em 1689, João de Barros Rego compra o engenho com todas as suas terras e edificações a Condessa de Penaguião. João de Barros Rego nasceu em 1653/Olinda e falecido em 1712. Filho de com André de Barros Rego e de Adriana Wanderley, filha única de Gaspar Wanderley (Van der Ley) e de Maria Gomes de Mello. Biografia: Militar brasileiro. Vereador em Olinda (1668). Capitão-mor de Olinda. Capitão de Cavalos de São Lourenço da Muribara, por patente do Governador João da Cunha Souto Maior, em 05/03/1688, confirmada por patente Real em 13/12/1685. Juiz Ordinário (1691). Provedor da Fazenda Real (1710), pelo falecimento de seu primo João do Rego Barros, e durante a menoridade de seu cunhado e sobrinho João do Rego Barros. Um dos chefes do Partido da Nobreza, de 1710-1711. Segundo funcionário da Coroa na hierarquia colonial. Durante a Guerra dos Mascates participou de várias batalhas, sendo preso em 05/1712, na Fortaleza do Brum, Recife, vindo a falecer no mesmo ano na prisão. Procurador da Condessa de Penaguião. Cavaleiro da Ordem de Cristo, professo em 22/03/1633, nas mãos do Bispo D. Mathias de Figueiredo e Mello, que lançou o hábito da Santa Casa da Misericórdia de Olinda. Benfeitor da Santa Casa da Misericórdia/Olinda e depois Provedor (1701 e 1702). Instituidor da Colegiada da Santa Casa da Misericórdia/Olinda, por termo de 18/06, dotando os 06 capelães para rezarem em côro, ao qual se deu princípio no dia 03/06/1701. Curiosidades: Dou uma quantia de dinheiro a Catedral de Olinda, para que fossem rezadas 1.025 missas, todos os anos, em sua intenção e de sua segunda esposa D. Margarida, com quem na época estava casado. Em 1693, adquiriu ao Capitão Gonçalo Carneiro da Costa, o engenho Pintos, que era vizinho do engenho Moreno. Proprietário de vasta extensão territorial, que abrangia os engenhos: Quilombo, Buscau, Capim-assu, Estiva, Jaboatão, Camarão, Pereiras, Xixaim, Pintos, Sapucaia, Catende, Bulhões, Moreno e Viagens. Casamento 1: Maria Vidal, filha de Lopo Curado e de Isabel Ferreira, irmã do Governador André Vidal de Negreiros. Filhos: Maria, falecida criança Casamento 2 (em torno de 1701): com sua tia D. Margarida Arcângela Barreto, filha de Francisco do Rego Barros e de D. Arcangela da Silveira. Sem sucessão. Casamento 3: Mariana Cavalcanti de Albuquerque, filha do João Cavalcanti de Albuquerque “o Bom” e de D. Simoa Fragoso. Falecida no engenho São Sebastião da Várzea do Capibaribe (eng. Curado/Recife). Viúva casou com Pedro Cavalcante Bezerra. Sem sucessão dos dois casamentos. Nota: D Margarida instituiu o morgadio de Pintos (1794 a 1843), mas o vínculo não abrangia o engenho Moreno. Após o falecimento do Capitão João do Rego Barros o engenho foi adquirido por Antônio Rodrigues Campelo. Antônio Rodrigues Campelo – Filho de Manuel Rodrigues e de Natália Domingues Campelo. Biografia: Chegou a Pernambuco em 1680. Familiar do Santo Ofício. Sargento-mor da Ordenança do Recife e Almotacé em 1700. Vereador da Câmara do Recife. Senhor do engenho Moreno/Moreno e depois o da Torre/Recife Casamento 1: Inácia de Barros Rego. Filhos: Manuel c.c. Inocência de Brito Falcão; Filipe, sacerdote; João Rodrigues Campelo c.c. Maria Micaela da Natavidade, viúvo casou Faustina Teresa Maia. Segundo Pereira da Costa (Anais Pernambucanos, vol. II, pág. 611), em 1715, Antônio Rodrigues Campelo trocou o engenho Moreno com Cristóvão de Holanda Cavalcanti de Albuquerque, pelo engenho da Torre/Recife. Cristóvão de Holanda Cavalcanti de Albuquerque nasceu na freguesia de Serinhaem, no tempo da invasão holandesa, e faleceu em 1685.. Filho de João Cavalcanti de Albuquerque e de Isabel da Silveira Castelo Branco. Biografia: Sargento-mor das Ordenanças das vilas de Olinda e de Igarassu, em 1678 e confirmado em 1681, e da freguesia de São Lourenço da Mata, por patente do Governador Ayres de Sousa de Castro, em 29/04/1678, confirmada em 17/01/1681. Vereador de Olinda, em 1682. Juiz Ordinário de Olinda, em 1696. Exerceu o cargo de Vereador mais velho de Olinda. Ainda vivia em 1715. Capitão de