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Para quem gosta de ler. Leia ereflita. A ANORMALIZAÇÃO DOS SUJEITOS: O DISCURSO E A CONFECÇÃO DO PRESENTE. Tiago Teixeira Melo RESUMO Este artigo procura discutir a questão da anormalidade dos sujeitos em três tempos diferentes dentro da história brasileira. Como se cria a anormalidade e quem define quem são os anormais, são pontos cruciais desta pesquisa. O discurso e aconfecção do presente são os focos principais, colocadosde uma maneira que deixa bem clara a possibilidade das verdades presentes serem fruto da nossa prórpria vontade flexionada com a força do logos presente.Podendo refletir os nossos desejos moldados dentro de uma prática constante da disciplina atuando sobre os nossos corpos, e nos induzindo a pensar e aceitar a ordem dos discursos. Palavras chave: anormalidade; confecção do presente; discurso; verdade. INTRODUÇÃO Diante dos conflitos vividos pela sociedade brasileira no momento presente de sua história, carcterizados pela vicolência e que começam a ser travados com um ímpeto implacável, fica praticamente impossível não discutir o papel da sociedade e do estado nesta situação. O estado que a história costuma nos mostrar regularmente tem como característica agir de acordo com a situação, o que nos faz repensar se nossas práticas sociais e as nossas construções através das nossas relações atuais que ajudam e intensificam a solidificação do discurso, é realmene aquilo que queremos, ou constantemente estamos apenas representando o papel que nos é determinado? Se estamos apenas atuando não temos condições de discenir o que é a verdadeira realidade, e também não seria esta a nossa finalidade dentro deste quadro complexo que a ordem nos impõe. Estas constuções a que me refiro, são as construções do discurso dominante e o poder que este temmanifestado sobre os sujeitos, fazendo com que estes coloquem em prática a verdade mostrada e buscada em determinados momentos históricos. No texto abaixo é possível encontrar três exemplos de manifestação deste poder em conjuto entre o estado e a verdade do momento, agindo diante dos corpos dos sujeitos que estão dominados pela ordem do discurso. A ANORMALIDADE A anormalidade do sujeito é tratada aqui e caracterizada apartir daquele sujeito ou daquele grupo que de acordo com o momento é considerado sem norma, contrário às regras, em suma, um ser iregular e por ser irregular existe toda uma pressão para que estes sejam regualrizados eportanto normalizados para assim não destruírem a ordem vigente. Se a todo momento estamos mudando e buscando algo diferente que consiga dar conta e responder a nosssas inquietudes de uma meneira satisfatória, e de um modo que consigamos acreditar nesta verdade, quem garante que não sacrificamos algo ao entrarmos nesta empreitada? Constantemente mudamos de hábito, mas como existem inúmeras culturas dentro de uma cidade, de um país, de uma continente, do mundo, ou pelo menos de uma grande parcela dele como normalmente acontece, a todo momento estamos negando outras caraterísticas, a todo monento enterramos outras verdades ao ditarmos a nossa. Algumas vezes este tear acaba tendo que desdobrar a sua produção para dar conta de fatos que acontecem e são capazes de balançar a ordem seguida, como se fosse um tiro no prórpio pé. Na consquista das terras americanas pelos europeus po exemplo, que por muito tempo solidifcaram a suas práticas sociais dinate de instituições incapazes de sofrer qualquer arranhão mesmo diante da reivindicação dos sujeitos, mesmo que averdade chagada até eles fosse de uma maneira quase que sagrada e deivina. Mesmo assim existiram lutas e guerras, mas não se conseguiu ultrapassar as barreiras impostas pelo discurso dominate. No período dos “descobrimentos”, outros discursos passaram a entrar em cena procurando atalizar o as instituições operantes e mantenedoras da ordem. Podemos até não admitirmos que algo assim seja possível, mas temos que nos esforçar e muito para aceitarmos a ordem imposta pela dominação ao continente americano e posteriormente a sua consolidação através da prárica do escravismo principalmente no Brasil, e não nos revoltarmos contra a lógica deste discurso. Estes momentos históricos