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Foi realizado na manhã de ontem, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), o encontro ‘Rede de Negócios Ceará-Portugal’, que tem como objetivo principal viabilizar uma maior interação de negócios entre empresários daquele país europeu e do nosso Estado. O evento foi idealizado na Câmara Brasil Portugal no Ceará (CBPCE), e trouxe, além de representantes da Agência de Investimentos e Comércio Exterior de Portugal (Aicep) e empresários, o próprio embaixador daquele país no Brasil, Francisco Ribeiro Telles, e o vice-cônsul em Fortaleza, Francisco Neto Brandão. De acordo com o presidente da CBPCE, José Maria Zanocchi, os dois países ganharam muito em diplomacia e economia nos últimos anos e estão trabalhando na questão de interação de negócios entre os dois países, e nas duas frentes, ou seja, tanto lado outro lado do Oceano Atlântico, quanto aqui, em solo cearense. “Neste ambiente institucional que a Câmara propicia, queremos promover a ampliação dos negócios entre os dois países. O Ceará oferece um mercado alternativo para produtos e investimentos portugueses, fora do eixo Rio de Janeiro e São Paulo. Estamos passando por um momento de expansão, e isto é muito importante para o estabelecimento de relações comerciais”, destacou. Ele lembrou, ainda, que está sendo feito um trabalho muito intenso no sentido de ativar uma nova rota marítima interligando o Ceará, Cabo Verde e Portugal (com desembarques em Lisboa ou Porto). Aquele país seria a porta de entrada de produtos industrializados cearenses para dois grandes continentes, o europeu e o africano. “Tenho certeza que esta rota é viável e poderá resultar em bons frutos para esta relação comercial que pretendemos tornar cada vez mais forte”, explicou Zanocchi. Apesar das boas perspectivas de negócios, ele não quis traçar nenhum prognóstico quanto a valores e percentuais esperados. DIPLOMACIA Falando sobre o assunto, o embaixador português ressaltou que Brasil e Portugal estão atravessando um excelente momento nas questões políticas e institucionais, e existe a possibilidade de que isso possa ter correspondência no campo econômico, também. “Queremos promover investimentos do Brasil em Portugal e, de lá, aqui. Nossas empresas se concentraram, num primeiro momento, em estados como o Rio e São Paulo, mas já percebemos que o Nordeste é um campo muito fértil para isso. Aqui sempre somos bem recebidos, existe um bom ambiente de negócios e, por isso, estamos vindo para cá. Dentre grandes empresas que já atuam no Ceará temos a EDP (Energia de Portugal) e a Martifer, que trabalha no segmento de energias renováveis - eólica e solar -, sendo que esta última, inclusive, fez parte da estrutura superior da Arena Castelão”, afirmou Francisco Telles. O diplomata ressaltou que também existem outras pequenas e médias empresas de seu país atuando no mercado cearense, além do turismo, como as redes Vila Galé e Dom Pedro, e que segundo um estudo da Fundação Dom Cabral, Portugal é o segundo país europeu com maior número de empresas brasileiras e o nono do mundo. “O Brasil mudou muito, e para melhor, nos últimos anos, assim como Portugal, e isso não está sendo aproveitado nas relações comerciais. Biotecnologia, inovação, energia, naval, farmacêutica, Tecnologia da Informação (TI) são algumas áreas em que Portugal pode realizar uma grande parceria com o Brasil, com troca de experiências. Recentemente foram abertas duas fábricas da Embraer, na região de Évora, e isso foi muito importante para nós. Inclusive, deve haver um reforço de ligações aéreas entre os dois países, através da TAP e, acredito que logo, haverá novos destinos”, revelou o embaixador Francisco Telles. Quem também ressaltou a importância do evento de ontem, foi o presidente da Aicep, Carlos Moura, com relação à escolha do Ceará para este evento, uma vez que o Estado possui 1.606 empresas com capital oriundo de Portugal. Ele destacou que os empresários portugueses perceberam que o Brasil é um continente, que não se limita à região do Rio e São Paulo. Lembrou que já foram realizadas ações em outros estados, como Pernambuco, Bahia e Minas Gerais e, agora, o Ceará. Mas a associação deseja atuar em todo o País. “O Brasil é um mercado prioritário em termos de internacionalização, atração de investimentos e promoção de exportações. A América Latina representa 4,5% de todos os bens e serviços que Portugal exporta, sendo que o Brasil detém a maior participação, pois saiu do 16º lugar em consumo de nossos produtos e serviços, para a 10ª colocação”, disse. País é a porta de entrada da Europa O presidente da Aicep destacou, ainda, que Portugal tem uma localização estratégica quando fala-se em projeto de internacionalização, pois é a principal porta de entrada do continente europeu, para outros como o africano, que falam a mesma língua. Além disso, possui excelente infraestrutura, especialmente no que diz respeito a portos e ferrovias. A alta taxa de desemprego, entre os jovens até 24 anos, faz com que seja possível a contratação de mão de obra competente (devido ao nível elevado de escolaridade e boa fluência em inglês), fazendo com que empresários brasileiros que queiram atuar em solo português tenham algumas facilidades, além de incentivos financeiros, benefícios fiscais e um ambiente favorável aos negócios. Dentre os setores em destaque na economia daquele país europeu ele destacou o automobilístico (com grandes montadoras como Toyota, Volkswagen, Mitsubishi, Peugeot Citroën e Isuzu lá instaladas); aeronáutico (com a Embraer tendo inaugurado duas fábricas na região de Évora); Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC); serviços de apoio; pasta de papel; mecânico e metalúrgico; biotecnologia e saúde; energias renováveis (principalmente eólica e solar), além de engenharia e arquitetura. “Ou seja, existem diversas oportunidades nas quais poderemos formar parcerias positivas para ambas as nações. Vamos fazer um levantamento junto à Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), para mapear as oportunidades de negócios aqui, para levarmos aos empresários portugueses analisarem e verem onde irão investir”, completou Carlos Moura. Já o administrador do Grupo Additive, Miguel Costa-Manso, que trabalha com TIC e tem sua sede brasileira em Fortaleza, começou o seu processo de internacionalização devido a um empresário português que veio para o Ceará e não conseguia suporte de TI para atender às suas necessidades. “Então, em 2008, viemos para cá, mas esbarramos na falta de mão-de-obra qualificada. Também tivemos um problema porque, para abrir a empresa, precisávamos de uma sala comercial, mas para ter esta sala, tínhamos de ter um empresa. Mas tudo deu certo e hoje temos clientes como Aquiraz Riviera, Martifer, Oi, SulTelhas, dentre outras empresas, aqui no Brasil”, salientou Miguel.
Posted on: Fri, 27 Sep 2013 19:46:36 +0000

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