Impressões sobre a China A viagem surgiu como uma oportunidade, foi muito bem organizada pelo pessoal da conscienciologia, IAC, com duração de 3 semanas em outubro de 2006. Havia um q de fascinação em visitar o oriente, em especial a China, com uma história e cultura milenares de mais de 4000 anos. Além disso, a China ficou fechada para o mundo durante a época do comunismo (1949-76) de Mao Tse-Tung quando foi implantada a fome e a miséria. Mais de 40 milhões de chineses foram mortos por perseguições ou de fome segundo o livro Cisnes Selvagens da escritora Jung Chang que conta a história de 3 gerações: dos avós, dos pais e a dela, lido durante a viagem. Recomendo a sua leitura, principalmente àqueles que ainda têm uma visão romântica, para não dizer ingênua, do sistema comunista que foi não deu certo em nenhum país. Sobrevive em apenas 2 países muito atrasados: Cuba e Coréia do Norte, mantido por seus ditadores sanguinários. Em 77, assumiu Deng Xiangping que fez a transição para uma ditadura capitalista com o viés de imperialismo, a idéia do Império do Meio. Assim, a China se transforma numa potência, com crescimento astronômico, mais de 14 % ao ano, durante mais de 20 anos. Tudo foi construido nos últimos 35 anos, uma China moderna, pujante, vibrante que se tornou a segunda economia do mundo. 35 anos, do nada ao segundo lugar!!! A idéia estereotipada de uma China onde as pessoas são escravizadas trabalhando em regimes inumanos é meio absurda, mas persiste na cabeça de alguns. Existem diferenças sociais, sim, vimos de tudo: pedintes, pobres, sem tetos, mas vimos também muitos ricos, lojas de todo tipo com todos os artigos, grifes do mundo inteiro, muito luxo também. O mais impressionante é que era tudo novo: aeroportos, ferrovias, portos, estradas e as escolas, prédios bem tratados, estudantes uniformizados, por todos os lugares. O planejamento é a longo prazo. No museu de Xangai há uma maquete feita há mais de 30 anos atrás com todo o plano diretor que seria executado durante 50 anos e assim estava sendo feito. O bairro de Pudong, centro financeiro, não existia nos anos 80, e ainda estava em construção como todo o resto: prédios comerciais, residenciais, vias, transporte público, tudo estava em execução e havia um filme que fazia uma viagem virtual de como seria a cidade em 2030. Que diferença!!! Um país que investiu realmente em infraestrutura e educação diferente do Brasil que fica só nas siglas, nos PACs que não saem do papel, com exceção dos estádios padrão FIFA, superfaturados. A indústria do turismo está em franca ascensão e bem preparada para receber milhares de pessoas como foi o caso da Grande Muralha e do passeio pelo rio Li. No final de cada atração sempre há uma ou várias lojas vendendo artesanatos e souvenirs do local. Artesanatos em onix, cerâmica, pérolas, tapetes, sedas, etc, etc Eles comem de tudo, até escorpião é iguaria vendidos em espetinhos tipo churrasquinho de gato. Numa das fotos que postei, de um restaurante tradicional, havia barata dágua, sem falar na carne de cachorro e cobra que é considerada uma iguaria, tradição nos casamentos. Casamento sem cobra não é casamento..rsss. Numa das feiras que passamos haviam panelões de comida e uma das comidas mais requisitadas eram os pés de galinha. A mulherada caia matando por serem considerados ricos em colágeno e de efeitos benéficos contra o envelhecimento. Interessante é que nas feiras e nos restaurantes tops a bicharada está viva, de galinha a camarões e peixes e preparam na hora. Macarrão eles fazem na mão, pena não ter filmado, eles esticam e dobram até ficar na espessura apropriada e comem muito os miojos, do café da manhã ao lanche em caixinhas, só colocam água quente. Não deu para experimentar as iguarias, pois tudo estava incluso e os restaurantes nos serviam as comidas mais parecidas com as da região de Catão a que estamos acostumados no Brasil, pois havia uma preocupação de ninguém passar mal, mas não faltaram os tradicionais patos laqueados e os acridoces sempre servidos com chá verde e melancia de sobremesa. O café da manhã nos hotéis era um capítulo a parte, eles comem muito e de tudo, salgados, doces, sopas, macarrão, fazem uma mistureba danada. Um capítulo a parte eram os chás, os medicinais muito usados e carregados em garrafinhas dentro da mochila ou da bolsa. A medicina tradicional usa muito as ervas e a acupuntura. Assim também como a massagem. Todos os hotéis ofereciam os serviços de massagistas. Fiz uma de pés, foi revigorante. Os chás para beber normalmente podem parecer obras de arte como os de jasmim. As compras também foram outro capítulo. Pechinchar é uma coisa cultural, um bom pechinchador podia levar a mercadoria por 1/3 do preço original. No início foi chato, depois que pegamos o espírito da coisa, se tornou divertido, maior teatro, tudo na mímica e na maquininha de calcular. Quando depois de pechinchar muito achávamos caro, vinha o ato final: sair da loja. Eles vinham atrás perguntando quanto você dava para levar. Muitas vezes vendiam com prejuízo porque o lucro de alguns compensava o prejuízo com outros e era uma forma de interação com as pessoas. Também é o paraíso dos ambulantes e das mercadorias falsificadas, comprar gato por lebre é fácil, fácil. Não é atoa que o produto chinês tem fama de ruim. Sim, os falsificados, mas tem também os normais que são mais caros. Os brasileiros adoram comprar no exterior pq é muito mais barato, a China é o paraíso, ou era das compras. Depois de 15 dias a mulherada que tinha ido com uma, já estava com duas malas e depois das atrações turísticas, a palavra lojinha era repetida com frison várias vezes: lojinha, lojinha...rss. Ir para lá sem um guia local é complicado. Nas duas vezes que arriscamos sair sozinhos não conseguimos nos comunicar direito, na primeira vez, na cidade de QuFu, fomos num shopping tentar comprar um cd virgem, na época não havia pen-drive, saímos frustrados porque nossa mímica não funcionou. Na segunda vez, pegamos um taxi para ir a um restaurante, mostramos o endereço num cartão em mandarim e as referências, perdemos um tempão porque a referência era um Starbucks junto com Haagendazs, só conseguimos chegar ao local na terceira tentativa, porque naquela cidade todos os Starbucks ficavam juntos com as Haagendazs. As únicas duas palavras que aprendi foi obrigado: xie-xie e ola: ni-hao. Nas cidades menores eles cumprimentam quando vc passa. Os espetáculos são grandiosos, um show de figurinos, cores, cenários, música, dança, malabarismo, sempre com grande número de figurantes. O melhor, mais grandioso e fascinante foi o que vimos no Rio Li em Yangshou. Uma montagem do cineasta Zhang Yimou, um show de luzes e efeitos dentro do rio usando as montanhas como cenário, youtube/watch?v=a5OVHayfgH4 Recomendo aqueles que se interessarem pela China, os livros: Cisnes Selvagens, o Mundo é Plano, Balzac e a Costureirinha Chinesa, também em filme, todos os filmes do Zhang Yimou que já postei, O Último Imperador do Bertolucci, O Dançarino de Mao, O Violino Vermelho, tb muito bom, os filmes do Wong Kar-Wai: Felizes Juntos (1997), Amor a Flor da Pele (2000), 2046-Segredos do Amor(2004) e A Múmia (youtube/watch?v=GsxU8JWnaIA). Termino aqui meu momento China. Uma volta ao passado, organizando as fotos.
Posted on: Fri, 26 Jul 2013 03:05:03 +0000
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