Lembro-me que hoje é o dia do professor, uma figura que há - TopicsExpress



          

Lembro-me que hoje é o dia do professor, uma figura que há tempos atrás era da maior importância no processo educacional, só ficando atrás do berço familiar, não obstante considero que o professor é o grande doutrinador de uma nação e desafio a qualquer um que um dia não teve um professor...Todos nós tivemos um professor que nos marcou de certo modo com seus ensinamentos, suas observações e às vezes até com a sua chatice, mas de um jeito ou outro deixou marcas. O que eu quero dizer é que não existe educação sem educador; não existe escola sem o professor e não existe professor sem política educacional adequada, que contemple todo um processo, toda uma estrutura e toda uma política voltada para quem é decisivo nos destinos de uma nação. O professor é na minha opinião o início, o fim e o meio; parafraseando o grande Raul Seixas. Qual será o futuro de uma nação sem professores? Nem precisa responder... Porque já estamos vivenciando nos dias atuais, infelizmente! Vejam a seguir o texto do crítico de cinema e ator Octávio Caruso: A cada notícia que leio sobre um adolescente que desrespeita seu professor, agredindo-o verbal ou fisicamente, sinto-me cada vez menos esperançoso com o futuro de nossa sociedade. Deverá ser a natural extinção a única forma de consertar o mal que os seres humanos estão legando para seu próprio habitat? Estamos caminhando para a inevitável obscuridade ou existirá um farol pronto a iluminar o destino de nossa frágil espécie? Com o raciocínio de uma criança, analisando o mar de lama em que o país se encontrava na década de oitenta, antes do lodo contaminar o oceano, argumentei com meus pais: como o lucro da corrupção nasce da ignorância e alienação, nunca os professores serão valorizados. Conclusão simples e, como toda simplicidade, sábia. Acotovelando-se na escuridão, vozes opressoras entoam seu cântico de destruição: como incentivar a proliferação de profissionais cujo objetivo seja instruir um povo, retirando-os da estagnação intelectual e promovendo o ato perigosíssimo de questionar? Paguem o mínimo possível, ofereçam pão velho e um copo de guaraná quente, retirem qualquer privilégio e alimentem a inversão de valores nos jovens, para que todo respeito aos símbolos de autoridade seja substituído pelo escárnio. Que os heróis dos adolescentes sejam inofensivos, que idolatrem os jogadores de futebol e os lutadores de MMA. Faça-os acreditar que possuem algum controle sobre qualquer coisa, enquanto a mídia os manipula facilmente para os interesses que realmente importam. Só existe uma política, aquela do favorecimento mútuo, regida pelo movimentar do pesado cabresto fincado por espinhos. Porém no breu profundo onde adormecem lado a lado, a esperança e o desespero, levantam-se vozes dissonantes que entoam um cântico sofrido e de rara beleza: iremos nos levantar no frio da madrugada e sofrer com a vergonhosa situação dos transportes em nosso país, sabendo que iremos ser alvo do cruel deboche de adolescentes mal educados, normalmente apoiados pelos seus irresponsáveis pais, que os ensinam desde cedo que devemos lhes dar notas altas, pois estamos sendo pagos por eles. Mesmo recebendo um salário de miséria, uma esmola que nos envergonha como nação perante os olhos do mundo, nós teremos que sorrir e mantermo-nos emocionalmente estáveis, pois se levantarmos a voz para algum aluno desobediente no decorrer do longo dia, poderemos sofrer punição de nossos empregadores. Amamos nossa profissão, mas o que fazer se sentimos diariamente que nossa profissão não é amada pelos nossos governantes? Arriscaremos sofrer um AVC, aceitando vários trabalhos extras para somar no final do mês, ou aceitaremos o peso do chicote nas costas, como cavalos cansados carregando uma carroça até o momento em que desabaremos no solo. Mas algo nos motiva a continuar dia após dia, talvez o momentâneo calor que sentimos com o eventual toque de uma réstia de luz em nossos corpos flagelados, um farol de luz intensa que se principia no horizonte, aguardando para romper as nuvens com sua luz. Para não dizerem que não falei sobre cinema, recomendo no dia de hoje que assistam uma linda cena de um filme, que normalmente não é citado ao lado de medalhões como “Ao Mestre com Carinho” ou “Sociedade dos Poetas Mortos”, mas que contém um dos mais belos retratos sobre a importância imensurável de um professor, no sentido mais livre da palavra. Na história real “Marcas do Destino” (Mask – 1985), um jovem (vivido por Eric Stoltz) que sofre de uma rara deformação facial, encontra a plena aceitação e o amor nos olhos de uma jovem cega (vivida por Laura Dern). Ele ensina para ela o significado de palavras como: nuvens, vermelho e azul, utilizando a mesma tactilidade que o vitimiza diariamente. Sua personalidade carinhosa e criativa sofre com o toque das mãos, mas desta forma ele também ensina. Com um algodão macio, ele a faz visualizar uma nuvem. A sensação de uma pedra aquecida em suas mãos revela a beleza do vermelho, enquanto o toque gelado de uma pedra fria faz a jovem sentir pela primeira vez a cor azul. Rocky Dennis utiliza o mesmo despertar táctil que revela a ela a razão de sua insegurança, como uma forma de ensiná-la lições que ela nunca esquecerá. A sociedade hipócrita irá separá-los, mas a influência do jovem com certeza se manterá perene na vida da bela garota, inclusive quando as areias do tempo tratarem de torná-lo uma curiosa lembrança, perdida na escuridão. Parabéns a todos que realizam este essencial trabalho: influenciar vidas, sem esperar nada em troca. Bravo, professores (formais e informais)!
Posted on: Tue, 15 Oct 2013 23:01:48 +0000

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