Era a segunda vez que nos encontrávamos: - Pena que você não - TopicsExpress



          

Era a segunda vez que nos encontrávamos: - Pena que você não vai me dar nem um beijo... (Depois de tudo isso - pensou.) - Eu preciso estar envolvido afetivamente. (Disse eu em uma cegueira voluntária e inebriado pelo seu tremendo carisma.) - Nem um beijo? Um selinho? (Seus olhos eram pura paixão e expectativa, destruindo minhas muralhas tão bem erguidas.) - Acho que você merece ao menos um beijo! (Nunca fui tão cínico e sincero antes.) Sua resposta foi o silêncio e uma ansiedade incontrolável a qual eu podia sentir em minha pele, olhos fixos nos meus. Um selinho seria tão injusto como a fome e a guerra. Até onde poderia eu carregar meus princípios e minha ética? Talvez até onde eu começasse a ferir meu coração. E estando ele ferido já há tanto tempo me permiti um pouco de plenitude emocional. Afinal não saía da minha cabeça de que ao chegar, logo que passei pela porta, nas primeiras frases disse-me com a inocência e a honestidade das crianças: - É difícil não se apaixonar por alguém como você! (Não sabia eu que o choque dessa declaração era maior porque falava o que eu deveria dizer também? Não, eu um grande tolo, não sabia.) Debaixo do chuveiro puxei seu corpo, ao qual eu contemplava tal qual um desbravador em terras desconhecidas e belas. Envolvi-lhe a cabeça com minha mão esquerda e dei-lhe o beijo mais ardente que eu conhecia ou admitiria naquele momento, e ali, quem mais necessitava daquele beijo era eu.
Posted on: Sun, 29 Sep 2013 07:06:57 +0000

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