tiveram os seus sujeitoscapazes de burlar os entraves que condicionam o grande grupo, ganhando um aspecto anormal assim que conseguiram exeteriorizar a sua verdade que por sua vez estava em dissonância com a dita sociedade normal. Como exemplo lembro-lhes dos escravos que se revoltavam ou fugiam para as matas formando resistências contra a crueldade imposta contra eles, e mesmo assim eram vistos como anormais por não aceitarem a condição de infereioridade e incapacidade que o discurso verdadeiro impunha sobre eles. O DISCURSO “Suponho que em toda sociedade a produção do dsicurso é ao mesmo tempo controlada, selecionada, organizada e redistribuída por certo número de procedimentos que têm por função conjurar seus poderes e perigos, dominar seu acontecimento aleatório, esquivar sua pesada e temível materialidade.”[1] Como Foucault escreve, constantemente excluímos e interditamos as outras verdades para podermos praticar o discurso dominate. O discurso é aquilo que vem antes de qualqer sujeito, que está nos manuais das instituições, na forma como você deve se vestir em tal lugar, ou como deve se caracterizar e falar para fundamentar a posição que em se encontra, respeitando assim toda uma série de ordens que hierarquicamente e historicamente, são capazes de dar suporte ao discurso dominatnte. Antes de sermos qualquer tipo de profissional, temos de obedeer a ética e ao mesmo tempo estarmos atuando a partir dos pressupostos da moral. Se assim for, estamos obedecendo a uma série de restrições, abrindo mão de nossos próprios princípios em certos momentos em nome do protocolo, em nome da estrutura que nos cerca e que se quisermos fazer parte de toda ela, se quisermos gozar da civilidade que ela é capaz de nos proporcionar, temos que nos submeter a tudo isso. Mas como é possível sermos complacentes com isso? Isso tudo acontece através da disciplina que funciona como uma “fábrica de indivíduos; ela é a técnica específica de um poder que toma os indivíduos ao mesmo tempo como objetos e como instrumentos de seu exercício. Não é um poder triunfante que, a partir de seu próprio excesso pode-se fiar em seu superpoderio; é um poder modesto, desconfiado, que funciona como modo de uma economia calculada, mas permanente.”[2] Constantemente fazemos parte deste jogo e várias instituições servem de instrumento e suporte para ensinar esta disciplina aos sujeitos, não vou entrar aqui em duiscussão relacionando-as com o tempo, pois todas são importantes ainda mais quando conseguem agir de uma maneira interdisciplinar, mas de tempo em tempo uma acaba sobressaindo as outras e isto acontece de acordo com a necessidade, ou seja, qual verdade deve ser intensificada para que seja possível reestabelecer a ordem e a normalidade dos sujeitos? Não esta proposto para este trabalho, mas uma das linhas de meus estudos a que sigo é justamente a importância da educação neste estabelecimento da disciplina. A CONFECÇÃO DO PRESENTE “Certamente, se nos situamos no nível de uma proposição, no interior de um discurso, a separação entre o verdadeiro e o falso não é nem arbitrária, nem modificável, nem institucional, nem violenta. Mas se nos situamos em outra escala, se levantamos a questão de saber qual foi, qual é constantemente, através de nossos discursos, essa vontade de verdade que atravessou tantos séculos de nossa história, ou qual é, em sua forma muito geral, o tipo de separação que rege nossa vontade de saber, então é talvez algo como um sistema de exclusão (sistema histórico, institucionalmente e constrangedor) que vemos desenhar-se,”[3] e portanto esta situada justamente ai a confecção do presente. Ela esta na verificação entre o verdadeiro e o falso, onde o que é falso acaba sendo excluído das práticas sociais e qundo ele aparece ganha contornos de anormalidade. Nesta afirmação da verdade é que se confecciona o presente, justificando todas as relações praticadas dentro desta esfera discursiva e estruturalizada dentro de uma crença quase sacralizada, mas se formos verificar na história percebemos justamente que a confecção do presente é algo constante, portanto não pode ser sacralizado já que sofre as incursões dos movimentos históricos e acaba tendo a necessidade de ser mutável para