Hoje descobri que não sou um trabalhador altamente qualificado da - TopicsExpress



          

Hoje descobri que não sou um trabalhador altamente qualificado da administração pública. Ouvi impávido e sereno um secretário de estado da administração pública referir que, nos cortes salariais, tiveram especial cuidado com os trabalhadores mais qualificados, para os manter e motivar, até porque em relação ao privado ganham mal, e que sendo estes os que na FP ganham mais de 2000€, foram salvaguardados de um corte percentualmente progressivo quantos os restantes trabalhadores abaixo de 2000€. Ou seja, refere o ex.mo Sr, que os trabalhadores menos qualificados da administração pública, em comparação com o privado, tiveram ao longo dos anos uma maior evolução da massa salarial seriam desta vez chamados a participar. Tem alguma razão. Alguns estudos apontam que os trabalhadores menos qualificados da Administração Pública são mais bem pagos do que os mais qualificados comparativamente em relação ao privado. Daí que a curva percentual de corte salarial atinja rapidamente os 12% aos 2.000€ e após os 2.000€ mantém uma subida muito mais controlada e gradual até aos 15% nos 4.000€. Sr. Secretário de estado. Deixe-me desmistificar-lhe alguns pontos: sabe, exceptuando técnicos superiores principais no último grau; os assessores a partir do grau 2 e os assessores principais, sendo os técnicos superiores mais antigos da administração pública que efectivamente tiveram subidas automáticas de x em x anos e atingiram estes cargos acima dos 2.000€ eu gostaria que me indicasse um técnico superior que tenha entrado no novo milénio na administração pública e já tenha atingido nas respectivas progressões o valor dos 2.000€. Pode considerar os técnicos superiores de 1ª e 2ª classe e os principais. 2000€? Onde? Eu entrei há 6 anos e continuo barrado na famosa carreira dos técnicos superiores de 2ª classe. Conheço os que entraram posteriormente para um nível ainda mais baixo de 1200 e tal euros na base da carreira. Brutos! Conheço alguns que progrediram para técnico superior de 1ª classe ou principal antes do famoso SIADAP que não serve para progressões nem para os cortes. E não estão nos 2.000€. Nem de perto. E como todos sabemos as progressões até 2007 foram simplesmente por uma questão de antiguidade e não por diferenciação de competência. Desde então está tudo bloqueado, independentemente de méritos no SIADAP. Voltando ao SIADAP, qual o interesse de um trabalhador ter uma avaliação de excelente ou de muito bom se as respectivas avaliações não servem para progressão nas carreiras que estão congeladas há vários anos, nem sequer servem para distinguir os funcionários que devem ter maior corte salarial? Não seria suposto afinal o SIADAP servir para alguma coisa ao invés de existir um corte geral e transversal por igual tratando da mesma forma os funcionários incompetentes e os competentes? Como eu costumo dizer. Cortes de 12% para alguns se calhar é pouco. Mas há os que até deveriam e mereciam subir pelo trabalho prestado e avaliações realizadas! Descubro que na mente dos nossos governantes o nível de qualificação dos funcionários da administração pública não está, para as mesmas funções e habilitações, na competência, nem nas respectivas avaliações realizadas mas sim na antiguidade, antiguidade esta que foi em determinados tempos a responsável pelas progressões automáticas e a razão para que existam alguns a ganhar mais de 2.000€. Afinal descubro que não sou um trabalhador de nível superior e altamente qualificado para as funções que exerço. Recomendo que para além dos cargos de assistentes operacionais, assistentes técnicos, etc, e técnicos superiores se crie o cargo dos técnicos superiores-inferiores. Ou Técnicos inferiors-superiores. A ordem pode ficar ao seu critério. No fundo todos os técnicos superiores que ganham menos de 2000€, e obviamente mais novos, devem ser reconvertidos para esta categoria porque não se consideram qualificados e em relação ao privado afinal ganham bem. Não devem ser mantidos nem motivados, daí o corte salarial lhes tenha rapidamente atingido na rápida progressão. Para terminar, espero que um dia destes o Sr. Secretário de Estado seja atendido por um técnico superior mais novo, dos que ganha menos de 2.000€ e afinal não são meritórios da administração pública nem altamente qualificados, um médico, um enfermeiro, um engenheiro civil, um arquitecto, um geógrafo, um professor, um informático e em vez de lhe responderem com o nível de serviços desqualificados que você mereceria lhe respondam com um nível técnico e científico de excelência que nalgumas destas áreas são dos melhores do mundo e até trabalham na administração pública portuguesa. E não ganham mais de 2000 euros. Está o Sr. Secretário de estado a merecer ficar com uma administração pública constituída por técnicos superiores altamente qualificados idosos e assistentes operacionais e assistentes técnicos. Todos os técnicos superiores com 20 a 40 anos e não ganham 2000€ deviam simplesmente enquanto têm força para ser respeitados, noutros lados, bater-lhe com a porta e deixá-lo ficar com a sua administração pública de sonho... Porque não abre as rescisões por mútuo acordo a todos os técnicos superiores e se fica só pelos operacionais? Fica o repto. JCS
Posted on: Tue, 15 Oct 2013 22:40:26 +0000

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