Cavalos da Muribeca. Sargento-mor da Comarca. Senhor do engenho Torre/Recife e depois o Moreno/Moreno. Casamento 1: Ana Freire de Azevedo natural da Muribeca. Filha de Domingos Gonçalves Freire e de D. Anna de Azevedo. Filhos do segundo casamento: Domingos Gonçalves Freire, herdeiro do engenho Moreno, c.c. Leonor da Cunha Pereira; Antônio de Holanda Cavalcanti, clérigo presbítero, falecido no Ceará; Cristóvão de Holanda Cavalcanti c.c. Mariana de Mello Falcão e depois com D. Anna de Mello Pessoa, sobrinha e sua primeira mulher; Sebastião de Holanda Cavalcanti; Isabel Cavalcante c.c. Diogo Carvalho de Sá; Bernarda Cavalcante de Albuquerque c.c. Fernão Carvalho de Sá e Albuquerque; Anna Cavalcante c.c. José Tavares Sarmento, sem geração, e depois com Manoel Ribeiro Pessoa, com geração. Nobiliarquia Pernambucana. Segundo a escritura passada em 26/07/1731, os herdeiros do Capitão-mor Cristóvão de Holanda Cavalanti e Diogo de Sá e Albuquerque, seu cunhado, venderam os engenhos: Catende, Pintos, Bulhões e metade do Moreno, a Domingo Bezerra Cavalcanti pelo valor de 24.000 cruzados, pagáveis em sucessivas safras, o que não era caro para os valores da época nas partidas anuais da frota1. No ano seguinte, adquiriu o restante do engenho Moreno a Domingos Gonçalves Freire, outro herdeiro do Capitão-mor. 1 Regime a que estava presa a vida econômica da Colônia. Desde a Carta Régia de 18/05/1688, nenhum navio poderia zarpar sem ser incorporados às frotas que a partir de 1694 largavam entre fins de março e princípios de abril, a fim de se evitar os inconvenientes do inverno europeu. O Governador da Capitania devia assistir no Recife, durante o tempo da expedição dessas frotas, que eram comboiadas por nau de guerra. Em 146, a partida foi mudada para 15/05. Esse regime foi abolido pelo Marquês do Pombal, por Alvará de 27/09/1765, depois que se fez a paz com o Rei de Marrocos e se afastou o perigo de incursões dos piratas barbarescos. Domingos Bezerra Cavalcanti – Nada mais foi encontrado. Biografia: Vereador de Olinda e Coronel de Ordenanças*. Lutou do lado dos Mascates, em 1731. Em 21/04/1749, recebeu por carta de sesmaria do governador D. Marcos de Noronha, duas léguas de terras pagando foro de 6.000 réis por légua o que veio a transformá-lo em respeitável latifundiário (Arquivo da Torre de Tombo/Lisboa, código de referência: PT/TT/RGM/D/0003/72633). Proprietário dos engenhos Morenos (primeiro lindante), Bulhões, Catende (segundo lindante), Laranjeiras e São João Batista todos, na época pertencentes a jurisdição da freguesia de Santo Amaro do Jaboatão o que lhe dava rude autoridade sobre seus moradores. Em 1752, convidado a apresentar os títulos de suas terras e como não pudesse satisfazer plenamente as exigências do ouvidor de Pernambuco, João Bernardo da Gama, suas propriedades foram confiscadas e sensivelmente diminuídas. Em 1774 perdeu o engenho São João Batista (engenho Bulhões) em ação movida e ganha pelo Capitão Luiz Pereira Viana e sua mulher Ana Correia de Araújo, donos do engenho Pereira/Moreno. Casamento 1: Bernardina Ferreira da Assunção. Filhos: Izabel da Silva Ribeiro c.c. o Capitão-mor Domingos de Sousa Leão (o 2º do nome) era filho de Domingos de Souza Leão e de Isabel de Souza Ferreira. Neto de Manuel Leão e de Maria de Souza, que deram origem a família Sousa Leão. Nota: não se tem a data precisa da formação da família, mais deve ter se dado aproximadamente em 1650 (355 anos). A família Sousa Leão de Pernambuco teve origem no engenho Catende. Domingos formou um dos 03 ramos em que se subdividiu a família Sousa Leão. Filho: Capitão João de Souza Leão c.c Ana Rita da Silveira. Francisco Antônio Pereira da Silva, Tenente-coronel, c.c. Isabel Pereira Vianna (04 filhos). Joaquim Pereira Vianna c.c. Joana Inácia Pereira dos Santos e depois com Inês Escolástica Melo Em 1753 foi feita a demarcação do engenho Moreno, solicitada pelo seu filho Joaquim Pereira de Vianna, pelo então Ouvidor Geral de Pernambuco, João Bernardo Gama, como consta nos autos arquivados no