O SENADOR PEDRO SIMON SE DISSE ESPANTADO COM A FALTA DE FIRMEZA DA - TopicsExpress



          

O SENADOR PEDRO SIMON SE DISSE ESPANTADO COM A FALTA DE FIRMEZA DA PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF: - Pedro Simon aponta incompetência do governo em casos de corrupção. "Só pode ser chamado de incompetente um Estado que se deixa roubar tão facilmente e, quase sempre, em cifras astronômicas. Isso precisa ser reafirmado: os valores da corrupção no Brasil são sempre inacreditáveis", criticou o senador. - Para Simon, os casos de corrupção no Brasil são tão rotineiros, que não se dá mais atenção. O senador diz acreditar que as denúncias não são levadas a sério porque a população sabe que não vai acontecer nada e que os responsáveis ficarão impunes. Além disso, apontou o senador, dificilmente o dinheiro desviado volta aos cofres públicos. A ideia de comparar patrimônio suspeito com a renda de seu proprietário é apreciada por Pedro Simon: Para Simon, é comum encontrar no país funcionários públicos, empresários e políticos com bens incompatíveis à sua renda – servidores com salários de R$ 15 mil mensais que aparecem com casas de R$ 15 milhões, carros importados no valor de R$ 1 milhão. Com a mudança na lei sugerida pela comissão de juristas, a origem do patrimônio passaria a ser comprovada com muito mais facilidade, sem CPI, inquérito ou investigação, apenas com a análise das declarações de Imposto de Renda. O senador deu um exemplo que acredita ser rotineiro: o servidor que ganha o mesmo que o colega de trabalho, ou o vizinho que sempre morou na mesma quadra, e, de repente, consegue uma casa dez vezes melhor, passa a viajar para Europa todo ano com a família, compra carro importado. De onde viria o dinheiro? “Pega a declaração do Imposto de Renda: quanto é que ele somou e quanto é que ele pagou pela casa? Pela casa, ele pagou R$ 5 milhões; a soma do que ele ganhou dá R$ 1 milhão. De onde é que veio o resto? A sogra morreu e deixou dinheiro; a mãe morreu e deixou dinheiro; pode até ter ganhado na loteria. Ele vai explicar. Explicou, está explicado. Não explicou, o Fisco pega a casa de volta”, defendeu o senador, registrando que dinheiro roubado no Brasil não retorna ao Tesouro. Pedro Simon termina seu mandato de senador em janeiro de 2015 e não concorrerá as eleições de 2014. Pedro Simon foi considerado um novo homem após o incidente de 1984, onde morreu um de seus filhos e em seguida a sua mulher que entrou em depressão de tal natureza que não se recuperou. Fez uma espécie de voto de pobreza: passou os bens para os filhos. Teve fôlego para enfrentar os sacrifícios de uma peregrinação a pé pelo sertão nordestino, rumo ao santuário erguido em homenagem a São Francisco em Canindé, no Ceará, porque queria experimentar a penitência, o cansaço, o jejum. ////////////////////////////////////////////////////////////////// PEDRO SIMON FALOU SOBRE OS ÚLTIMOS MOMENTOS DE JANGO NA PRESIDÊNCIA (GOLPE DE 64): Um mês antes do golpe de março de 1964, o senhor ouviu um desabafo do ainda presidente João Goulart sobre as cobranças que ele vinha sofrendo para apressar as chamadas reformas de base. Em que termos foi feito este desabafo ? Pedro Simon: "Já foi no final. Jango marcou com a gente às dez da noite no Palácio do Alvorada. Chegamos lá às dez. Quando ele chegou, era meia-noite. Ficamos até as seis da manhã. E ele desabafou. Começou a "chorar", magoado. Disse: "Pelo amor de Deus, será que eu mudei, será que não quero fazer as coisas ? Mas estou cercado de tudo que é lado ! É a Igreja, é o poder militar, são os empresários, é a mídia, é até a classe média - uma campanha de rebelião ! E alguns querem que eu faça tudo como projetamos ! Que eu faça cem por cento assim. Não dá! Se eu fizer, caio na hora ! O que estou propondo, o que estou discutindo é o que vamos fazer. Por exemplo: reforma agrária. Nós vamos fazer trinta por cento do que prometemos. Quando chegar a hora de implantar, eu boto mais vinte. Quem vier depois não voltará atrás. Vai ter de caminhar adiante". É o que ele dizia". GMN: Qual era a queixa mais séria que o então presidente João Goulart fazia em relação à falta de apoio político que ele tinha ? Pedro Simon: "Todas as forças - desde as reacionárias, as extremistas - até forças - digamos assim - conservadoras que nunca tiveram participação em radicalismo e em golpe dessa vez estavam todas fechadas. A Igreja, com aquela campanha de "Deus, pátria e família" tinha se movimentado de tal maneira que era quase uma unanimidade. A imprensa toda ! A classe empresarial, os industriais - toda. Faltou alguém ? E o Exército, as Forças Armadas. Jango estava reduzido a uma base de esquerda, rachada em dez tipos de decisões :"Vamos fazer isso, vamos fazer aquilo" . E o outro lado estava unido e coeso de uma maneira total". GMN :O senhor testemunhou um momento dramático : o instante em que o então presidente João Goulart decidiu que não iria lutar para permanecer na presidência. O que é que ele disse, exatamente ? Pedro Simon: "Ficamos no aeroporto, em Porto Alegre, de meia-noite às duas e meia da madrugada, quando