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MEU TCC...INCLUSÃO.. dislexia e outros distúrbios da leitura-escrita letras desafiando a aprendizagem O QUE SABEM AS CRIANÇAS QUE NÃO SABEM: O DIAGNÓSTICO DA DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM NA LEITURA E ESCRITA Lauro Lopes Pereira Neto (UNEAL) lauro.70@gmail Camila Amorim da Silva Rocha (UNEAL) Camila.pedago@hotmail RESUMO Este trabalho tem por objetivo sistematizar uma discussão acerca das Dificuldades de Aprendizagens de crianças na aquisição da leitura e escrita. Para se alfabetizar é preciso que a criança pense, reflita, raciocine, estabeleça relações, faça deduções, erre para poder acertar. Os erros cometidos pela criança na construção do conhecimento da escrita alfabética são erros construtivos. Quando esta é desafiada na leitura de um texto ela tem a oportunidade de confrontar suas hipóteses sobre: o falado e o escrito; a forma de organização dos registros gráficos; o que esses representam e para que servem. Levando-a a construir a idéia de que toda escrita tem um propósito, ser decodificada, analisada e assimilada. Este trabalho objetiva discutir e analisar as principais dificuldades apresentadas por crianças no processo de aquisição da leitura e escrita. Investigando a prática pedagógica de educadores e suas relações com o processo de ensino-aprendizagem. Deve-se, cada vez mais, compreender o papel da escola e levá-la a repensar o seu papel de formadora, fazendo com que a práxis dos educadores esteja direcionada a uma educação reflexiva para a construção da autonomia e identidade da criança. Palavras-chave: Dificuldades de Aprendizagens, Escola, Diagnóstico Os estudos e investigações realizados sobre as Dificuldades de Aprendizagens (DA) são importantes para que se possa ter uma compreensão das suas causas e 1 conseqüências com o objetivo de ajudar os pais e professores a identificar e ajudar a criança com DA e garantir-lhes condições para atingir o pleno desenvolvimento intelectual. Muitos profissionais expressam pareceres a respeito de um alto número de crianças com dificuldades de aprendizagem, mas não estimulam pesquisas sobre a identificação de métodos funcionais para reduzir o número de crianças que fracassam por falta de estímulo ou por não receberem assistência adequada, uma vez que, trabalhar de forma construtiva com crianças com DA requer muita responsabilidade. Investigar e intervir são variáveis para incentivar a criança afetada. No entanto, não basta apenas conhecer ou ter domínio de um método, é necessário conhecer a criança em seus aspectos pessoal e social, pois o estímulo pedagógico adequado gera uma facilitação da aprendizagem e a observação da criança dará ao Pedagogo o conhecimento das afinidades e das dificuldades da mesma. É neste sentido que buscamos compreender o comportamento e a forma de pensar das crianças com DA considerando proposições neurológicas, comportamentais e afetivas vinculadas ao processo de construção da leitura e escrita pela criança com dificuldade de aprendizagem. O estudo desenvolveu-se mediante pesquisa bibliográfica com o intuito de conhecer e analisar o referido assunto, organizando concomitantemente os dados obtidos. Um ponto que costuma entravar o desenvolvimento das crianças com dificuldades de aprendizagem são os diagnósticos errôneos e precipitados, onde na maioria das vezes essas crianças são rotuladas de preguiçosas e indisciplinadas por, em certas situações, apresentarem mal comportamento que, geralmente, advém da frustração de não conseguirem acompanhar, no mesmo ritmo do que seus colegas de classe, os conteúdo dados. Posto isto, cabe ressaltar a necessidade do desvelamento das dificuldades de aprendizagem e da busca por meios adequados para o suporte que a criança acometida requer. A CRIANÇA COM DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM A linguagem é fundamental para o sucesso escolar, pois leitura e escrita estão sobremaneira presentes nas disciplinas escolares. Visto que a aprendizagem se da através de condições adequadas de desenvolvimento, seja social ou escolar com oportunidades educacionais e culturais vivenciadas em processo de desenvolvimento estável.2 Assim, a criança com Dificuldade de Aprendizagem (DA) precisa de uma atenção especializada que busque novas alternativas a fim de entender que uma criança com DA é apenas uma criança que necessita de um apoio especializado e não um ser incapaz de viabilizar um aprendizado, proporcionando a participação e realização de todas as atividades. De acordo com Hout (2001) Apud Massi (2007:40), a World Federation of Neurology, na Europa, definiu a dislexia como “um transtorno da aprendizagem da língua escrita que ocorre apesar de uma inteligência normal, da ausência de problemas sensoriais ou neurológicos, de instrução escolar considerada adequada e de oportunidades socioculturais suficientes”. Atenção especial deve ser dada para evitar ações excludentes ou preconceituosas. É neste