arquivo do município de Moreno, a pedido de Joaquim Pereira Vianna. A demarcação das terras do engenho Moreno não transcorreu sem embargos, pois o Provedor João do Rego Barros, como 3º Morgado do engenho Pintos, alegou não ter como provar o limite do engenho Moreno até a sua légua de terra, como pretendia, e não poderia demarca-la sem entrar em outras terras com quem faz limite. Alegava ainda que não existia comprovante de pagamento foros e pensões do pagamento dos engenhos localizados em Jaboatão à Fazenda Real. E que no Livro das Cartas de Datas e Sesmarias da Capitania de Pernambuco nada constava sobre a área do engenho Moreno. Entretanto foi dado procedimento a demarcação do engenho, como pretendia Bezerra Cavalcanti, já que pagava o foro2 correspondente aos seus engenhos que mediam uma légua em quadra. 2A cobrança de foro ou tributo, que, pela carta de doação de 1534, cabia aos donatários. Essa carta foi regulada em carta régia datada de 28/09/1534, determinando-se que pagasse cada légua de terra, até 30 de distância de Olinda e do Recife, 6$000 de foro anual, em vez de 03% sobre o açúcar moído. O engenho Moreno foi deixado para sua filha Izabel da Silva Ribeiro. Izabel da Silva Ribeiro – Nascida em Olinda. Filha e herdeira de Domingos Bezerra Cavalcanti e de Bernardina Ferreira de Assunção. Casamento 1: Domingos de Sousa Leão (2º) – Nasceu na freguesia de São Miguel de Rans/Arrifina de Sousa/Comarca de Penafiel/Porto/Portugal. Filho de Domingos de Souza Leão que chegou a Pernambuco em 1750, aproximadamente 100 anos após a formação da família em Portugal, e de Isabel de Souza Ferreira. Neto de Manuel Leão e de Maria de Souza, que deram origem a família Sousa Leão. Nota: não se tem a data precisa da formação da família, mais deve ter se dado aproximadamente em 1650 (355 anos). A família Sousa Leão de Pernambuco teve origem no engenho Catende. Domingos formou um dos 03 ramos em que se subdividiu a família Sousa Leão. Capitão-mor. Curiosidades: Um fato curioso é que a maioria dos Souza Leão de Pernambuco radicou-se em vilas próximas ao Recife. Filho: Capitão João de Souza Leão c.c Ana Rita da Silveira. Deste casal descende a Casa de Gurjaú de Baixo que se dividiu em diversos ramos. João de Souza Leão – Filho de Domingos de Sousa Leão e de Isabel da Silva Ribeiro. Casamento 1: Ana Rita da Silveira. Filho: Tenente Coronel Filipe de Souza Leão c.c. Rita de Cássia Pessoa de Mello. Filipe de Souza Leão – Filho de João de Souza Leão e de Ana Rita da Silveira. Biografia: Foi um dos eleitores nomeados pela freguesia de Jaboatão. Casamento 1: Rita de Cássia Pessoa de Mello, tronco dos denominado ramo Tapera, senhores do engenho Tapera em Jaboatão. Viúva casou com e José M. P. Viana. Filipe de Sousa Leão por ser um bom vivant e encontrar-se endividado, teve que vender o engenho Moreno ao seu primo Antônio de Sousa Leão, pela quantia de mil oitocentos e cinquenta e poucos, ignorando-se a data certa da compra, por se ter queimado a respectiva escritura durante o incêndio da Câmara Municipal do Jaboatão, ocorrido no século XIX, onde estava o tabelionato. Antônio de Sousa Leão – Nasceu em 11/06/1808/eng. Tapera, pertencente ao seu pai. Falecido em 18/10/1882. Filho do Tenente-coronel Felipe de Sousa Leão (4ª geração da família) e de Rita Cássia Pessoa de Melo. Irmão do Visconde de Campo Alegre (Joaquim de Sousa leão) e do Senador do Império Luiz Felipe de Sousa Leão. Descendente do 1º Sousa Leão, Domingos de Sousa Leão, português de nobre estirpe da freguesia de São Miguel de Rans/Arrifina de Sousa/Penafiel/Bispado do Porto/Portugal, que foi residir na freguesia de Santo Amaro, hoje Jaboatão dos Guararapes, onde constituiu família. Do seu único filho, Domingos de Sousa Leão, descendeu, João de Sousa Leão, que foi pai de Felipe de Sousa Leão e avô de Antônio de Sousa. Assassinado o pai por um trabalhador, em 1822, à porta da casa, Antônio, o mais velho dos 14 filhos, tomou sobre os ombros a responsabilidade da família, e só depois que os encaminhou. Ao diplomar seu irmão