Parto normal do SUS X parto Normal particular Relato de Sandra Campos Em um momento vivi esta situação. Estava partejando uma cliente secundigesta, com 8cm de dilatação, colo fino, feto posterior esquerdo móvel e alto. Chuveiro do pré-parto com problemas, recebi autorização para levá-la para o outro pré-parto, para utilizar o chuveiro, pq a autorização? Pq ali estava uma parturiente particular. Coloquei a parturiente do "SUS" ali, e fiquei perto conduzindo o seu trabalho de parto. A moça que ali estava do "particular", disse-me: "moça que horas que a médica vem me ver? não estou aguentando mais.." respondi: Espera que eu vou chamá-la. A médica estava super ocupada realmente, muitos atendimentos, e a médica pediu-me para realizar o exame para saber como estava sua dilatação. Eu falei: Drª mais a paciente é particular, ela respondeu-me pode ir estou autorizando. Porém, aquela paciente estava observando meus cuidados com a paciente do "SUS", e de alguma maneira, aquilo à tocou, disse à ela, vamos deitar, a médica pediu-me para examiná-la tudo bem? Ela sorriu e disse por favor, coloquei-a deitada e fiz o exame, estava com 8cm de dilatação, colo médio, feto posterior móvel e muito alto, bcf 148 bpm, MF +. Quando terminei o exame pedi para a mesma continuar em pé, ensinei seu marido a realizar massagem, que ajuda para minimizar a dor e ao mesmo tempo para que o feto descesse, pensei em outras alternativas que dariam certo, mas, como era paciente particular contive-me. Enquanto isso, a parturiente do chuveiro "SUS" onde foi todo tempo acompanhada por mim, apresentava uma dinâmica de 40, 45, 60 Segundos. Retirei-a do banho para examinar dilatação total. O parto seguiu rápido, sem episiotomia. Enquanto, a do "particular" seguia somente acompanhada do esposo, sem acompanhamento de alguém que a direcionasse. Conclusão: a parturiente do "particular" vivenciou algo que nenhuma mulher merece, "parto normal Com fórceps", uma grande episiotomia, e um hemorragia pós-parto. Sei que certas fatalidades podem acontecer com qualquer um, mas, se este episódio estivesse sendo acompanhado o tempo todo, havia várias condições favoráveis para fazer este feto descer para não precisar do fórceps. Pq, este estigma que é particular e não pode uma enfermeira Obstetra com conhecimentos embasados cientificamente acompanhar e conduzir o trabalho de parto desta mulher? É um momento tão singular, são conceitos que deveriam ser revistos. Disseminar um trabalho em equipe, e subsidiar este respaldo na confiança mútua, isto pode agregar na saúde um risco menor. Valorizar a classe médica, sem dúvida é muito importante, mas, também valorizar a classe da enfermagem é de grande valia. Nós enfermeiros, não estamos querendo competir com os médicos, queremos apenas respeito pelo o nosso nível de conhecimento que pode ser um critério avaliador para uma tomada de decisão sem erros e sem danos a todos. Moral da história: Plano de planejamento do parto, a mulher pode e deve ser protagonista neste momento, rever conceitos sobre humanização, são necessários, afinal o que é então a globalização? Viver a mesmice é o certo? Sabendo que o novo pode trazer grandes benefícios para a saúde.
Posted on: Tue, 03 Sep 2013 01:10:26 +0000
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