Primeira página do jornal fascista "La Stampa", em sua edição - TopicsExpress



          

Primeira página do jornal fascista "La Stampa", em sua edição dominical, de 3 de setembro de 1944, com artigo bastante injurioso, sobre à FEB na Itália, sob o título: "Mercenários sobre os Apeninos". Foto escaneada do livro "Caçando Espiões" - Geraldo Batista de Araújo PROPAGANDA NAZI-FASCISTA Diariamente, duas estações de rádio eram ouvidas pelos soldados da FEB na Itália: A Rádio de Milão, a chamada "Voz da República Fascista" e a Rádio de Berlim. A primeira, a tão decantada Rádio Auriverde, irradiava todos os dias, das 13 às 13,45 h., dirigindo-se aos soldados brasileiros, tentando minar-lhes o espírito, abater-lhes o moral e a combatividade, concitando-os a passarem para o lado adversário. Na propaganda contra o Brasil, efetuada pela Rádio Auriverde, eram, em geral, empregadas expressões pejorativas. A gíria brasileira, as blasfêmias e afirmativas de que os pracinhas seriam mortos em pouco tempo, caso não passassem para o lado do inimigo injúrias ao Brasil, poesias de Catulo, Machado de Assis, etc., tudo isso constituía uma verdadeira salada mista. A Rádio de Berlim dirigia-se aos soldados brasileiros das 13 às 14 horas, irradiando notícias do Brasil, músicas brasileiras, etc. Nessas transmissões, de um modo geral, os nazi-fascistas procuravam despertar a simpatia para a Alemanha Nazista e a República Socialista Italiana de Mussolini. A atividade de propaganda das organizações inimigas não se limitava ao rádio. Ao seu lado, estava, a distribuição de boletins, cartazes, jornais e filmes. O jornal "La Stampa de Torino", de 3-12-1944, edição matutina, trazia um artigo sobre a atuação da Forma Expedicionária Brasileira nos Apeninos. O artigo do articulista, o jornalista italiano Vittore Querél, considerava os nossos soldados como "Mercenários sobre os Apeninos", traidores e covardes. Eis a tradução do artigo "Mercenários sobre os Apeninos": Brasileiros daqui e de lá dizem A guerra de posição com a neve e o gelo não estava no contrato. Então, por que combatemos? Meu tio era de Biella Eis porque falo italiano. Meu pai fez a guerra na Itália em 1915, depois foi para o Brasil trabalhar numa fazenda da região amazônica. Quando estava sendo preparado pelo recrutamento o grupo de voluntários para enviá-lo a Europa, eu disse ao meu irmão: Eis uma boa ocasião para andar a visitar gratuitamente a terra dos nossos. Ele levantou os ombros e pronunciou uma palavra que não posso repetir. Minha mãe, sempre com essa mesma idéia, começou a chorar. Disse-me que não deveria vir combater na Itália que era um pouco da minha pátria! Primos em Biella Disseram-nos que iríamos para a França e que seríamos empregados como tropas de ocupação. Certamente que nenhum de nós esperava fazer seriamente a guerra; esta tremenda guerra sobre os Apeninos, com a neve que faz descer a temperatura abaixo de zero, congelando-nos as carnes!... Foi uma verdadeira esperteza... Há um sorriso em seu rosto escuro: um sorriso que pede compreensão, mas é tremendamente amargo: fica sério improvisadamente, continua a sua conversa, como respondendo a uma pergunta que sente no meu olhar: Eis, o meu nome é Giovanni, no Brasil dizem João, mas os meus de casa sempre me chamam à italiana. O meu sobrenome prefiro não dizê-lo. Em segredo, desagradar-me-ia que qualquer um dos meus primos em Biella, soubesse que eu vim fazer a guerra contra a nossa Itália. Suspira. Suspirei também com tristeza. Pensei como se fosse o seu próprio primo de Biella, preso como foi pela propaganda inimiga, filho de rebeldes, fazendo também ele, a guerra contra a Itália... Não sei se compreenderão este brasileiro