Histórico do PCP diz porque está contra a estátua do Cónego - TopicsExpress



          

Histórico do PCP diz porque está contra a estátua do Cónego Melo Dirigentes históricos do PCP, como António Lopes, que foi membro do Comité Central, fazem parte dos subscritores da acção de repúdio contra a estátua do Cónego Melo, hoje em Braga, visando aquela homenagem. António Lopes disse ao SOL porque está contra. António Lopes, de 65 anos, que quatro meses depois do 25 de Abril de 1974 passou a ser um dos principais responsáveis pelo PCP em Braga, e no Minho e Trás-os-Montes, vivendo as peripécias do “Verão Quente” de 1975, afirmou ao SOL que “naquela altura viveu-se um ambiente de terror em Braga”, referindo o incêndio contra a sede do PCP. Acerca do cónego Eduardo Melo, o ex-dirigente do Comité Central do PCP disse que “o cónego Melo nessa altura controlava as forças mais reaccionárias de extrema-direita em Braga e não só, aquilo foi um período terrível, destruíram uma livraria, fizeram tudo”. “O cónego Melo e o também falecido arcebispo Francisco Maria da Silva estavam na base do clima hostil que provocava os ataques contra militantes do Partido Comunista Português, causando assim uma grande revolta entre muitos cidadãos que nem sequer eram comunistas”, acrescentou António Lopes, logo aquando da primeira manifestação. “Sem um centro de trabalho, que tinha sido incendiado, nós chegamos a fazer plenários clandestinos no Sameiro, vivendo-se uma dramatização que acabou por ajudar a crescer o PCP em Braga”, salientou o antigo membro da Comissão Política do Comité Central. “O cónego Melo era um homem que estava sempre prestável a quem lhe batesse à porta, por exemplo, para arranjar empregos, pois ele era um homem muito habilidoso, por isso ainda hoje em Braga há quem diga que foi um santo homem”, salientou António Lopes. A lista de 80 subscritores, à qual o SOL teve acesso, inclui o músico bracarense Adolfo Luxúria Canibal, o antigo governador civil socialista Pedro Bacelar de Vasconcelos, o padre António Sousa Fernandes (ex-presidente da Assembleia Municipal de Braga pelas listas do PS), o antigo vereador comunista Casais Baptista, o sociólogo Manuel Carlos Silva e o médico Henrique Botelho. A concentração de repúdio pela edificação da estátua do cónego Melo, que foi marcada para esta segunda-feira, de tarde, em Braga, inclui o ilustrador Arlindo Fagundes (dos livros de Isabel Alçada e Ana Maria Magalhães), o sindicalista e ex-árbitro de futebol Adão Mendes, os actores Rui Madeira e António Durães, o médico Carlos Alegria, para além de dirigentes regionais do Bloco de Esquerda, Manuel Sarmento e Custódio Braga. “Braga necessita de homenagear os seus democratas, não precisa de evocar aqueles que se comprometeram ideológica e politicamente com as forças que se opuseram Dias à instauração da democracia em Portugal”, segundo diz o manifesto, subscrito em Braga. “A edificação desta estátua é um ataque à memória dos que contribuíram para a instauração da liberdade, prejudica a imagem de Braga como município aberto e democrático e introduz uma irreparável divisão entre bracarenses”, referem os autores do documento, para quem “esta estátua foi desejada por uns poucos e repudiada por uma imensa maioria”. “A concentração pacífica, no lugar de edificação da estátua, visa reafirmar os ideais democráticos de Abril e repudiar a mitificação de valores e de actos que evocam os tempos da obscuridade e da servidão”, acrescentam os subscritores da acção de repúdio.
Posted on: Mon, 12 Aug 2013 07:52:26 +0000

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