Prezados colegas professores, alunos e pais, A greve dos profissionais de educação do Estado do Rio de Janeiro continua. Nosso governador, Sergio Cabral, seu vice Pezão, seu Secretário Risolia, não atendem nossas reivindicações, que não são poucas. O fato é que a cada ano que passa aumenta a precarização da educação pública. Faltam professores, os salários são baixos, falta estrutura nas escolas, a política oficial cria planos de metas que pressionam as direções das escolas a aprovarem indiscriminadamente os alunos, mesmo que não tenham professores. Nossos alunos são enganados!!!!! E temos um sistema que literalmente faz o diretor "comer na mão da secretaria". O sistema leva a uma crise nas escolas. O fato é que boa parte das escolas precisa de reforma geral, começando por reforma na rede elétrica. Faltam produtos para a higiene dos alunos e professores. Faltam materiais básicos para o dia a dia, xerox funcionando precariamente, livros que não são entregues para todos os alunos. Tudo está sendo terceirizado: Funcionários administrativos e de apoio, ares condicionados que não são patrimônio público, pagamos aluguel sabe-se lá a que preço. Isso também vale para caixas de som, notebooks e modems. Funcionários terceirizados ficam à mercê das vontades dos gestores. Nossos alunos estão sem professores. Entram no 1º ano do Ensino Médio, sofrem com a falta de professores e em muitas ocasiões quando a escola faz alguma mágica, algum professor "tampa" o buraco, sendo que não tem formação para atuar naquela matéria. Isso é somente a ponta do iceberg. Nossos alunos passam para o 2º e 3º ano e são avaliados pelo SAERJ, carregando um déficit na aprendizagem. Os professores e as escolas são avaliadas por este critério, dentre outros, e recebem um bônus "cala boca" neste molde. Hoje muitos professores tem de se desdobrar para trabalhar em 2 ou 3 escolas, o que é altamente contra-produtivo. Não se cria identidade em uma escola e é oneroso para o bolso. Disciplinas indispensáveis para o desenvolvimento intelectual, ético, político, humanista e social do aluno, como filosofia e sociologia, possuem apenas 1 tempo de aula nos dois primeiros anos do ensino médio (50 minutos por semana)... Faltam laboratórios, de ciência, de informática, de artes... A falta de vergonha na cara dos nossos governantes é tamanha. O fedor vai longe. Sinto daqui. Está podre. Nesse cenário, o aluno da educação pública acumula desvantagens progressivas. Não queremos deixá-los sem aula. Mas temos, temos que lutar para possamos ter a melhor condição para dar a melhor aula. Infelizmente, muitos professores não percebem que a greve um dos poucos caminhos que resta. - Estão com medo de sofrerem represálias, por alguma vantagem que possuem ou simplesmente por estarem em ESTÁGIO PROBATÓRIO. Não tenham medo, greve é um DIREITO, conquistado por lutas históricas.. - Já passaram por outras greves... foram prejudicados no que diz respeito as suas licenças ou aposentadoria... Não há como melhorar sem se arriscar minimamente. De qualquer maneira, beira um egoísmo. - Alguns, esses os mais ALIENADOS, acham que quando decidimos pela carreira do magistério já sabíamos disso, do baixo salário, das condições... Esse é o pior. Não deseja valorizar a carreira, lutar pela melhoria da educação. Quer formar outrem, mas não formar a si mesmo. Ainda há outro alienado... aquele que realmente acha que o professor ganha bem. Esse é daqueles que acredita que quem ganha 1.115 reais ingressou na classe média. Diante desta carta - manifesto, achamos que temos motivos suficientes para estarmos em greve. Segue um resumo das reivindicações específicas e gerais: - Aplicação da lei de 1/3 da carga horária para planejamento! Já! É lei! - Reajuste salarial para professores e funcionários, não queremos vantagens, queremos salário digno! - Retorno à matriz curricular de 2003 - Professor trabalhando em apenas 1 escola - Eleição para direção - Fim do Plano de metas - Reforma dos prédios escolares - Garantia do direito de isonomia - Garantia de enquadramento em qualquer período do ano - Assistência médica ao servidor - Garantia do direito de greve - Concurso público para funcionários administrativos já (serventes, porteiros, inspetores, secretários, merendeiras, bibliotecários) - Revisão do Plano de Cargos - Nenhum aluno sem professor - Disponibilização imediata de material didático para os alunos Daniel Linhares
Posted on: Thu, 12 Sep 2013 16:25:03 +0000
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