que passou para o nosso lado e os erros nos quais caiu. João volta a falar: Penso seriamente nas lágrimas de minha mãe. Quem sabe, se ela não leu o Diário de São Paulo, a Nação, ou qualquer outro jornal e na correspondência de guerra, cientificou-se que os soldados do Brasil combatem contra os alemães e italianos, aqui sobre os Apeninos. E se ler que em Castelnuovo de Garfagnana, encontram-se os alpinistas italianos, chorará de novo e dirá ao meu pai: Nosso filho na certa matará o filho da minha irmã Clodovea. A minha mãe é do Valle de Susa, e disseram-me que lá em cima, por tradição, todos os soldados são alpinistas. Minha mãe deu-me cartas para os nossos parentes do Piemonte. Quando partimos do Brasil, estávamos certos de que desembarcaríamos em Bordeaux, atravessaríamos ràpidamente a França e chegaríamos à Itália pelo Monteniso; pois diziam os nossos jornais: Os alemães não tinham mais vontade, nem forma para combater: já estavam entregando as armas, era necessário chegar tropas para manter a ordem na Europa. Para a ordem, não para combater... Moral e Frio Agora contarei o que se passou desde o dia que chegamos aos Apeninos (Tosco Emiliano), isto é, quando os brasileiros foram colocados no front: O outono já havia chegado, o tempo estava bastante frio. Os cumes do Abetone e do vizinho Cimente se encontravam esbranquiçados. As tropas brasileiras que ainda vestiam a roupa de verão, fizeram um arranjo com os capotes retirados da subsistência do Exército Real Italiano. O Comissariado de Guerra Brasileiro se encontrava surpreso com os acontecimentos. Os seus armazéns possuíam a tabuleta "Vestimentas Invernais", e, também, pelo fato que o mesmo Estado Maior do Corpo Expedicionário, não tinha programado uma guerra mais longa do que dois ou três meses. Então se explica a aquisição: O Exército Real Italiano, como tinha fornecido o necessário para as tropas dos negros, podia muito bem, tirar dos seus armazéns o que restou dos capotes. para as tropas de ocupação. Mas, um capote verde-cinza não era uma boa defesa para o frio e o vento brusco da montanha. Sabíamos isto, porque usamos tais capotes, quando fomos mandados para a Grécia e a Rússia. E os brasileiros habituados num clima bem diferente daquele dos cumes Apenínicos, começaram a sofrer, surgiram os primeiros congelados e ainda não era novembro, o espírito se enfraqueceu, o mesmo se deu com a capacidade ofensiva, baixou o fogoso entusiasmo do temperamento brasileiro (não levou muito tempo para que fossem retiradas as tropas brasileiras da frente Meridional). A Intendência Brasileira julgou que o problema fosse simples: passou a enviar aos perturbados a cachaça. Talvez, não sabiam os da Intendência que no temperamento brasileiro o álcool age como um estimulante. Desertores e Café Por nossa parte dizemos que qualquer um tem "mau vinho", quando o beber excessivo torna alguém pessimista. Os brasileiros quase todos têm um mau álcool e quando bebem começam a sentir-se melancólicos, nostálgicos. O spleen de que falam os romances do deserto, ou "cafard", como quiserem chamar. Parados ali, nos buracos da montanha, com aqueles danados paraquedistas, que não deixam ninguém descansar a cabeça, e com o coração saltando de amargura, era um suplício. E muitos desses rapazes sabiam que lá no Norte se encontravam seus parentes, talvez estivessem numa casa confortável, leite quente. Talvez, não tivessem alimento azedo, como aquele que era mandado para a linha de fogo. Os primeiros casos de deserção entre as tropas brasileiras começaram no fim do mês de outubro: os soldados jogavam fora as armas e escondiam-se entre os arbustos, nos bosques, nos prados, em direção à planície Emiliana; qualquer