Não adianta! Por mais que eu deseje o tempo não vai voltar atrás. Não vai dá a louca no relógio e os ponteiros não começaram a rodar ao contrário. Nada é anti-horário! A porta se fechou e ele partiu, como quem parte pra sempre. Não houve tempo pra dizer adeus e eu vou me lembrar dele cada vez que houver tardes de céu nublado. Há desesperança em cada canto da casa, em cada lugar, nos grãos de poeira. Há desesperança, mas há certezas, uma delas a de que o tempo não volta jamais. Então ele se foi e deixou a dor morando aqui, em cada cheiro, cada lembrança. Perder é uma dor. Será preciso morrer pra continuar vivendo? Eu morri quando ele cruzou as portas e se foi sem olhar pra traz. Mas ainda há seu cheiro numa velha canção, dentro de um livro, em cada página não lida. Há sua lembrança em cada verso, em cada canção. Nos poemas que eu lhe dediquei e ele nunca leu. Ele se foi! E ficamos aqui a saudade e eu, ambos desfrutando da companhia vazia do outro.
Posted on: Thu, 31 Oct 2013 21:59:28 +0000
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