Podem parecer coisas distintas. Mas na verdade são reveladoras de uma forma de pensar, de estar, uma visão absolutamente execrável. O "peditório" para uma doente diabética feito por Menezes aparentemente nada terá a ver com as condolências não apresentadas aos bombeiros que faleceram e as apresentadas à familia do Dr. António Borges ( e muito bem) por parte do Presidente de alguns Portugueses. Mais para mais, é um deja vu como se constata aquando do desaparecimento fisico de Saramago (sim, desaparecimento fisico, que quanto ao resto perdurará no Tempo, ao contrário do inquilino circunstancial de Belém), logo, no limite gaba-se a coerência. Nesse aspecto o Sr. Silva é inatacável. Ambas as posturas são, se vistas de forma condensada na sua mais profunda natureza, uma única e mesma coisa: Revelam um profundo desprezo, roçando o ódio, elevado ao nivel comezinho da misericordiosa caridadezinha face aos desgraçados que fazem parte da noção genérica de «Povo», esse util instrumento de conveniência quando tal é necessário para atingirem os seus objectivos. É uma visão da sociedade por castas, onde as de baixo servem apenas para corromper ou ignorar. Quando alguém os coloca in su sitio - como Saramago fez e continua a fazer pela sua Obra - refugiam-se nas suas tocas da Coelha e Mantarrota esperando que o tempo passe e faça esquecer. Corromper uma velhinha necessitada ou não ter a sensibilidade de dar os seus pêsames tanto ao mais comum bombeiro como ao mais destacado economista é exactamente a mesma coisa. É tomarem-se pelo total oposto daquilo que realmente são: Zero.
Posted on: Mon, 26 Aug 2013 12:02:05 +0000