Hoje tive uma, ao mesmo tempo triste, e alegre surpresa no ônibus voltando pra casa. Preso no trânsito, sentei ao lado de uma senhora que estava reclamando muito com o trânsito de Niterói, e logicamente, engrossei o bolo com ela, falando da especulação imobiliária, da má qualidade do transporte público e da falta de engenharia de trânsito em Niterói. A senhorinha, que é escritora de um blog (internet para todas as idades), começou a falar do povo na rua, e etc. Disse a ela que estava nas ruas, que era militante político e ela me perguntou se eu era ligado a algum partido. Disse que sim, que era do PSOL e a mesma ficou muito feliz e me agradeceu por estar em um partido que prestasse. Depois começou um relato muito emocionado, onde contou que seu pai era um desaparecido político da Ditadura, e que até hoje não se tem notícias dele, além de ter presenciado várias invasões do Exército em sua casa. Ela também relatou uma conversa que ouviu de seu pai e sua mãe, onde contava sobre os armamentos da guerrilha estavam escondidos: "Era um cemitério, e eu achava que meu pai fazia bico de coveiro", disse ela. Depois nos perguntam o porquê da Comissão da Verdade, e da necessidade da abertura dos arquivos da Ditadura. Ao fim da conversa ela me agradeceu e pediu para que seguisse nas ruas. Um alegre relato por ver o apoio da melhor idade, e uma tristeza por ver mais uma vítima da Ditadura e dos desaparecidos
Posted on: Tue, 13 Aug 2013 22:57:33 +0000
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