sobreviver. PRIMEIRO CASO: A CHAMADA REVOLTA DOS MUCKERS O caso dos Muckers foi um conflito regional que se verificou, ao final do século XIX, na atual cidade de Sapiranga, na então Província do Rio Grande do Sul, no Brasil. Trata-se de um grupo de imigrantes alemães envolvidos em um movimento messiânico liderado por Jacobina Mentz Maurer e seu marido, João Maurer. As pessoas mais influentes do local eram ligadas às igrejas históricas, basicamente metade católica-romana, e a outra parte protestante, pertencente ao que vem a ser hoje a IECLB, Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil. É do caldo de conflitos entre os camponeses pobres e empobrecidos e as elites que nascem as condições da explosão do movimento dos "muckers". A jovem Jacobina, desde criança entrava em momentos de transe e conseguia diagnosticar doenças, apresentava-se como a própria encarnação de Cristo, prometendo estabelecer a Cidade de Deus. Carlos Luppa, um dissidente mucker traiu o grupo, levando os soldados até ao morro Ferrabrás onde Jacobina se escondia com o restante de seus seguidores. Assim que foram descobertos, foram chacinados. Em uma pesquisa junto ao Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul, no dia 10/09/2010, para um trabalho de uma disciplina do meu curso de graduação e acabei encontrando um documento histórico muito importante, principalmente por se tratar da história dos Muckers. Trata-se de um abaixo assinado de pessoas que residiam na antiga Leomerhof (creio que seja este o nome que esta citado no documento), já na época São Leopoldo, pedindo para as autoridades tomarem uma providência a respeito do que estava acontecendo. O texto dizia que, João Jorge Mucker, um confeiteiro da região, estava fazendo reuniões em sua casa, e que no dia “7 deste mez (no caso era mês de Maio), naquelle dia a Felippe Lehn visita a reunião, diz a mulher de João Jorge Mucker a todas as pessoas reunidas, que ella mesmo esta ‘Christus’, o nofo o salvador e depois ella lê algumas artigos da crucificação de nofo o Senhor Jesus Christo da bíblia sagrada e explica que agora nesta explicação as palavras de sua bocca são sômente as palavras do Espírito de Christo, dizendo mais, que ella faz tambemm uma ressurreição e que todos aquelles que crião todas estas cousas e muito mais receberão a felicidade do céu.”[4] Este é um dos trechos do abaixo assinado, que segue depois dizendo “que existem já dissolvações entre homem e mulher, pais e filhos.”[5] Este documento é uma fonte riquíssima para trabalhar com a questão da colonização do estado, religião, valores morais e sociais, história do município de São Leopoldo e muito mais. Além disso o que podemos perceber é uma busca pelo enquadramento destes sujeitos dentro de uma espécie de anormalidade, ou seja, totalmente fora do padrão esperado de uma família com valores cristãos e que como podemos observar em uma das passagens, o distúrbio que este tipo de movimento estava causando dentro da estrutura familiar e cultural das pessoas. Este era o discurso dos dominantes, aqueles que eram formadores de opinião, aquela parcela da sociedade que realmente se sentia ameaçada por algo que poderia perder o controle futuramente, pois na realidade não se tratava de algumas pessoas pregarem uma palavra religiosa alternativa, tratava-se de uma reivindicação, contra os abusos e as injustiças praticadas naquela região com a população menos favorecida. Rapidamente procurou-se enquadrar estes indivíduos dentro de uma certa anormalidade, transformada em contravenção tendo o âmbito e o impacto capaz de perturbar a ordem pública. Assim os órgãos responsáveis pela manutenção do bem estar dos indivíduos e a ordem pública, sentiram-se praticamente obrigados a tomarem as atitudes cabíveis para acabar com esta perturbação e reestabelecer a ordem. Trata-se de uma caso típico de repressão contra o sujeito, só que neste exemplo estamos lidando com um fato do século XIX, portanto deve-se levar em conta toda o pensamento e a mentalidade da época colocada em questão. Foucault descreve isto muito bem em duas obras suas, Vigiar e Punir e A Ordem do Discurso. Em Vigiar e Punir, podemos utilizar o pensamento de Foucault dentro da órbita da criação da anormalidade