JORNAL ONLINE "O MIRANTE, 12-Setembro-2013 (o único que publicou pormenores): Portugal e Espanha criam grupo de trabalho que acompanhará problemas bilaterais JORNAL "ONLINE" O MIRANTE, 12 DE SETEMBRO DE 2013 (o único que publicou pormenores.... Nacional / Internacional Portugal e Espanha criam grupo de trabalho que acompanhará problemas bilaterais Os chefes da diplomacia de Portugal e Espanha anunciaram hoje a criação de um grupo de trabalho, formado por três funcionários de cada país, que analisarão trimestralmente todas as facetas da relação bilateral. “Em termos bilaterais decidimos por em marcha um grupo de trabalho de três funcionários cada que se reunirão trimestralmente para analisar problemas que surgem sempre numa relação que é tão estreita como a nossa”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel García-Margallo. García-Margallo falava aos jornalistas numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo português, Rui Machete, na sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros em Madrid, onde se reuniram e onde mantiveram também um almoço de trabalho. Na sua primeira visita bilateral desde que tomou posse Machete desatacou o “particular simbolismo” de estar em Espanha, “parceiro crucial de Portugal em muitos aspectos, económicos, comerciais e de investimento” e parceiro a nível europeu. Machete explicou que o grupo de trabalho pretende “resolver algumas demoras procurando mais eficiências nas administrações públicas dos dois países” em questões “que vão surgindo”. Como exemplo referiu as interligações rodoviárias e ferroviárias e outras “questões múltiplas da vida quotidiana das populações. “A experiência revela que, muitas vezes, é com a aproximação das cimeiras que, um pouco à pressa se vai ver o que foi feito ou está atrasado, o que provoca menor eficiência das cimeiras”, disse. “Portanto é útil que de forma descontraída cada um dos estados vá verificando se aquilo que foi combinado fazer está ou não a ser feito atempadamente”, referiu. Garcia-Margallo disse aos jornalistas que no encontro de hoje se analisaram questões europeias, como a reforma da união económica e europeia e a defesa de que se mantenha a divisão actual na distribuição dos fundos de vizinhança, entre 2014-2020, no actual modelo, de dois terços para os países do sul. Os dois ministros mencionaram, sem grande detalhe as “recentes noticias” referentes às Selvagens, tendo ambos insistido que a questão não é alvo de contenção entre os dois países e foi “sobredimensionada na imprensa”, como referiu Machete. “A delimitação das águas é um tema constante entre vizinhos e este caso não é um tema grave. Os dois países vão aceitar a decisão que se adopte pelos órgãos competentes na implementação da legalidade internacional”; referiu García-Margallo. Rui Machete sublinhou que Espanha não levantou qualquer questão sobre a soberania portuguesa sobre as Selvagens e que o único ponto de debate se prende com a questão da Zona Económica Exclusiva. _________________________________________________________________-- (TEXTO CRÍTICO): SOLIDARIEDADE IBÉRICA AO RITMO DO "FLAMENCO" Diz-se que "cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém". Com isto, elogia-se a prudência. Por outro lado, também se diz que, em termos vernáculos, que "quanto mais uma indivíduo se agacha, mais de lhe vê...o "traseiro". (ainda se diz que "quem não se sente não é filho de boa gente", mas deixemos este de lado por esta vez...) Não sei que dito popular mais se adapta a esta ocasião. Se não, vejamos. O Estado espanhol, apesar dos constantes apelos que faz ao diálogo direto entre Madrid e Lisboa, das declarações de amizade ibérica, resolve, sem avisar o "amigo", protestar, na O.N.U., contra a posse das águas em torno das ilhas Selvagens. Portugal, sem, aparentemente, mostrar um incómodo "por aí além", riposta em sentido contrário de forma similar, junto da mesma instituição. Aparentemente, a Espanha encontra-se numa posição incómoda: reivindica Gibraltar, mas não aceita a reivindicação de Ceita e Melilla, e finge ignorar os direitos portugueses sobre Olivença, que a diplomacia portuguesa considera portuguesa "de jure". Obviamente, perante a... digamos... falta de cortesia espanhola em relação ao País de que diz estar em comunhão peninsular, seria de esperar que Lisboa recordasse, mesmo como um comentário inocente, que Olivença ainda é um caso em aberto. Nada de grave, talvez, mas em aberto. Aliás, esta questão poderia causar embaraços a Madrid, caso fosse levada perante as Nações Unidas, pelas comparações que seriam feitas sobre a coerência da política externa espanhola. Mas... não! Mesmo após um jornal de Gibraltar ter chamado a atenção para as contradições de todas estas reivindicações de Espanha (Gibraltar Chronicle, 9 e 10 de Setembro de 2013), o Estado português continua a política dos "caldos de galinha". O Ministro Rui Machete, declarou apenas, em Bruxelas, que Madrid, na quinta-feira (12 de Setembro) "em cima da mesa estará ainda o desenvolvimento das interconexões da Península Ibérica (...) e que (...) o diferendo entre os dois países relativamente às Ilhas Selvagens poderá (!!!!) ser abordado. Quanto à diplomacia espanhola, parece não entender por que motivo as Selvagens seriam assunto de discussão. O Ministro dos Negócios Estrangeiros de Madris, José Manuel Margallo, disse mesmo que, em relação à nota enviada por Portugal à O.N.U. sobre o tema, "(ser) a primeira notícia que (ouvia), e (que tinha) dormido suficientemente pouco para não conseguir refletir sobre isso". Sabe-se que Rui Machete será até recebido pelo Rei de Espanha, em nome da "harmonia ibérica". Decididamente, o segundo "dito" popular, "quanto mais uma indivíduo se agacha, mais de lhe vê...o "traseiro", está na ordem do dia. Triste espetáculo!!!! Almada, 12 de Setembro de 2013 Augusto António Amado
Posted on: Mon, 16 Sep 2013 22:16:46 +0000
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