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Fenícios - os grandes navegadores Povo nômade que se estabeleceu na região do atual Líbano, os fenícios eram comerciantes e grandes navegadores, o que ajudou a difundir diferentes culturas entre os povos com os quais estabelecia comércio. Sua posição geográfica foi de grande valia, já que encontrava-se no cruzamento das principais rotas comerciais entre o mediterrâneo do ocidente e o do oriente. Graças às suas habilidades náuticas, reinaram no Mar Mediterrâneo. Levavam de cada povo não apenas riquezas materiais, mas riquezas culturais. Assim, suas produções artísticas, bem como a ourivesaria, agregaram diversas técnicas. Através do comércio, sua arte se expandiu, influenciou e foi influenciada por terras distantes como a grega e a etrusca , chegando até o Norte da África. Em suas jóias são observados elementos de diversas culturas. Os fenícios não só agregavam elementos em sua arte, mas os assimilavam na íntegra, reproduzindo-os impecavelmente. Destacaram-se não apenas na arte da joalheria. Trabalharam com maestria o vidro, a madeira, a tecelagem, técnicas de tinturaria, cerâmica e metalurgia. A madeira, especificamente o Cedro, foi uma das grandes riquezas deste povo, o que facilitou a construção das embarcações e a conseqüente ampliação de seus horizontes. Um exemplo desta troca de conhecimentos técnicos entre os povos é o uso da granulação na joalheria. Esta técnica de decoração de superfícies com grãos adicionados por fusão foi difundida e usada pelos fenícios. Levaram o conhecimento Egeu até os Etruscos. Atrás de âmbar foram até ao Mar Báltico e ajudaram a difundir a lapidação de gemas. A joalheria fenícia não se destaca pela originalidade, mas pela união de culturas e técnicas de diversos povos que foram disseminadas graças ao comércio e a navegação. Estas, talvez tenham sido as principais artes e características deste povo que foi dissolvido com a ocupação dos macedônios de Alexandre, o Grande. Egito A arte do antigo Egito é repleta de símbolos e significados. Para compreendermos melhor sua arte e suas jóias é necessário entender um pouco de sua história e religião. O território do Egito Antigo se estendia às margens do rio Nilo, onde as terras de solo escuro, propícias para cultivo, eram chamadas de kemet (terras negras) e onde vivia a maior parte da população. O restante do território era inóspito, chamado pelos egípcios de deshret (terras vermelhas). A maior parte da população vivia nas margens do rio. Além de terras férteis, o Egito possuía um solo rico em minério. Ouro, cobre e algumas gemas eram retiradas do próprio território. Civilização rica e poderosa, durou mais de 3 mil anos e era governada por faraós, homens que ao mesmo tempo eram considerados reis e deuses. Informações desta cultura sobreviveram até os dias atuais através das pinturas de paredes, escrita e tesouros encontrados nas tumbas. As pinturas das paredes eram ricas em detalhes de vestuário, armas, rotina de agricultores e servos, entre outros. As pinturas contam a história do Egito com ricos detalhes inclusive de seus adornos e jóias. A escrita egípcia, sistema de símbolos pictóricos conhecido como hieróglifos, também ajuda a desvendar mistérios deste período. Os tesouros encontrados nas tumbas são ricos em objetos do cotidiano, jóias e objetos extraordinários. pintura em parede Politeístas, os egípcios adoravam inúmeros deuses. Um dos principais deuses era Rá, deus do Sol, que podia assumir diferentes formas e diversos nomes. Também relacionado com Amon-Rá, era o rei dos deuses. Amon significa “secreto”. A ele é atribuído o ouro. Osíris representa o renascimento tanto da terra após as cheias do Nilo, como a do corpo na vida após a morte. Assassinado pelo próprio irmão, foi trazido de volta a vida por sua esposa Ísis e se tornou o deus do além. Muitos deuses possuíam cabeça de animais. Ísis é a deusa-mãe, poderosa e protetora. Em sua busca ao corpo do marido surgiu como um pássaro, pipa, por isso muitas vezes é representada com asas. Acompanhava Osíris e Néftis, irmã de Osíris no julgamento dos mortos. Anúbis, Deus com cabeça de chacal, levava o morto ao tribunal de Osíris. Deus do embalsamento e guardião dos mortos. Hórus, o deus da realeza, com cabeça de falcão, leva os mortos que passaram pela balança da pena da verdade, à presença de Osíris. A intenção deste julgamento era “transformar o morto em um Osíris (“imortais”), para viver para sempre no pós-morte. Acreditavam também que alguns símbolos poderiam trazer boa sorte e proteção. Alguns eram relacionados a certos deuses e podiam invocar seus poderes. Estes símbolos eram muitas vezes representados em jóias para adornar e proteger quem as usasse. peitoral de Tutankamon Máscara Tutankamon (18° dinastia) Pilar, djed, representa estabilidade e a possibilidade de renascimento no pós morte. Olho, wedjat, representa o olho de Hórus, o qual ele perdera em uma luta contra o mal e que recuperara com a ajuda de poderes mágicos. O olho era usado para proteger as múmias e afastar o mal. O cinto de Ísis, tyet, invocava o poder protetor da deusa. Falar da joalheria Egípcia é falar de símbolos e significados, de amuletos e magia. Por isso não podemos deixar de falar nesses deuses e suas representações. Para eles, cada ser humano possuía vários espíritos que precisavam de um corpo para habitar no pós-morte. Embalsamavam os corpos dos mortos para sua preservação e habitat dos espíritos na vida pós-morte. Os órgãos eram retirados. Estômago, pulmões, fígado e intestino eram guardados em jarros especiais, sendo cada um protegido por um dos quatro filhos de Hórus. O coração seria usado no tribunal de Osíris junto à balança da pena da verdade. Recebia um amuleto em forma de escaravelho para protegê-lo contra os perigos do além. Amuleto em forma de escaravelho Os significados mágicos eram transmitidos não apenas pelos aspectos formais, os aspectos cromáticos também eram de suma importância. O azul escuro representava o céu da noite, o verde o renascimento, enquanto o vermelho o sangue e a vida. Para tal representação utilizavam gemas como o lápis-lazúli , trazido da região do Afeganistão, feldspato verde e turquesa . Além das gemas, outra forma encontrada para introduzir cores às jóias foi a descoberta de um esmalte vitrificado que podia chegar ao tom próximo do azul sagrado. Às gemas também eram atribuídos poderes curativos. A ágata , por exemplo, protegia contra picada de aranha. O lápis-lazúli contra ataque de cobra. A joalheria Egípcia foi mais que decorativa, era mágica, com um cunho religioso, um amuleto, uma forma de pedir proteção a todos os deuses. Seus significados eram lidos pelos símbolos e cores utilizadas em cada peça. Muitas das peças usadas durante a vida eram levadas junto com seu dono ao túmulo como forma de auxiliar e proteger no caminho da passagem para a vida do pós-morte. Os Celtas Os celtas foram tribos seminômades, multi-culturais e politeístas de mesma origem, que tiveram seus primórdios na região compreendida pelo sudoeste da Alemanha, Suíça e Áustria, durante a Idade do Bronze. Este período inicial é conhecido pelo nome de Cultura Hallstatt (1.200 - 500 AC), graças ao sítio arqueológico de mesmo nome, perto da cidade austríaca de Salzburg. Encontrado em 1846 pelo arqueólogo Johann Georg Ramsauer, contém aproximadamente 1.100 tumbas, dentro das quais objetos variados de cerâmica, adagas e elaborada joalheria feita em bronze e ouro, como colares e broches estavam junto a restos mortais. O comércio e o movimento populacional espalharam a Cultura Hallstatt para a França, República Tcheca, Eslováquia, Hungria, Península Ibérica, ilhas britânicas e Irlanda. Comerciavam com os gregos seda, âmbar, prata, ferro, marfim e vinho. A partir do século VI da nossa era, os broches, uma das mais importantes peças da joalheria medieval, passaram a ser mais luxuosos, decorados de forma a declarar o nível social de quem o portava. O Broche Roscrea, encontrado no Condado de Tipperary, é um belo exemplo de como os joalheiros celtas adaptaram técnicas estrangeiras ao seu trabalho. Durante o período conhecido como Cultura La Tène (450 AC – I DC), nome do sítio arqueológico encontrado ao norte do lago suíço Neuchâtel, em 1857, pelo arqueólogo amador Hansli Kopp, a maior parte da Europa estava sob a sombra da cultura celta. Os celtas deste período foram para a Espanha em 450 AC e para a Itália em 400 AC, invadiram Roma no ano 390 AC, a Grécia em 279 AC e a Turquia em 270 AC. Em torno de 200 AC, habitavam regiões da Europa que hoje são a Bretanha (França), as ilhas britânicas, a Holanda, a Bélgica, a Alemanha, a Áustria e a Suíça. A cultura La Tène aparenta ter sido mais bélica do que a anterior. Em todas as tumbas deste período espalhadas pela Europa, foram encontradas armas de ferro, como espadas e lanças, e escudos feitos de pesada madeira maciça. O grande diferencial entre os dois períodos, Hallstatt e La Tène, é o sofisticado trabalho em metal do segundo período. Nas tumbas, as quais para os mortos de maior posição social eram feitas em madeira, foram encontrados diversos objetos funerários, moedas de prata, armas, ferramentas, itens de uso diário e jóias: fivelas para cintos, fibulae, broches, braceletes, colares e torcs. A maioria dos objetos e todas as jóias têm um estilo típico, caracterizado por formas em S, espirais e padrões circulares simetricamente aplicados a cada elemento decorativo. Os celtas utilizavam na confecção de suas jóias, além do bronze, da prata e do ouro, contas