sentido que o professor precisa conhecer, não só o seu aluno, mas está informado sobre a dificuldade apresentada pelo mesmo, sabendo identificar suas necessidades educacionais especiais. Visto que, se uma criança passa por uma situação constrangedora em relação as suas capacidades intelectuais, isso pode ficar marcado como um trauma ou uma lembrança negativa para o resto da vida e é difícil apagar ou mesmo desviar a lembrança daquele incidente, pois “ao sentir-se ameaçado, o individuo acelera o metabolismo, antecipando a necessidade iminente de fugir ou de se defender”. (RELVAS, 2007, p. 48) fazendo com que elas travem e não consigam produzir, gerando um sentimento de frustração e envergonhamento perante a situação de não conseguirem acompanhar os conteúdos nas aulas como as crianças “normais”, em virtude disto muitas vezes se negam a escrever sentindo-se incapazes e/ou constrangidos por não conseguirem fazer igual aos colegas de classe. O meio familiar deve ser participante e ativo, não deixando toda a responsabilidade sobre a escola, pois apesar de a escola ser sim o lugar onde os sintomas eclodem, diagnósticos são apresentados e formas de tratamento são elaboradas, ela precisa da participação familiar. CONDEMARIN, (2006: 84) ao considerar o rendimento escolar associada-o à vida pessoal enfatizando o enorme impacto na vida emocional da criança e da sua família, que o êxito ou o fracasso nessa área determina, modificando não apenas o bem estar psicossocial da criança durante sua infância e adolescência, mas tem efeitos na sua imagem pessoal, que, por sua vez, repercute significativamente na sua vida.3 Isto nos faz perceber que toda criança precisa de apoio e, principalmente numa criança com alguma necessidade educacional especial, torna-se imprescindível, haja vista que o número de crianças com dificuldade de aprendizagem cresce expressivamente. Promover as capacidades de aprendizagem dessas crianças está atrelado a reduzir o número dos que fracassam, dos que evadem, e para isso precisamos trabalhar de forma construtiva para que se produzam modelos ou métodos que visem incentivar e enriquecer as intervenções com estímulos adequadas baseados em que “Nenhuma dificuldade de aprendizagem é unitária, exclusiva, conclusiva ou imutável. Cabe a educação a busca de alguns esclarecimentos sobre o problema. Ate surgir uma solução curativa definitiva, a educação é sempre uma terapia irrecusável e possível”.(FONSECA, 1995, p. 150) A escola que não intervém nem oferece serviços especializado obriga a criança a pagar um alto preço pelo seu descaso (da escola), então o trabalho de analisar e avaliar não foge as responsabilidades dos pais e deve ser um trabalho minucioso para que se opte por uma escola melhor, segundo Shaywitz, (2006, p. 224) a sociedade tende a ver as pessoas com deficiências não só como indivíduos inferiorizados, em geral confundindo uma deficiência de aprendizagem com retardo mental. Educação que abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.(BRASIL, 1996). Um apoio pedagógico aos alunos com dificuldade deve ser planejado desde o início do ano letivo, tendo como meta garantir a aprendizagem, o progresso cognitivo e, consequentemente, a alfabetização. É imprescindível que se análise, verifique e busque atender as diferentes necessidades de aprendizagem desses alunos, respeitando as suas diversidades e possibilitando o atendimento as suas especificidades, fazendo as adaptações possíveis para que diante da heterogeneidade destes, realize-se um trabalho de intervenção com um foco no avanço educacional e no bom aproveitamento dos conteúdos. Como desenvolver um trabalho adequado com crianças que apresentem os distúrbios de aprendizagem? Levar para o aluno uma intervenção pedagógica adequada é desafiador, porém possível. O trabalho deve ser contextualizado, trabalhar a cooperação entre os alunos 4 com propostas pertinentes, textos apropriados e objetivos definidos. Para tanto, planejar é crucial. A partir do planejamento é que se define e se elaboram todas as atividades, mediante a necessidade do educando e dos resultados pretendidos. Conforme afirma Relvas (2007) diversas dificuldades de aprendizagens poderão ser resolvidas ou amenizadas quando os educadores compreenderem os processos e os princípios das estruturas do cérebro, conhecendo e identificando cada área funcional, visando estabelecer rotas alternativas para aquisição da aprendizagem. Posto isso, não significa dizer que o professor precise entender todo o funcionamento cerebral do educando, mas que pesquise e conheça as noções das funções básicas que possam auxiliá-lo em situações de uma complexidade além das que está habituado. A CONSTRUÇÃO DA ESCRITA PELA CRIANÇA Numa sociedade totalmente visual a criança sente necessidade de aprender a ler e usar as letras, pois precisa dar significado ao mundo que a rodeia. Assim a escola precisa se tornar um ambiente alfabetizador acessível à criança para que ela possa