o avião de Jango chegou. Fomos todos para a casa do comandante do III Exército - que disse: "Presidente, estou à sua disposição. Nós - do III Exército - estamos aqui. A decisão é sua !". Brizola já estava insistindo em fazer um movimento. Brizola queria que Jango o nomeasse ministro da Fazenda e nomeasse o general Ladário Teles, comandante do III Exército, como ministro da Guerra, para começar, naquela madrugada, a caminhar. Deu para sentir que Jango não tinha nenhuma simpatia pela nomeação de Brizola como ministro da Fazenda. Em Ladário ele confiava, mas dava para ver que Ladário não era um daqueles generais de convivência com o presidente da República. Não tinha uma credibilidade, não era um nome de força que pudesse representá-lo em muita coisa. Representava porque estava no comando do III Exército". GMN: O senhor diz que, neste encontro com o Presidente João Goulart, Leonel Brizola pediu para ser nomeado ministro da Fazenda e o general Ladário, ministro da Guerra. Por que exatamente Brizola queria ser ministro da Fazenda, naquelas circunstâncias ? Pedro Simon: "Você faz uma pergunta que cada um responderia de um jeito. Vou responder com a interpretação que tenho, mas com certeza absoluta : ali, naquele momento, para ser uma coisa para valer, se Brizola assumisse o ministério da Fazenda não por convite de Jango mas por imposição própria e se o general Ladário assumisse o ministério da Guerra, haveria um movimento em que Brizola é que assumiria o comando. Caso contrário, se ele fosse, por exemplo, ministro da Justiça, não iria ter um tostão, não iria ter poder nenhum. Mas ele como ministro da Fazenda, com o ministro da Guerra ao lado, poderia tentar fazer alguma coisa. Isso deve ter assustado um pouco Jango : até que ponto Brizola iria nessa caminhada". GMN: Que reação o presidente João Goulart teve quando soube que a presidência da República tinha sido declarada vaga ? Pedro Simon: "A reação de Jango foi de profundo abatimento. Digo uma coisa interessante: Jango não estava com fisionomia de derrotado ou de medo ou de temor. Estava com uma fisionomia firme". GMN: Alguém tentou convencer o presidente João Goulart, além de Leonel Brizola, a resistir ? Pedro Simon: "O ímpeto de resistir existia. O que deixava a gente preocupado era quando Jango dizia: "Eu sei que a Sétima Frota está ali do lado, pronta para intervir, querendo intervir ! Pelas informações que a gente tem, ela quer fazer tudo para intervir, porque acha que este é o momento de fazer a limpeza que quer fazer no Brasil. E não sei se temos condições de resistir". Isso deixava a gente também assustado. Uma coisa muito interessante é que, no início, a reunião foi democrática. Ficamos todos na sala de estar do comandante do III Exército. Havia um hall de entrada grande. Estava todo mundo ali. Depois, alguns foram para a sala de jantar. Em seguida, foram para o quarto do comandante. E, no fim, estavam Jango, Brizola e já não lembro quem no banheiro. E aí nunca mais vi Jango - que saiu pelos fundos e foi embora". GMN: O senhor confirma, então, que o ainda presidente João Goulart tinha informações sobre a iminência de uma intervenção americana no Brasil, em 1964? O senhor ouviu referências de João Goulart a este perigo ? Pedro Simon: "Nesta madrugada, na casa do comandante do III Exército, Jango foi enfático: "Estão ali - preparando". E, no Palácio do Alvorada, quando estivemos com ele, Jango disse a mesma coisa. Só não disse tão enfaticamente : "Estão aqui, esperando para entrar". GMN: É historicamente correta a afirmação de que o então presidente João Goulart não resistiu exclusivamente porque queria evitar derramamento de sangue ? Pedro Simon: "Absolutamente certo. Jango sentiu que as coisas estavam se precipitando. Ia ser algo muito grave - que fugiria do controle". GMN: O senhor chegou a ouvir alguma referência do então presidente João Goulart sobre o medo que ele tinha de que houvesse derramamento de sangue no Brasil ? Pedro Simon: "Jango disse que não estávamos preparados para um golpe de estado. Ficou convencido de que a frota americana estava "ali do lado" e a guerra civil seria uma realidade. Eu diria com toda sinceridade que Jango teve coragem. Não foi um ato de medo : teve o peito de dizer : pago um preço mas não quero ver o que pode acontecer com o Brasil". ///////////////////////////////////////////////////////////////// Fontes: 1) cenariotocantins.br/principal/pedro-simon-riqueza-incompativel-com-renda-pode-ser-sinal-de-corrupcao/ 2) diariodepernambuco.br/app/noticia/politica/2013/09/30/interna_politica,465162/pedro-simon-aponta-incompetencia-do-governo-em-casos-de-corrupcao.shtml 3) g1.globo/platb/geneton/2013/07/06/as-confissoes-de-pedro-simon-a-decisao-de-dar-adeus-ao-senado-o-dialogo-decisivo-com-um-arcebispo-num-momento-de-dor-e-a-lembranca-da-madrugada-em-que-o-presidente-da-republica-foi-derrubado/ 4) zerohora.clicrbs.br/rs/politica/noticia/2013/07/carlos-rollsing-pedro-simon-se-retira-das-disputas-eleitorais-4192014.html _Tadashiro
Posted on: Mon, 07 Oct 2013 03:36:18 +0000

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