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Mensalão espanhol de volta Denúncias de corrupção que atingem presidente do governo e escândalos que enfraquecem a monarquia não ajudam a melhorar ânimo dos espanhóis Levantamento do Centro de Pesquisas Sociológicas da Espanha descobriu que, depois do desemprego, o que mais preocupa os espanhóis hoje é a corrupção. O primeiro é um velho e temível conhecido, decorrente do estouro da bolha imobiliária que vinha dos anos 90 e da crise financeira internacional iniciada em 2008. Ele atinge 27% da população ativa, ou 4,7 milhões de pessoas. A segunda vem se impregnando nas instituições mais representativas da vida espanhola: a monarquia e o governo central. Ambos são responsáveis pelos elevados níveis de desilusão e frustração no país, onde surgiu um dos principais grupos modernos de protesto — Os indignados. O governo de centro-direita do Partido Popular, à frente o presidente Mariano Rajoy, esforça-se para não ir a pique diante das novas revelações sobre o caixa dois das campanhas do PP. Com características de um mensalão espanhol, elas destacam o tesoureiro Luis Bárcenas e atingem diretamente Rajoy, que recebeu ilegalmente € 25,200 anuais de 1997 a 2008, € 25 mil em 2009 e € 20 mil em 2010. Bárcenas, que tem € 48 milhões na Suíça, foi preso em junho, sem direito a fiança. Mas Rajoy, que já se viu às voltas com essas denúncias antes, se nega a renunciar. O PSOE, na oposição, esperneia e quer propor uma moção de desconfiança ao governo, mas não tem votos suficientes para aprová-la. Ele foi governo até 2011, quando os espanhóis, já cansados da crise e das correspondentes medidas de austeridade, enxotaram o presidente José Luis Zapatero e elegeram o PP de Rajoy. O PSOE tem telhado de vidro: quando eleva a voz, seus rivais trazem à tona o caso ERE, uma fraude bilionária no fundo dos desempregados da Andaluzia, que atinge o presidente regional do partido. A monarquia ganhou crédito com o papel do rei Juan Carlos na transição da ditadura franquista para a democracia. Mas até ela desandou. Quando os espanhóis se deram conta, o rei estava ferido, sem maiores consequências, numa caçada a elefantes em Botswana, África, ele que foi presidente honorário da ONG de defesa animal WWF Espanha. A viagem não fora divulgada, assim como também a companhia real: a princesa alemã Corinna zu Sayn-Wittgenstein, que viria a ser uma de suas amantes. A infanta Cristina, segunda filha do rei, acabou, por sua vez, envolvida nas falcatruas do marido, o basco Iñaki Urdangarin, acusado do desvio de € 6 milhões de fundos públicos a um instituto sem fins lucrativos que foi presidido por ele. É um grande teste para as instituições espanholas, que funcionam a contento até aqui. Elas deverão encaminhar soluções para a atual crise política. A Justiça precisará punir exemplarmente os casos de corrupção. A monarquia precisa reconquistar o apoio dos súditos. Os espanhóis necessitam de boas notícias para espantar o desânimo. Elas poderão vir da economia, que começa a dar sinais de que poderia respirar sem a ajuda de aparelhos. A ver. 18/07/2013
Posted on: Fri, 19 Jul 2013 00:57:48 +0000

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