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Por Douglas Moraes A Academia debate as Ruas (confira as fotos do evento: https://facebook/media/set/?set=a.565393136855652.1073741831.430189410376026&type=1) Para debater os efeitos e desdobramentos das manifestações populares do mês de Junho de 2013 no Brasil, foi realizada a aula inaugural do segundo “Painel de Atualidades” com o tema que aconteceu no dia 20/08/2013 no auditório Dom Gilberto, no campus 1 da PUC-Campinas, o evento contou com a participação dos palestrantes Prof. Ms. Marcel Cheida (faculdade de Jornalismo), Profa. Dra. Brenda Maribel Carranza Dávila (APROPUC), Prof. Ms.Tiago Duque (faculdade de Ciências Sociais), Prof. Ms. Fábio Augusto Morales Soares (faculdade de História) e Thiago Daniel de Castro (secretário-geral do DCE e graduando em História). O mediador Prof. Ms. Glauco Barsalini (Centro de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas) apresentou os palestrantes à plateia, formada em sua maioria por alunos de História, Jornalismo e Ciências Sociais, que compuseram um painel de opiniões sobre as diversas vertentes das manifestações populares quem vem ocorrendo no Brasil. O primeiro palestrante a falar foi o Prof. Ms. Fábio Morales, que traçou um paralelo entre o modelo democrático brasileiro e a democracia radical ateniense, para refletir sobre a problemática da apatia social, ilustrando que desde os primeiros modelos de organização sociais democráticos, a não participação popular acarretava no surgimento de “tiranos” que de maneira autoritária ditariam os rumos da sociedade, enquanto o excesso de participação poderia gerar violência, pois divergências políticas podem gerar reações radicais, e que esse era um dos discursos que estavam intrínsecos nas movimentações. Morales ainda destacou três tipos de violência que ele pode observar ao participar das manifestações, a primeira delas a violência dos manifestantes, “vândalos” que depredavam prédios públicos e privados para externar sua indignação, a segunda, a violência do Estado que usou a força militar/policial, para conter e reprimir as manifestações, e a terceira, a violência da informação, esta destacada na cobertura jornalística da “grande mídia” que ao mesmo tempo tentava entender e manipular os fatos que estavam ocorrendo. No tema da cobertura jornalística o professor Marcel Cheida e sua participação inicial contextualizou o posicionamento da impressa no Brasil e classificou como imprensa “gueixa” as empresas de comunicação que se aliavam ao poder público para preservar os próprios interesses comercias, em contraponto com a “Mídia Ninja” que faz uma cobertura mais visceral e independente, e no campo da independência editorial, defendeu que apesar dos problemas enfrentados pela mídia convencional, o papel do jornalismo ainda é fundamental para a democracia, e que é preciso oxigenar o debate político no país e fez um “mea-culpa” da sua geração de professores e jornalistas que formaram e que compõe a grande maioria dos profissionais de comunicação do país, alegando que as discussões cotidianas e de caráter social devem, ser mais bem trabalhadas nas universidades e mais profundamente abordadas nos meios de comunicação. Marcel Cheida comentou também sobre a crítica dos manifestantes aos partidos políticos existentes e concluiu que apesar da insatisfação popular, o único campo capaz de reverter os quadros de precariedade e ineficiência do Estado brasileiro, é o campo político, já quem sem uma representação democrática estaríamos fadados a um regime ditatorial. E a luta por democracia em diversas partes do mundo, essa foi a perspectiva apresentada pela Profa. Dra. Brenda Carranza, ao conectar os acontecimentos no Brasil a eventos similares em diversos lugares ao redor do mundo. Outono Brasileiro, foi o nome que Carranza usou para definir as revindicações das massas no país, em clara referência à “Primavera Árabe”, e também as semelhanças entre as ações nos Estados Unidos e na Espanha, que criticavam o modelo capitalista de gestão da administração pública, por excluírem uma grande parcela da população das definições dos rumos da sociedade, e estarem diretamente pautadas pelo lucro financeiro. A contribuição da professora Brenda Carranza se estendeu para as maneiras de se manifestar, que reciclavam métodos já utilizados, mas com uma roupagem mais característica para a região do globo onde se encontravam. E no campo dessa nova roupagem e ressignificação, o professor Tiago Duque expôs a ideia de uma memória que irá alimentar o imaginário das pessoas que participaram das manifestações a qual estas pessoas vão se remeter quando questionadas sobre futuros eventos como estes, e explicou a importância desta memória para uma construção fundamentada nas diferentes formas de expressão encontradas nas manifestações. E que isso de certo modo contribui para uma maior exposição de classes sociais anteriormente destinadas ao anonimato. Essa mistura encontrada nas aglomerações de pessoas tende a tornar o convívio entre as diferenças mais harmônico, e com isso haveria mais coesão social. O Thiago Castro, secretário-geral do Diretório Central dos Estudantes da PUC-Campinas e graduando em História, apresentou um poema de Luis Fernando Veríssimo chamado “Provocações” para tratar do tema da violência, nas manifestações fez um paralelo com a violência cotidiana do Estado, e a reação violenta de parte dos manifestantes durante as reivindicações, ressaltou a participação política do movimento estudantil e questionou as estruturas sociais que geram a desigualdade a ser combatida nas ruas. Thiago Castro defendeu também que os espaços de discussão e convívio político sejam ampliados para uma maior participação dos jovens e a inclusão de todas as camadas da sociedade nos debates que decidam os caminhos das cidades. Ao final foram levantadas pela plateia algumas questões para os palestrantes, que ao opinarem concluíram que, os grandes legados deixados pelas manifestações de Junho, foram à renovação e o questionamento da participação popular na política no Brasil. Diversos outros temas foram abordados durante a aula-inaugural e serão aprofundados nos próximos seminários que devem acontecer nos meses de setembro, outubro e novembro. Alunos interessados em participar podem entrar em contato com o Diretório Acadêmico de Comunicação (DACOM) da PUC-Campinas em nossa página no Facebook.
Posted on: Wed, 21 Aug 2013 17:27:56 +0000

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