MEDITATIO “Você é um caniço agitado pelo vento?” Mateus - TopicsExpress



          

MEDITATIO “Você é um caniço agitado pelo vento?” Mateus 11:7-19 A epígrafe acima faz parte do testemunho de Jesus sobre a vida de João , o Batista. Poucos são os testemunhos de Jesus sobre pessoas que marcaram a História, mas são inúmeras as palavras do Senhor sobre pessoas que significavam autênticos obstáculos à manifestação da Graça de Deus. Neste caso, Jesus era draconiano e usou um linguajar altamente significativo quando expunha-os e os censurava. Por exemplo , “ raças de víboras” , “ filhos do diabo” , “ sepulcros branquiados”, “hipócritas” e por aí vai. Em geral , tais expressões eram usadas quando se deparava com os fariseus, saduceus e representantes do Império do Mal, a Roma demoníaca nas afirmações joaninas registradas no Apocalipse.(Apocalipse 13) A referência supracitada carrega , com absoluta segurança, pressupostos observados por Jesus. O que queria Jesus dizer ? Ao examinarmos a vida do precursor, notamos alguns elementos. João , o Batista foi um ferrenho acusador da promiscuidade reinante na coorte de Herodes. Certa feita , pessoalmente , compareceu perante Herodes e disse-lhe: “Não te é lícito possuir a mulher do teu irmão Felipe!” É presumível que outras pessoas soubessem? O fato era público? Todavia , só João, o Batista, confrontou o Rei, ou seja, ele não dependia do que a sociedade pensava nem estava comprometido com a elite que apoiava e explorava os representantes de Roma.(Jo 11:47-54) Agora, em Julho, o folclore brasileiro está com o foco em João, mas totalmente alheio a esta cosmovisão. O interesse , em rigor, não é teológico, mas cultural, e diria mais, estritamente econômico. Todavia, a grande importância não estava na sua forma esquisita de se vestir, ou pelo fato de se alimentar de gafanhoto e mel silvestre, o que naquele contexto histórico, era algo comum. A grande relevância de João, o Batista, era o que o seu nome indicava; o homem que batizava e chamava o povo para uma vida de permanente arrependimento a fim de receber o perdão dos pecados. João em nenhum momento se diz ser o que povo supunha. Uma reencarnação de Elias como supõe o espiritismo? Ou o profeta vaticinado por Moisés? Ou , quiçá , o próprio Messias ? Não , nenhuma destas alternativas. Ele se considerava como reza o evangelista: “ Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor”. Ou seja, João pregava a necessidade do arrependimento, um abandonar o pecado e voltar-se para a Graça que perdoa pecados.(João 1:19-34) O arrependimento é um modus vivendi, não um ato isolado, momentâneo. Arrependimento é “ uma fazer o que Deus quer e desejar o que Deus faz” diria C.S.Lweis. Só há arrependimento onde houver o exercício da vontade, a compreensão da dimensão do ser pecador, isto é, a admissão interior de que vivemos à margem dos mandamentos de Deus. Em rigor, pecado é mais do que errar o alvo, é uma auto- agressão, uma vez que, viola princípios que Deus criou para a saúde da alma. E dizer o que João dizia, é viver sob a ameaça da morte. Isto foi o que aconteceu com João, com Jesus, os apóstolos todos e mais recentemente com Martin Luther King, Chico Mendes, e tantos outros que a História não registra. Acolher o Evangelho é candidatar-se ao martírio, uma vez que , denunciar o pecado nas suas mais variadas formas é uma contracultura. E isto dentro e fora da igreja. (I João 2:19) Apontar o dedo e denunciar o pecado é a coisa mais incômoda para o homem de hoje e de ontem. O meu desejo é que sejamos transparente na vivência do Evangelho e não esqueçamos o aviso solene de Jesus: “Ai de vós , quando todos vos louvarem! Porque assim procederam seus pais com os falsos profetas”.(Lucas 6:26)
Posted on: Thu, 25 Jul 2013 15:20:00 +0000

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