um que não desejava desertar ficava parado longas noites, esperando que as patrulhas de ardilosos alemães viessem ao seu encontro. Também os corajosos paraquedistas alemães saíam de noite de suas linhas e vinham perturbar as posições brasileiras. Postos avançados foram, assim, destruídos completamente, sem que um só tiro fosse disparado. Mas, as notícias de tais destruições, difundidas de companhia em companhia, parece que chegaram aos ouvidos de qualquer informador dos Comandos Superiores Anglo-Saxões. Foram feitas severas circulares, com que esses comandos repreenderam os oficiais e soldados brasileiros. falando abertamente de covardia e traição e, até certo ponto, para esconder outras defecções. Os tais comandos das pequenas unidades brasileiras, recorreram a um truque que parece até uma história humorística: entraram em contacto com elementos dos pequenos grupos adversários e fizeram saber que para cada prisioneiro restituído, seriam dadas duas sacas de café... Reflexão, conjectura, desilusão; o cronista de guerra não pode se permitir ao luxo de filosofar: ele deve narrar, isto é, deve referir-se, deve ser um fotógrafo, não um ilustrador, um técnico do episódio, não um comentarista. Nós recontamos os fatos. Desejava ver a Toscana Assim, diziam todos esses prisioneiros e desertores brasileiros, que andavam a procurar um lugar de descanso, longe do fronte Apenínico. Assim diziam todos, com uma monotonia desconcertante, no modo deles, que se assemelha ao "slogan". Para trazer a ordem, não para combater. Pronunciavam estas palavras num tom baixo, quase imperceptível, como a pedir benevolência. Eis porque entre o que escuto, me vem à mente outras palavras, a frase que está escrita na Bandeira do Brasil, a frase que Vargas fazia repetir em alta voz, pelos rapazes de sua organização de tipo fascista, durante as cerimônias, manifestações do tempo que plagiava a Alemanha e a Itália e se declarava ditador fascista... Ordem e Progresso (Ordine i Progresso) Repito a frase de um outro prisioneiro: é um estudante de arquitetura no Rio, ele também de origem italiana, de Pisa para ser preciso, responde-me prontamente: Ora, nós pensávamos que fosse no sentido do progresso, a ordem de guerra de Vargas e ficamos desejosos de fazer uma viagem à Europa. No fundo, esta guerra, do outro lado do Atlântico, respondia a um desejo de aventuras que se encontra em todos os jovens sul-americanos... Eu, pessoalmente, sonhava, havia anos, em poder ver os monumentos da Toscana. Talvez tenha falado muito. Pergunto-lhe à queima-roupa, se já tinha visto o Batistério da sua Pisa. Inclina os olhos para a terra, pretende reprovar-me, um incidente na minha pergunta. Depois diz num tom baixo: Senhor é a guerra. Interrompo-o secamente: Não, esta não é a guerra. E faço menção de andar. De repente, segura-me por um braço, e com um semblante compungido me diz: Desculpe-me senhor. Entendo-o. Não desejava que interpretasse mal a minha resposta. No fundo sou um latino como o senhor, sou da sua raça. Assim, tantos outros. Finalmente, depois de ter ouvido uma série de frases do mesmo gênero, encontro-me mais confuso, não sei mais qual dos caminhos deva seguir a minha compreensão, sobre o fenômeno da desagregação coletiva que estão atravessando muitos povos da Europa e da América. "Caçando Espiões" Geraldo Batista de Araújo "La Stampa" - Artigo de Vittor e Suérel: "Mercenários sobre os Apeninos". Foto escaneada do livro "Caçando Espiões" Geraldo Batista de Araújo Propaganda feita em panfletos que eram jogados pela artilharia alemã, nas linhas adversárias. BRASILEIROS Vocês já pensaram, porque é que os americanos vos pagam tão bem ? É para vos levar no pacote! Porque