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NOTÍCIAS 30/05/2012 | 21h40 receber noticias por email | indique esta notícia | tamanho da fonte a- A+ Comerciais Paccar replica modelo da DAF no Brasil Manufatura, produtos e distribuição serão baseados na divisão holandesa da companhia PEDRO KUTNEY, AB | De Eindhoven (Holanda) Harrie Schippers, presidente da DAF Trucks: Na sede da DAF em Eindhoven, na Holanda, atualmente o Brasil está entre os três principais assuntos do dia a dia da diretoria e engenharia da empresa. Isso acontece porque a americana Paccar, que comprou a octogenária fabricante de holandesa de caminhões em 1996, entregou à sua subsidiária europeia boa parte do projeto de sua fábrica brasileira – que começou este ano a ser construída em Ponta Grossa (PR) e deve iniciar a produção no segundo semestre de 2013, após receber investimentos de US$ 200 milhões (leia aqui). Os modelos de manufatura, produtos e distribuição são baseados nos padrões da DAF, a começar pelo nome: DAF Caminhões Brasil Representação e Serviços Ltda. “Diria que aproximadamente 10% do tempo da diretoria atualmente são dedicados aos assuntos da operação brasileira”, diz Harrie Schippers, presidente da DAF Trucks. Hoje cerca de 40 pessoas em Eindhoven, das áreas de engenharia de produto, manufatura e compras, trabalham no projeto Brasil. Segundo Ron Borsboom, diretor de desenvolvimento de produto, os maiores desafios agora são adaptar suspensões e motores à realidade das estradas e combustível brasileiros, além de elevar rapidamente o número de fornecedores locais de componentes para os caminhões que serão produzidos em Ponta Grossa – é preciso começar com no mínimo 60% em peso e valor para poder financiar os veículos com os planos atrativos do BNDES/Finame. Para adaptar produtos, em 2011 um caminhões DAF rodou milhares de quilômetros pelo Brasil para mapear as esburacadas estradas brasileiras e suprir a engenharia na Holanda com dados para a recalibração de todas as suspensões. Este ano chegaram mais quatro pesados XF que foram emprestados e vão ficar no mínimo um ano com frotistas no Mato Grosso e São Paulo. O plano é chegar a 15 veículos de testes até o fim deste ano. “Não fazemos isso para convencer o frotista a comprar nossos modelos, mas para testá-los ao máximo, para que estejam completamente adaptados ao País quando começarmos a vendê-los no mercado brasileiro”, explica Michael Kuester, diretor comercial da DAF Brasil. O modelo de manufatura no Paraná seguirá os padrões da DAF na Holanda, mas com níveis de robotização e verticalização muito menores. Em Eindhoven são usados muitos robôs nos 700 metros da linha, para compensar a falta de mão de obra especializada, o que parece não ser problema em Ponta Grossa. E para atingir os níveis de nacionalização exigidos no mercado brasileiro, será obrigatório abrir mão da produção própria de muitas partes, para compra-las de fornecedores locais já instalados – como é o caso, por exemplo, dos eixos, que serão feitos no Brasil pela Meritor e Suspensys, e das cabines, encomendadas à Automotiva Usiminas, ao contrário da estratégia adotada na Europa, onde a DAF produz eixos e cabines na sua fábrica de Westerlo, na Bélgica. Na Holanda, além da montagem final dos caminhões, a DAF faz motores, todas as partes estampadas (pequenas e grandes), monta as travessas dos chassis e fabrica até as coroas e pinhões dos eixos de tração. MOTOR HOLANDÊS, BLOCO BRASILEIRO O processo de homologação está adiantado: na semana passada técnicos do Inmetro já estiveram no centro de testes em Eindhoven. Seguindo a legislação brasileira de emissões Proconve P7, eles vieram certificar (estranhamente, usando diesel S50 europeu) o motor Paccar MX Euro 5 de 12,9 litros, que é produzido na Holanda e será enviado a Ponta Grossa em versões de 410 e 460 cavalos para equipar o pesado DAF XF brasileiro, que começa a ser feito em 2013. “Temos capacidade suficiente aqui para fornecer, por isso não é necessário no momento investir em uma fábrica de motores no Brasil”, diz Schippers. Mas os motores que serão enviados