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Este texto minha mãe teve que decorar para recitar na escola, logo ele tem pelo menos uns 70 anos, reproduzo aqui como homenagem a todos os professores: O VELHO MESTRE - AUTOR RENÊ BARRETO Andava muito doente o velho professor, por isso ele não tinha agora o mesmo ardor, que outrora o possuía e que o animava dantes, As vezes quando em aula havia, mesmo instantes, em que inclinava a fronte, aquela fronte austera, onde já desbotara a flor da primavera, e, cochilava um pouco involuntariamente o velho professor, estava doente. Era porém, tamanho o bem que nos queria, que jamais quis pedir aposentadoria, e manter-se do estado às custas dessa esmola, era sempre o primeiro a aparecer na escola. Com suas joviais maneiras tão simpáticas, não obstante, sentia umas dores reumáticas, que o faziam sofrer muito, ultimamente, o velho professor, estava doente. Um dia ele chegou mais tarde, alguns minutos, trazia nas feições sinais de sofrimento, a palidez do rosto, os olhos encovados, denunciavam seus pesares ignorados. E como para tornar a dor mais manifesta, cravara-se fundo uma ruga na testa, e franzia-lhe a cara uma expressão de horror, andava muito doente, o velho professor. A aula começou, mas pouco depois das onze, o velho mestre, o bom batalhador de bronze, que já perto de 60 anos ou mais, havia, que gigantesco herói, lutava dia a dia, para o bem da pátria e para o bem da infância, dando batalha ao vício e combate a ignorância, sentindo de uma dor os agudos abrolhos, curvou os nobres cás, cerrou de leve os olhos. Fora fulgia o sol , a manhã era calma, risonha a natureza abria sua alma, repleta de alegria e esplendores, Pela janela entrava o hálito das flores, e em toda a atmosfera azul, lavada, fina, ressoava baixinho, como em surdina, um canto celestial, harmonioso e suave, anjos tocando em harpa, alguma canção de ave. Nisto ergueu-se um aluno, um pândego,um peralta, fabricou-se de um jornal um chapéu de copa alta, e, bem devagarinho( oh, que idéia travessa) chegou-se junto ao mestre e ...záz enfiou-lhe na cabeça e rápido se foi novamente ao seu lugar, e aquele aspecto vil de truão de improviso, rebentou pela aula estardalhante riso. De súbito surgiu o diretor na sala, desnudou-se-lhe o gesto, estremeceu-lhe a fala, quando ele, transformando a mansidão de boi em fúria de leão, Peguntou , quem foi? quem foi este vilão, que fez tal brejeirice, sem respeitar nenhum ascás desta velhice, vamos lá, sede leais, verdadeiros e francos, dizei!! quem ofendeu a estes cabelos brancos? Mas ninguém denunciou da brincadeira o autor, e como dormia o velho professor, o diretor então, chegou-se junto a mesa, Via-se no rosto o incômodo, a surpresa, De que o sono do mestre assim se prolongasse, curvou-se meigamente e levantou-lhe a face, mas recuou tremendo, horrorizado, absorto, aniquilado e mudo.... O mestre....estava morto. Parabéns a todos meus amigos professores!!! Parabéns a todos os meus professores, que ajudaram em minha formação e a tornar minha caminhada mais segura e menos espinhosa.
Posted on: Tue, 15 Oct 2013 12:59:08 +0000

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