Luís Felipe, é que se considerou habilitado a contrair matrimônio. Para ajudá-lo, seu primo Pereira Viana, lhe cedeu o sítio da Jaqueira. Contando com 46 anos casou com sua prima legítima Leopoldina de Sousa Leão, trazendo-lhe um dote, o que lhe proporcionou a compra em 1855 do engenho Moreno, pelo montante de nove contos, ou quatro mil cruzados, menos do que o preço que Cristóvão de Holanda Cavalcanti de Albuquerque tinha pagado pelo engenho (24.000 cruzados), prova eloquente de que o açúcar já não era o produto nobre dos séculos anteriores. Agraciado pelo imperador do Brasil, Dom Pedro II, com o título de Barão em 24/08/1870. Biografia: Alferes do Regimento de Cavalaria Ligeira de 2ª linha, em 1829; Juiz de Paz e Presidente da Câmara Municipal do Jaboatão dos Guararapes (Partido Liberal); Comendador da Rosa e da Imperial Ordem de Cristo; Dignitário da Imperial Ordem da Rosa. O Barão de Moreno faleceu com 74 anos, deixando uma das maiores fortunas de seu tempo, avaliada em10:630$400 (escravos, prédios urbanos, apólices gerais e dívidas a cobrar, e neste total não estavam compreendidas as joias e ricas alfaias). Curiosidades: Foi um dos cinco encarregados dos preparativos da recepção a D. Pedro II, em 1859, e incumbido da hospedagem em palácio (Recife). Proprietário dos engenhos: Bom Dia/Moreno (levantado pelo Barão em terra do engenho Catende); Brejo/Moreno; Carnijó/ Moreno; Catende, antes Milagre da Conceição/Catende (comprado ao seu parente Pereira Viana)/Catende; Cumaru/Moreno; Gurjaú de Baixo/Jaboatão dos Guararapes; Gurjaú de Cima/Jaboatão dos Guararapes; Jurissaca/Cabo de Santo Agostinho; Morenos/Moreno; Pitimbu/Cabo de Santo Agostinho; Viagens/Moreno; Xixaim/Moreno. Ao comprar o engenho Moreno suas terras ficaram contíguas, que vinha do engenho Pintos podia atravessar o engenho Moreno, o Xixaim e o Tapera. Casamento 1(1854): Maria Leopoldina de Sousa Leão, primos legítimos, que ao casar trouxe um bom dote. Baronesa de Morenos. Filha do Barão de Pinho Borges. Filhos: Antônio de Sousa Leão c.c. Leopoldina Mesquita; Rita Clara de Sousa Leão c.c. Alfredo Alves Martins; Maria Cândida de Sousa Leão c.c. Tomás Coelho de Almeida; Inês de Sousa Leão , solteira; Joaquim de Sousa Leão c.c. Maria Carolina de Sousa Leão; André de Sousa Leão; Luisa de Sousa Leão c.c. António Sampaio Pires Ferreira. Casamento 2: Maria Amélia de Pinho Borges (sem sucessão). Primeira e única Baronesa de Morenos. Falecida em 28/03, com 61 anos de idade. O engenho foi visitado por Dom Pedro II em 18/121859, quando o proprietário foi agraciado com o título de Barão de Moreno e sua esposa, Maria Amélia de Souza Leão, com o título de Baronesa. Os Imperadores foram recebidos na ala norte da casa atual que o Comendador Antônio de Sousa Leão e sua 1ª esposa, Maria Leopoldina, receberam os Imperadores, em sua visita a Pernambuco, em 18/12/1859. Às 09 horas, os Imperadores chegaram ao engenho. O anfitrião, acompanhado de muitos parente e amigos, tinham ido esperá-los a ½ légua de distância. Armaram-se arcos de folhas de palmeiras, e fincou-se poste com candeeiros, da estrada à porta da casa-grande, e deles pendiam lanternas e balões multicoloridos. O almoço foi servido em louça da Companhia das Índias, existente até hoje. Por testamento o Barão de Morenos, passou o engenho para o segundo filho varão – Joaquim -, o qual, tendo aí contraído uma enfermidade endêmica, transferiu-o à sua mãe, a Baronesa de Moreno. Esta se associou ao outro filho Antônio. O engenho Moreno permanece na família Souza Leão a mais de um século, através de gerações que se mostraram fiéis ao cultivo da terra e das tradições de família ao longo da qual desfilam nomes de referência histórica, de elevada nobreza, sendo a família pernambucana que apresenta maior número de fidalgos ligados à nobiliarquia brasileira (dois viscondes: Campo-Alegre e Tabatinga e seis barões – Vila-Bela, Moreno, Jaboatão, Caiará, Gurjaú e Souza Leão).
Posted on: Tue, 17 Sep 2013 10:16:56 +0000

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