OS QUE SE ACHAM DONOS DO POVO Blog do Noblat - O Globo "Os donos do povo". Por Mary Zaidan Donos das ruas, dos movimentos sociais, da esquerda, do “progressismo” e do “politicamente correto”, o PT e seu governo se veem cada vez mais enrascados por atos que chamam de espontâneos, que repudiam seus cabrestos. Quase nĂŁo conseguem esconder o Ăłdio – como as manifestações iniciadas pelo Movimento Passe Livre (MPL) bem mostraram - de qualquer coisa que possa ter sido gerada fora de suas hostes. E metem os pĂ©s pelas mĂŁos quanto tentam politizá-las Ă sua maneira. Por pouco nĂŁo criaram mais um caroço no já grosso angu na quinta-feira, na manifestação nacional convocada pelas centrais sindicais. Ainda que sem o ĂŞxito esperado pelos seus lĂderes – atĂ© porque Ă© difĂcil protestar contra um governo aliado -, o Dia Nacional de Lutas conseguiu interditar rodovias e incomodar o trânsito de grandes cidades. Os petistas foram previamente contidos. Mas queriam porque queriam defender o finado plebiscito para a reforma polĂtica, ideia marqueteira defendida por Dilma, sepultada um dia antes pela Câmara dos Deputados. Todos aqueles que receberam votos – governantes e parlamentares de todas as esferas -- atropelaram-se a correr atrás dos prejuĂzos que pareciam nĂŁo enxergar antes da grita das ruas. Alguns mais desarvorados. Na base da tentativa e erro – sem jamais admitir erros –, o governo Dilma arriscou de tudo um pouco. Cinco pactos requentados, Constituinte exclusiva, plebiscito, importação de mĂ©dicos, extensĂŁo do curso de Medicina para oito anos, com atendimento compulsĂłrio no SUS. Tudo isso em menos de trĂŞs semanas, como se o mandato tivesse começado ontem e terminasse antes do amanhecer. Governar de fato, planejar polĂticas de investimentos e executá-las, impedir a gastança e o desperdĂcio, nem pensar. No Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) travestiu-se de paladino da Ă©tica. Na Câmara, o tambĂ©m peemedebista Henrique Eduardo Alves (RN) assumiu a mesma tarefa. Acredite-se ou nĂŁo, ambos poderiam ter tido algum sucesso nĂŁo fosse a folia com voos da FAB. Como sempre e mais uma vez, as mordomias falaram mais alto do que qualquer voz da rua. É onde mora o perigo. O PaĂs acorda, clama, protesta. Os governos atendem com presteza Ă reivindicação imediata. Congelam as tarifas de transportes urbanos – com custos severos para todos os contribuintes - e o resto torna-se difuso, sujeito a todo tipo de manipulação dos que se sentem proprietários da vontade popular. E mais: como sĂŁo tantos e todos os dias, os protestos começarĂŁo a incomodar, a atrair antipatias. Ao final e ao cabo o PT e os seus farĂŁo o que puder para que tudo se resuma aos 20 centavos. É nisso que apostam os que se acham donos do povo.
Posted on: Sun, 14 Jul 2013 21:47:26 +0000
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