interagir com esse mundo letrado. (...) se levamos em conta que, para crianças (...) os nomes são considerados como propriedades dos objetos (cf. Vigotsky, 1973), pode-se sustentar, então, que a escrita aparece como uma maneira particular de representar certas propriedades dos objetos (seus nomes). Visto que os nomes não são analisados enquanto palavras, mas enquanto propriedades dos objetos, o conceber a escrita como uma representação de nomes (de objetos) não exclui que outras propriedades desses mesmos objetos também apareçam na representação. (FERREIRO, TEBEROSKY, 1999, p. 146). Alguns pais se surpreendem, pois seus filhos nos primeiros anos de vida compreendem quase tudo que os rodeia, porém quando vão para a escola tem que se esforçar muito para aprender as letras, seus significados e seus sons. Como explicar que crianças que interagem bem com o mundo que a rodeia, não conseguem interagir com as letras? Se pudermos analisar iremos perceber que grande parte das crianças, no início da escolarização, tem algum problema de leitura, ou não lêem de acordo com a sua idade, série ou capacidade. Seria isso um problema da criança ou da escola? Para se alfabetizar é preciso que a criança pense, reflita, raciocine, erre para poder acertar, estabeleça relações, faça deduções ainda que nem sempre corretas. Que 5 erros como pensar que se escreve uma letra para cada sílaba são erros construtivos, isto é, erros necessários à construção do conhecimento da escrita alfabética. Para poder identificar o porquê do erro do aluno, para que se saiba também a maneira certa de corrigi-lo, precisa-se, antes de mais nada, saber o que se passa com esse aluno quando age de forma estranha. Segundo NUNES (2001) existem sete erros mais recorrentes na escrita das crianças que apresentam alguma dificuldade de aprendizagem, são eles: 1. Erros de transcrição da fala; 2. Erros por supercorreção; 3. Ausência da marcação de nasalização; 4. Erros por não considerar regras contextuais; 5. Erros ligados à origem da palavra; 6. Erros nas sílabas complexas; 7. Erros por troca de letras. A DISLEXIA EM CRIANÇAS COM DIFICULDADE DE LEITURA E ESCRITA A aquisição da leitura e da escrita pela criança é um processo complexo e no qual várias inquietações perpassam pela sua mente tais como: para que escrever? Como escrever? Todas as palavras escritas são iguais? O que as diferencia? O que necessitamos mostrar para a criança com dificuldade de aprendizagem é que leitura e escrita devem ter um significado em sua vida cotidiana e que não é apenas um amontoado de palavras soltas e estanques, que escrevemos para alguém ler e para tanto é preciso ter significado para que o leitor possa entender e se apropriar daquilo que está escrito. Diante disto, cada indivíduo coloca suas impressões na linguagem, principalmente na escrita havendo uma interação entre a pessoa que escreve e a palavra escrita, passando a demonstrar com sua escrita como compreende o mundo. – “(...) atitudes singulares durante o processo de apropriação da escrita manifestam o modo particular com que cada aluno-sujeito se relaciona com essa modalidade de linguagem, refletindo e atuando sobre ela.” (MASSI, 2007, p. 62) Quando se quer dizer uma palavra busca-se as letras, ordena-as para poder então expressá-la. O indivíduo disléxico não consegue tal façanha, por não ter o reconhecimento claro das letras. O seu sistema fonológico não processa os elementos sonoros de maneira satisfatória e faz “arranjos” utilizando para montar a palavra uma 6 letra que tenha o som semelhante à letra que deveria ser utilizada, daí surgem às trocas, o que não significa uma falta de compreensão da palavra dita ou escrita. O que acontece na leitura é que a decodificação não acontece naturalmente como na fala, e o que se observa nas crianças disléxicas é uma espécie de bloqueio no momento da conversão dos códigos alfabéticos em códigos lingüísticos. O processo de leitura consiste em dois grandes componentes: a decodificação, que resulta no reconhecimento imediato das palavras, e a compreensão, que, é claro, está relacionada ao significado.(SHAYWITZ, 2006, p. 51) É imperativo pensar e analisar como funciona o sistema alfabético de escrita, por isso a importância de entender que há “erros e erros” e que não podemos interpretar toda ausência ou excesso de letras como um distúrbio de aprendizagem. “A memorização imediata e o acesso rápido às palavras são especialmente difíceis para os disléxicos”.(SHAYWITZ, 2006, p. 54). A leitura depende do bom funcionamento cerebral, das suas conexões, se houver algum dano nos circuitos cerebrais à linguagem não se dará de maneira otimizada. No entanto, ainda é difícil pontuar as causas dos problemas de aprendizagem por conta da intrigante complexidade da formação cerebral. O DIAGNÓSTICO PRECOCE DE CRIANÇAS COM DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM DA LEITURA
Posted on: Wed, 18 Sep 2013 14:35:07 +0000

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