Lembranças Hoje deitado comecei a refletir sobre esses meus - TopicsExpress



          

Lembranças Hoje deitado comecei a refletir sobre esses meus novos 30 anos. Voltei lá para minha infância, de uma época em que eu só queria carrinhos de rolemã, pipas, fliperama e televisão. Época alias que me entendi por gente, e tive nas mesmas medidas surpresas, porquês e desilusões. Pobre como a maioria e trabalhando desde cedo eu, minha mãe e irmã. Aprendi nessa época que não seria fácil (e até hoje não é) e que quase sempre acreditando que estou atrás do ontem e nunca do amanhã, mas de certa forma isso não me chateava. Hoje suspiro de como sobrevivi em Juiz de Fora/MG por um ano. A falta de grana fazia minha mãe sair de casa para trabalhar assim que os galos começassem a cantar. E todos os dias eles cantavam e cada dia mais alto. Saudades de Campinas eram muitas. Foi nesse ano que aprendi a valorizar o que eu sou e o que é a minha família. Amigos fiz por lá e até hoje lembro deles. E das mulheres que são maravilhosas. Foi lá que descobri pela primeira vez o amor delas. Os amigos que fiz por lá estarão em minha mente e sempre serão aquelas mesmas crianças. Acho que somente eu que cresço na minha mente e que as outras pessoas continuam congeladas no tempo. Sorte a delas. Passando isso retornei à minha Campinas querida. Aqui descobri amigos de verdade na escola, no trabalho e na igreja. Sim, fui evangélico até os meus 15 anos (eu acho). Lembro de tantas aventuras no centro de convivência, na Lagoa do Taquaral e centro de Campinas. Das raves aos forrós, dos sambas aos shows de Rap, dos clássicos aos shows de rock. Chamo de aventura tudo que me dava frio na barriga. Dos meu envolvimentos estudantis aos políticos. Até o simples fato de me reunir com os amigos da Pucc pra comer lanche em uma pequena lanchonete escondida no centro eu chamava de aventura. Acho que vivi muita coisa nessa época. Descobri a transformação do gosto amargo da cerveja em um doce gelado que corta a garganta e que te faz mais leve (bêbado). Descobri o amor de novo aqui em Campinas, ela era jovial, bonita e principalmente inteligente. Ela tinha muitos objetivos e isso me atraía. Mas como nunca tive muita sorte, não deu muito certo. Amigos feri e me feriram. Essa doeu. Mas como em tudo, o tempo restaura e cicatriza. Amigos e mais amigos. O que eu seria sem eles? Como dizem “é a família que a gente escolhe”. Lembro mais do choros deles do que das alegrias. Sempre fui um bom ouvinte. O tempo que me deixou mais opinativo sobre a vida deles. Faço da minha vida a deles só pra saber o que eles sentem. Errado ou não esse sou eu. Não pensem que eu sei o que sou! Não. Eu não sei. Porem eu sei o que faço sem saber onde vai dar em um risco quase calculável. Tenho muito medo do futuro, mas sei que preciso enfrenta-lo. Minha arma é estar preparado. Me preparar com grana, carro e trabalho? Não, quero estar preparado mentalmente. Acho que tudo na vida é um ciclo. Já repararam que na natureza tudo é assim? As voltas da terra em torno do sol, as estações do ano, as vidas que são subtraídas e que são adicionadas. Tudo cíclico. Nós não somos diferentes. Vejo pessoas mais novas fazendo as mesmas burradas que eu fiz e todos os acertos que tive. E talvez a mesma sorte. Tenho a plena convicção que esse é o sentido da vida, as lembranças. São elas que te fazem ir pra frente e questionar o desconhecido, pois tudo um dia se tornará lembranças. Lembranças são impiedosas no momento que entram em nossas mentes e ficam lá o tempo que elas quiserem, mas são necessárias. Muitos dizem que o homem quando morre não deixa nada. Pra mim, é um tremendo erro. Ele deixa lembranças nas mentes dos que ficam, e elas sempre ficam. 30 anos de lembranças. Boas e ruins, tristes e felizes, engraçadas e sérias, frescas e esquecidas. Todas essas são lembranças e é tudo que tenho. Paulo de Jesus. 11/08/2013
Posted on: Mon, 12 Aug 2013 04:43:10 +0000

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