do sujeito, o enquadramento deste sujeito dentro de uma esfera criminal, pública, de perturbação da ordem, onde as forças do Estado tem de agir para coibir este indivíduos e autuá-los pelos seus crimes contra a sociedade, e por praticarem atos indisciplinados. Neste caso, a própria sociedade fez o serviço da vigília e ao mesmo tempo o enquadramento dos sujeitos, o trabalho do estado foi só o de aplicar a sentença, que neste caso foi de morte. EmA Ordem do Discurso, podemos perceber que quando você não se enquadra dentro do perfil, ou do padrão esperado por um sujeito naquele local em que vive, quando não se respeita a ordem que o discurso dos dominantes ou as instituições impõem sobre você, então estamos infringindo algo que nos é bem mais forte e maior, e que esta enraizado dentro de todos nós, mas que ao mesmo tempo é mutável, que se transforma com o tempo. Esta é a moral do momento que acaba sendo fundamentada pelo discurso, e por sua vez, este tem o poder de estabelecer a ordem sedimentada em uma certa verdade, e ao posicionar-se dentro de uma outra verdade, ao praticar a outra verdade, acaba-se exteriorizando a subjetividade, e ao dizer esta verdade está em jogo a sua própria vida. Alguns podem achar que Jacobina era louca, ou que os Muckers não passavam de um bando de irracionais ou charlatões, mas para outros eles apenas estavam exteriorizando a sua própria verdade. Quem é que vai dizer então que eles estavam certos ou errados, ou que a sociedade estava certa ou errada ao “rebelar-se” contra os “rebeldes”? SEGUNDO CASO: EM BUSCA DA VERDADE Quando em 1968 é instituído o AI5 como manifestação máxima da repressão do poder presente, talvez tenhamos alcançado o nível mais representativo que apalavra repressão conseguiu alcançar até então dentro da sociedade brasileira pelo seu próprio estado. Um mecanismo psicológico de defesa pelo qual as pulsõesinaceitáveis, que estão em conflito com as motivações conscientes, são automaticamente apartadas do campo da consciência, ficado assim retratada em poucas palavras a situação em que estava sendo imposto o discurso do poder. Uma das questões principais a ser levada em conta é a particularidade do período e mais especificamente com o local, o Brasil. O momento foi de total ruptura com outras perspectivas e futuro, onde buscavam-se liquidar com outras formas de pensar que não fossem cabíveis ou identificáveis como positivas ao regime e a realidade do discurso dominante. Um momento conturbado da nossa história, onde aumentou-se o ambiente hostil com a repressão ao movimento estudantil, e a caça aos “perturbadores da ordem” com a invasão a UNB, e uma política progressiva que terminou afetando muito a esfera institucional educacional brasileira. A reforma universitária era algo que se deu no momento em que se discutia justamente a importância da educação e os rumos que a sociedade teria a partir de um regime de caráter disciplinador, que deveria atuar como suporte para a educação de caráter tecnicista e ao discurso dominante. Estudantes que lutavam por uma educação de qualidade e por uma sociedade mais justa, acabaram sendo enquadrados na ilegalidade, na anormalidade do momento. Aqueles que estavam na condição de perturbar a ordem pública e social do momento. Este caso é mais um caso que podemos colocar dentro da perspectiva das verdades do momento, aquelas verdades que estão sendo tratadas como as certas e as necessárias para a época, mas que nunca vão conseguir englobar e suprir os anseios de todos ao mesmo tempo. Aqueles que de alguma maneira descordam desta verdade e vão a público lutar para terem a sua versão escutada, mais uma vez são tratados como anormais e aptos a serem punidos pela máquina do estado, que está sempre alerta para por em prática as suas técnicas de punição, deixando assim aparecer o seu poder. TERCEIRO CASO: O CAOS ESTÁ INSTAURADO: SALVE-SE QUEM PUDER “Conflito entre polícia e criminosos deixa 7 mortos no Jacarezinho.”[6] “Polícia não informou se entre as vítimas há moradores ou policiais. Cerca de 200 agentes da Polícia Civil ocupam favela no subúrbio do Rio.”