é que querem levar-vos no pacote? Para afastar do Brasil os seus melhores soldados! Porque é que querem afastar os melhores soldados do Brasil ? Para que vocês não possam mais defender a vossa pátria dentro do Brasil! Quem ameaça as fronteiras brasileiras? O inimigo que já se encontra lá! Quem é o verdadeiro inimigo do Brasil? É o americano imperialista que quer fazer do Brasil uma colônia. "Caçando Espiões" Geraldo Batista de Araújo Carteira de livre trânsito do agente Geraldo Batista de Araújo, do Serviço de Contra-Espionagem Brasileira na Itália. Foto escaneada do livro "Caçando Espiões" Geraldo Batista de Araújo Ao 1º, 6º e 11º Regimentos da Força Expedicionária Brasileira Camaradas! Aqui falam os soldados alemães, dirigindo-se a vocês brasileiros. No final de contas, para quem é que vocês combatem aqui na Itália? Afinal é só porque os americanos - que não são estimados por ninguém neste mundo - procuram convencer-vos de que se trata de defender os interesses do Brasil. E porque é que vocês abandonaram a vossa terra, cheia de sol e radiante, e combatem agora aqui na neblina, na lama e na imundice, esperando o inverno horrível, com as suas tempestades de neve e as intermináveis avalanches de neve? Isso vale os 95 dólares que recebeis mensalmente? O corpo esburacado pelas balas ou uma sepultura na Itália sempre deveriam ser melhor pagos... SIM, PORQUE NÃO É OUTRA COISA QUE VOS ESPERA, porque nós, soldados alemães, defendemos tenazmente e com pertinância cada metro da nossa frente. Mas vocês próprios bem no devem ter sentido em Abetaia. Quantas mães e quantas noivas terão que sofrer agora no Brasil! Os poucos que talvez um dia regressarem ao seu lar, certamente não as poderão consolar. Brasileiros! Soldados das vossas fileiras encontram-se agora junto de nós. Estão fora dessa barafunda em que ainda há poucas horas se encontravam convosco e onde combatiam ao vosso lado. Agora um sorriso lhes invade o rosto, pois seguem para um acampamento e aí, tranquilamente e bem seguros, aguardam o fim da guerra. Notaram logo que aqui não se desconsideram nenhuma nação e nenhuma raça, e que todos os prisioneiros de guerra gozam do mesmo tratamento correto. Boa comida o seu pré - numa palavra: tudo o que lhes cabe segundo tratados internacionais. Pensem no seguinte: o essencial numa guerra é voltar com vida ao seu lar. Como prisioneiro a probabilidade de permanecer são e salvo é muito maior: acreditem nestas palavras, pensem sobre o assunto e procedam em conformidade. "Caçando Espiões" Geraldo Batista de Araújo Pracinhas da FEB na hora da sesta Imagem escaneada do livro "Radio Auriverde" Sylvio Black Propaganda feita em boletins lançados pela artilharia alemã nas linhas da FEB. Um boletim apresenta num lado uma moça, em frente a um altar, fazendo uma prece a Deus, para que o seu noivo, um soldado brasileiro, volte com vida ao Brasil. "MEU DEUS! Ergo as mãos aos céus e suplico humildemente a tua bênção! MEU DEUS! Atenda os rogos impetrantes de uma ínfima criatura cuja felicidade e única finalidade de vida ameaça desvanecer-se e tornar-se em ruínas. Protege o meu noivo nesta guerra horrível de toda e qualquer desventura que o queira atraiçoar. Não consintas que as esperanças em que assenta a minha vida sejam destruídas pela brasa candente deste cataclismo mundial." Do outro lado há a figura de um soldado brasileiro morto e as seguintes palavras: "Era esta a oração duma moda apaixonada que rezava pelo seu noivo Aristides José da Silva, incorporado no 1º Regimento da FEB, quando este, gravemente ferido, exalava o último suspiro da sua jovem vida por interesses alheios à causa brasileira. Não fazia ela a menor idéia de que estavam já sendo