Nada mais insosso e estranho que uma Marcha pela vida, ou pela paz, ou contra a corrupção. Como se esses males fossem de existência concreta ou como se emanassem de alguma instituição determinada ou determinável. Marcha-se por direitos civis, por direitos individuais, por minorias, para demonstrar que essa minoria está unida, existe, sabe o que quer contra um oponente maior ou mais organizado. Neste sentido foi que as mulheres marcharam para terem mais direitos, que estudantes marcharam pela redemocratização, no Brasil ou no Egito. Marcha-se pra conseguir apoio a uma causa difícil. Pergunto: quem é contra a vida, de uma maneira absoluta, ou mesmo relativa? Nem mesmo um assassino é contra a vida. Nem mesmo um terrorista, homem-bomba é contra vida. Ele crê, outrossim, que está legitimado (equivocadamente, é claro) a cometer violência em nome de algo maior, e, por vezes até mesmo em nome da vida, ou como contrapartida a medidas que lhe cercearam esse mesmo direito à vida que agora ele suprime. Ato inócuo e de patente desperdício que não encara com franqueza os verdadeiros problemas sociais e humanos.
Posted on: Tue, 03 Sep 2013 01:13:47 +0000
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