[7] “Subiu para 7 o número de mortos na operação da Polícia Civil na favela do Jacarezinho, no subúrbio do Rio. Desde o início desta quinta-feira (25), cerca de 200 agentes de diversas delegacias especializadas no combate às drogas, armas, cargas e veículos roubados ocupam a comunidade.”[8] “Os veículos blindados da Marinha que reforçam as equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) vão servir apenas para o transporte de policiais na megaoperação que acontece nesta quinta-feira (25), na Vila Cruzeiro. Policiais já começaram a desembarcar na comunidade.”[9] "É a primeira vez que ao Bope utiliza este tipo de força em uma operação no Rio", afirmou o comandante do Bope Paulo Henrique Moraes.[10] Estas são algumas notícias divulgadas no dia 25 de novembro pelos meios de comunicação dentro do Brasil, referentes aos acontecimentos da guerra travada nos morros e nas favelas do Rio de Janeiro. Esta guerra está sendo caracterizada pelo seu terrorismo, pela sua capacidade de promover o pânico e o terror entre as pessoas, e para aqueles que achavam que o terrorismo só existia em outras regiões do mundo, estão assistindo de camarote as atrocidades que os seres humanos são capazes de fazer. O dia D como esta sendo chamado pela imprensa, revela para nós aquilo que já sabíamos, mas que fazemos questão de esquecer, quase que mentindo para nós mesmos ao acreditarmos que este tipo de anormalidade seja algo possível de ser remediado com o tempo, que a situação em que estávamos era coisa passageira. O que acontece atualmente nada mais é do que a exteriorização do mal, a anormalidade encontrada sem que seja preciso forjar algum discurso, está tudo diante dos nossos olhos e a hora do estado tomar providências contra estes corpos indesejáveis parece que chegou. Não se trata de uma luta do bem contra o mal, pois aí poderíamos cair na questão de que tudo o que acontece é um reflexo de nós mesmos, do nosso modo de vida, já que para sermos alguns devem ficar á margem, só observando e admirando o progresso de outros. Pois na lógica moderna, não há espaço para todos. Então o que temos de reação é exatamente isto, o discurso que serve como verdade do momento tendo apenas que esperar o resultado da batalha para depois tomar algum posicionamento e pronunciamento que poderá ou não mudar a lógica do pensamento. Se em outras épocas, levando em consideração o local, e as diferenças culturais proporcionadas pelo decorrer do tempo, temos a criação da anormalidade dos sujeitos a partir de uma espécie de movimento social e de um grupo de pessoas que buscavam reivindicar as suas condições sociais através ou entre o discurso dominante da época,hoje temos a exteriorização do mal efetivo dos sujeitos que estão dentro da criminalidade, onde esta criminalidade faz parte da vida e do convívio social destes, eles agem com ela e por ela, pois só ela é capaz de faze-los viver. Temos alguma parcela de culpa? Esta violência surgiu da onde? Onde aprendemos a praticar esta violência? Neste último caso esta presente toda a lógica no neoliberalismo, onde se pensa em governar menos para governar mais, ou seja, deixar que a delinquência aconteça para poder governar de fato, governar a desordem dentro de uma perspectiva onde o estado não quer que ponhamos a ordem, mas que administramos a desordem. Isto é algo que já não está presente nos outros dois exemplos citados a cima, onde o estado atuou logo de maneira repressiva quando observou e percebeu que havia algo de anormal com alguns sujeitos dentro do pensamento presente. CONSIDERAÇÕES FINAIS Se o mundo moderno na visão de Foucault está totalmente interligado a uma questão devida disciplinada, que é por ele caracterizada como um “conjunto de minúsculas invenções técnicas que permitem fazer crescer a extensão útil das multiplicidades fazendo diminuir os inconvenientes do poder que, justamente para torna-las úteis, deve regê-las,”[11] parece também que mesmo assim conseguimos burlar estes dispositivos reguladores e nos tornarmos anormais, corpos que vivem dentro de uma outra esfera da verdade, sobrevivendo e coexistindo com a lógica dopensamento existentepresente momento. Então quando temos o encontro entre estes dois mundos, o resultado é justamente o que podemos observar nos exemplos a cima. A máquina do estado agindo de acordo com a necessidade que o discurso