O Brasil tinha tudo para ser um País que beirasse a perfeição. Uma terra em que tudo que se planta dá, com uma natureza linda e sem grandes fenômenos (quando acontecem são por culpa do homem), com uma infinidade de recursos naturais e habitado por um povo solidário, feliz, guerreiro e de bom coração. Para muitos, a notícia de que o Supremo Tribunal Federal decidiu, pela maioria dos votos, retomar o julgamento do Mensalão e criar a possibilidade de 12 réus terem direito à nova análise de seus crimes, foi apenas mais uma nos telejornais, em meio a tantas tragédias e casos sem solução. Mas não. Ao meu ver, é a confirmação de um caminho sem volta. Hoje vemos a impunidade em um grau irreversível. Não vejo mais como tirar tantos corruptos do poder, em todas as suas escalas. Se alguém tenta fazer um trabalho decente e baseado em seus princípios e caráter - como o ministro Joaquim Barbosa -, logo é calado pela força dos que atuam para afundar o País de vez. Ele mesmo vem se mostrando desiludido, impotente. E é assim que a gente se sente também, quando vemos que ninguém nos representa de fato. Não temos mais a quem recorrer ou em quem acreditar. O Brasil está se tornando uma nação de pessoas sustentadas por bolsas-auxílio. De famílias dilaceradas por desequilíbrios emocionais em último estágio e pela falta de justiça. De uma juventude que tem força, mas que se perde no momento de reinvidicar os seus direitos. De uma geração que valoriza mais a bunda do que o cérebro, mais os modismos do que a cultura, mais o dinheiro e as posses do que a educação. Falta tudo: igualdade social, justiça, leis que protegem os cidadãos de bem, coerência na cobrança dos impostos, políticos honestos, serviços que atendam às imensas e urgentes necessidades da população e, acima de tudo, brasileiros que se unam para reverter o caos que se tornou este País. Mas sabe o que desanima? Pensar que, nas próximas eleições, tudo vai continuar igual. Que os capítulos da novela das 9 e os lances mais polêmicos dos campeonatos de futebol continuarão sendo a tônica das conversas nas rodinhas. Que o Carnaval, a Copa do Mundo ou o último e boçal hit da moda permanecerão fazendo as pessoas insana e idiotamente felizes. Me sinto muito triste por ter perdido a esperança. Por não acreditar mais na mudança. E por não saber explicar ao meu filho, quando chegar a hora, como foi que o Brasil acabou.
Posted on: Thu, 19 Sep 2013 01:10:41 +0000
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