ao Brasil terão boa porção brasileira: a DAF vai comprar da Tupy, de Santa Catarina, os blocos de ferro fundido em liga de ferro-grafite usados no propulsor. “Essa é uma forma de ganhar em peso na localização de componentes para os caminhões brasileiros”, explica Schippers, em alusão ao fato de que o BNDES considera peso e valor dos componentes para identificar o índice de nacionalização mínimo de 60% para concessão dos financiamentos pelo Finame. Mas isso não significa que os blocos da Tupy serão usados só nos motores enviados ao Brasil. “Podemos usar para todos os modelos feitos aqui, dependendo da competitividade dos custos”, conta o executivo, informando que já este ano, mesmo antes do início da produção no Paraná, deverá comprar cerca de 2 mil blocos da fundição catarinense. Atualmente o maior fornecedor do componente para a DAF está na Alemanha. A DAF se tornou uma referência em motores para o grupo Paccar. Os caminhões Peterbilt e Kenworth, fabricados nos Estados Unidos e México, só usavam motores da Cummins até dois anos atrás, quando a companhia inaugurou uma fábrica própria em Columbus, Mississipi, que hoje produz o MX projetado pela DAF e fornece cerca de 30% dos propulsores usados pelas duas marcas. Já a DAF fabrica seus próprios motores em Eindhoven, Holanda, desde 1957 – antes disso usava os da inglesa Leyland, que passou a produzir sob licença. Na última década, a DAF construiu uma boa reputação de robustez e economia em torno de seus motores na Europa, projetados para rodar 1,6 milhão de quilômetros. “Fomos os primeiros a introduzir os turbocompressores de duplo estágio com intercooler, o que tornou nossos motores mais econômicos do que os da concorrência”, explica Ron Borsboom. Assim, com engenharia própria, a criatura acabou engolindo o criador: em 1998 a Paccar/DAF comprou a Leyland, de quem antes usou a tecnologia de motores. Hoje, na antiga fábrica da Leyland em Lancashire, Inglaterra, são montados os caminhões leves da linha DAF LF. CRESCIMENTO NA EUROPA, ESTRATÉGIA PARA O BRASIL Com a reputação de motores confiáveis e econômicos e cabines amplas e confortáveis, além da rede de 1,1 mil pontos de venda e manutenção, a DAF vem ganhando importantes pontos de participação na Europa. De última colocada no mercado europeu de caminhões em 1998, com fatia pouco menor de 10%, a marca holandesa subiu para 14,2% em 2011, com cerca de 50 mil unidades, e hoje é a terceira mais vendida na União Europeia, atrás das alemãs Mercedes-Benz e MAN. Considerando só as vendas de cavalos mecânicos, a DAF foi a primeira no ano passado, com 28 mil emplacamentos na região. É essa reputação da DAF (e possivelmente o bom desempenho) que a Paccar espera replicar no Brasil. “Somos conhecidos na Europa por fazer produtos de primeira linha e vamos competir principalmente com os modelos da Volvo e da Scania no mercado brasileiro”, informa o diretor comercial Michael Kuester. “Os grandes clientes do mercado brasileiro já conhecem a marca. Precisamos nos apresentar agora para as médias e pequenas empresas.” A expressiva queda das vendas no País, após a adoção dos padrões de emissões Euro 5 neste ano, parece não preocupar. “Não estamos no Brasil por causa do mercado de 170 mil unidades no ano passado, nem por 200 mil, mas pelo nível de 300 mil/ano que deverá ser alcançado no futuro. Existem muitos projetos de infraestrutura em andamento que vão necessariamente consumir muitos caminhões”, avalia o executivo. A intenção é ganhar 10% de participação. “Não poderia haver momento mais apropriado para nos instalarmos no Brasil”, afirma o presidente da DAF, Harrie Schippers. “Lançamos um novo motor Euro 5, o melhor que já fizemos. Portanto, estamos preparados para atuar no mercado com um ótimo produto quando as vendas voltarem ao normal. Há muitos ingredientes para o sucesso no Brasil”, confia. Tags: Paccar, DAF, caminhão, investimento, Ponta Grossa, Eindhoven, Holanda, EUA. 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Posted on: Sun, 25 Aug 2013 23:27:00 +0000

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