dominante exige para liquidar com aqueles que em dado momento são os seres indesejáveis dentro da sociedade. Mas como o próprio Foucault nos mostra, a História é mutável, e devemos procurar entende-la através das lógicas dos momentos estudados, mesmo assim, nós como historiadores não podemos deixar que simplesmente alguns erros do passado sejamirresponsavelmente esquecidos, pois a História nos ajuda a identificar realmente quem são os indisciplinados, aqueles que ameaçaram o bem estar social, e não apenas nos deixa agir diante da lógica do discurso dominante de uma maneira irracional e com os olhos vendados. Se assim fizermos estaremos apenas reproduzindo algo que nos é imposto sem termos a capacidade de reagirmos, compreendermos e identificarmos aquilo que realmente é e foi prejudicial para o bem estar social. Em resumo, estes sujeitos que estão causando o caos e a desordem no Brasil em pleno século XXI, é que realmente são os anormais, os corpos indesejados dentro da sociedade, pois vivem um universo de realidade em discordância com o nosso, mesmo pensando em um mundo multicultural, chegando ao ponto de não admitirem serem regidos pelas leis máximas do estado em que vivem, causando o caos e a destruição. Não sejamos hipócritas o bastante para não admitirmos os nossos erros do passado e muito menos os do presente. Também não é preciso ser tão cruel a ponto de dizer que a culpa é toda nossa, pois ela não é. Não sou eu que crio os ambientes favoráveis a todo instante para por em prática os discursos dos dominantese uso de diversos artifícios para fazer com que todos estejam apenas atuando como se fossem atores pondo em prática o roteiro escrito, sem terem a capacidade de pensar, e quando isto acontece, quando reclamamos a verdade, somos transformados em anormais. Os anormais são estes que ai estão, produzindo o terror, o pânico e a crueldade entre as pessoas. Espero que este ensaio sirva para trazer um pouco de dúvida na cabeça daqueles que sentem uma força atuando sobre elesmas não sabem o que é e de onde vem, e sirva como ponto de apoio ou até mesmo de partida para aqueles que já discutem o assunto. [1]. FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. São Paulo, Loyola, 1996. (pág. 8) [2].FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir. (pág. 143) [3]. FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. São Paulo, Loyola, 1996. (pág. 14) [4]. Trecho retirado do documento em encontrado no Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul. Polícia – Maço 37. Delegacia de polícia de São Leopoldo 1873. (Abaixo assinado contra os Muckers). [5]. Trecho retirado do documento em encontrado no Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul. Polícia – Maço 37. Delegacia de polícia de São Leopoldo 1873. (Abaixo assinado contra os Muckers). [6]. Notícia divulgada no dia 25/11/2010, no endereço eletrônicog1.globo/rio-de-janeiro/.../hospital-em-area-de-conflito-no-rio-reforca- equipe-medica-de-emergencia.html [7].Notícia divulgada no dia 25/11/2010, no endereço eletrônicog1.globo/rio-de-janeiro/.../hospital-em-area-de-conflito-no-rio-reforca- equipe-medica-de-emergencia.html [8].Notícia divulgada no dia 25/11/2010, no endereço eletrônicog1.globo/rio-de-janeiro/.../hospital-em-area-de-conflito-no-rio-reforca- equipe-medica-de-emergencia.html [9].Notícia divulgada no dia 25/11/2010, no endereço eletrônicog1.globo/rio-de-janeiro/.../hospital-em-area-de-conflito-no-rio-reforca- equipe-medica-de-emergencia.html [10].Notícia divulgada no dia 25/11/2010, no endereço eletrônicog1.globo/rio-de-janeiro/.../hospital-em-area-de-conflito-no-rio-reforca- equipe-medica-de-emergencia.html [11]. FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. (pág. 181) BIBLIOGRAFIA FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. São Paulo, Loyola, 1996. FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. g1.globo/rio-de-janeiro/.../hospital-em-area-de-conflito-no-rio-reforca- equipe-medica-de-emergencia.html pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_dos_Muckers FILHO, Macioniro Celeste. A reforma universitária na ditadura militar.
Posted on: Sun, 15 Sep 2013 17:14:50 +0000

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