de âmbar, jet, vidro e gemas. As técnicas decorativas eram o repoussé, a gravação no metal e a esmaltação champlevé. No início do período medieval, também conhecido como Idade das Trevas, os celtas encontraram-se frente a frente com duas culturas mais poderosas, os romanos ao sul e as tribos germânicas, ao norte. Os celtas sobreviveram, sem interferência, ainda por muitos séculos, na Irlanda. Os romanos achavam que a ilha possuía um clima inóspito (chuvas, ventos cortantes e baixas temperaturas) e não se interessaram então em conquistá-la. Os Romanos Os famosos retratos da múmia egípcio-romana (datados em torno de 300 aC), mostram o gosto romano por jóias de uma forma bem realista. Outra interessante fonte arqueológica encontra-se nas esculturas funerárias de Palmira, no noroeste do deserto sírio, outrora chamada de Roma do Leste, e governada pela legendária rainha Zenóbia, que manteve este pequeno estado árabe independente, até ser conquistado pelos romanos e sua rainha enviada para Roma acorrentada. O que hoje é considerada a joalheria clássica dos antigos romanos também pode ser vista nas jóias encontradas em Pompéia e Herculano.A joalheria clássica romana era naturalista e figurativa, ora confeccionada em linhas planas e simples, era em elaborados motivos florais. Em geral, os artesãos e ourives romanos não eram tão sofisticados ou ambiciosos quanto seus colegas gregos: a joalheria helênica é , de longe, bem mais elaborada, detalhada e decorada. Ainda assim, evidências de jóias requintadas sobreviveram. As esmeraldas eram as gemas favoritas: podiam ser usadas na forma de cristais, junto a pérolas – outra gema extremamente apreciada- ou lapidadas e usadas para decorar colares mais elaborados, à imitação dos gregos. Safiras, águas-marinhas, topázios e diamantes brutos também eram muito utilizados na joalheria romana. peças em ouro séc. II-IIIac O design romano utilizava granulação e filigrana, e o uso de esmaltes não era tão comum. Raramente somente um elemento de estilo existia na decoração de uma jóia – por exemplo, as superfícies em forma de domos, características do Período Etrusco e encontradas em brincos e braceletes, conviviam perfeitamente com influências helênicas como a policromia – técnica que consistia em folhear uma superfície de madeira com folhas de ouro , às quais eram depois aplicados esmaltes (e que persistiu até meados de 400 dC, já em pleno Império Bizantino). A bulla persistiu até o primeiro século da nossa era e a roda, símbolo que se acreditava deter poderes mágicos, tornou-se um motivo recorrente nas jóias romanas. Dos gregos emergiu também a fibulae – uma espécie de alfinete para prender roupas e que se tornou bastante popular entre os romanos, da Síria veio o design do crescente invertido com esferas em ambos os lados, e que representava o deus condutor de carruagens Baal Rekub. Da Ásia Ocidental veio a influência, já no primeiro século depois de Cristo, da barra horizontal da qual pendiam dois ou três pendentes verticais. No ano 200 dC aparece o opus interrasile, técnica de perfurar sólidas folhas de metal para criar um trabalho decorativo e que mudou a face das jóias do Período Imperial. Uma influência do comércio existente durante o período da Roma Imperial foi a predileção por jóias onde várias gemas coloridas decoravam uma mesma peça – os romanos amavam os rubis, as ágatas, as granadas, os lápis- lazulis, os corais rosas e vermelhos encontrados no mar Mediterrâneo e o âmbar, encontrados nas águas frias dos mares do Norte e Báltico. Intaglios eram recortados em gemas, ou as mesmas podiam ser decoradas em cabochons. Os camafeus eram adorados e as pérolas podiam ser usadas em tiaras usadas para adornar os altos penteados das ricas matronas romanas. No segundo século dC, torna-se moda a utilização de moedas e medalhões de ouro imperiais como motivos decorativos para anéis entre os homens, o que também era uma marca de distinção militar. Quando as moedas eram utilizadas em colares, como pendentes ou em broches, significavam uma adulação por parte de quem as portava, em relação ao dono da face que se encontrava nas moedas ou medalhões. O niello, outra técnica decorativa onde eram utilizadas superfícies de ouro e prata, era popular e, a partir de 300 dC aparecem os braceletes de ouro maciço e a versão crossbow das versáteis fibulae, que eram semelhantes às atuais fivelas redondas para cintos (mas num tamanho bem maior), e ainda usadas para prender roupas, principalmente mantos. A joalheria romana sofreu uma vasta influência, não só dos etruscos, dos gregos e dos povos pertencentes à cultura helênica, mas também das culturas micênicas, minoanas e egípcias.
Posted on: Thu, 13 Jun 2013 21:18:50 +0000

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