destruídas para sempre todas as suas esperanças e que ao seu noivo predestinado uma singela sepultura nas rochas geladas dos Apeninos. E porque tudo isto? O Aristides perdeu a sua vida conscientemente. Se tivesse deposto as armas espontaneamente, como o fizeram outros camaradas seus, os mais ardentes desejos e as mais vivas esperanças de sua noiva ter-se-iam realizado. Querem também vocês causar a mesma dor as vossas mães, aos vossos irmãos e as vossas noivas? NUNCA. Então, porque é que vocês ainda estão participando nesta luta contra os alemães, sem motivos justificáveis e que é travada unicamente em prol dos capitalistas norte-americanos? O bom senso vos dirá que é melhor juntar-se ao último e mais terrível episódio desta guerra, passando para as linhas alemãs e aguardando o próximo fim da luta em paz e sossego num campo de prisioneiros, para regressar então novamente ao querido Brasil, não pensando nunca mais nestes últimos tempos horríveis que a todos torturam. PRA QUE MORRER AGORA, SE EXISTE AINDA OUTRA POSSIBILIDADE?". "Caçando Espiões" Geraldo Batista de Araújo Propaganda de Guerra Imagem escaneada do livro "Radio Auriverde" Sylvio Black Enquanto os norte-americanos receberam os diversos contingentes, com indisfarçável entusiasmo e confiança, os alemães, frustrados nas suas tentativas para manter os brasileiros ao seu lado, procuraram desmoralizá-los e incompatibilizá-los tanto com os aliados quanto com os italianos, usando de qualificativos e argumentos que nem sempre correspondiam à realidade, assemelhando-os a bárbaros, doentios e sanguinários, capazes de enlutar a família européia. Quando, mais tarde, atingimos o vale do rio Pó, tivemos a exata medida do sucesso desta impiedosa propaganda, ao assistirmos loiras de cabelos cor de palha e olhos azuis fugirem, temerosas, dos nossos caboclos. Felizmente, este receio durou pouco, harmonizando-se rápida e surpreendentemente, pretos e brancos, numa policromia, original e atraente, como até então não víamos. Essa propaganda acompanhou a tropa durante toda a campanha, sem atingir, porem, os seus verdadeiros propósitos. A emissora "Verde e Amarelo", na qual trabalhavam dois brasileiros, mais tarde condenados pela nossa Justiça, representava um dos principais veículos de difusão. A certa hora do dia, transmitia as mais variadas informações, algumas absolutamente corretas, a maioria, porém, improcedente e difamante. A tropa foi proibida de ouvi-la, mas, os que conseguiam burlar as recomendações, não se cansavam de afirmar que os seus programas nada tinham de atraente e suasório, valendo apenas como um derivativo para o espírito. Os alemães também utilizaram muito os panfletos, através dos quais procuravam explorar os nossos sentimentos patrióticos e afetivos, aproveitando quase sempre narrativas colhidas no contacto com prisioneiros, habilidosamente interrogados. Folheto dos mais sugestivos encontramos, a 24 de abril de 1945, na localidade de Guiglia. De um lado, lia-se esta oração, colocada por baixo da gravura de uma noiva em súplicas: "Meu Deus! Atende os rogos impetrantes de uma ínfima criatura, cuja felicidade e única finalidade de vida ameaça desvanecer-se e tornar-se em ruínas. Protege o meu noivo nesta guerra horrível de toda e qualquer desventura que o queira atraiçoar! Não consintas que as esperanças em que assenta a minha vida sejam destruídas pela brasa candente deste cataclisma mundial!" No verso, encontrava-se, em poucas linhas, a história de um suposto noivo, soldado Aristides José da Silva, do 1º RI, morto durante a campanha, cujo epílogo estava representado por um frio e acintoso convite à deserção que, em absoluto, não passava pela consciência dos expedicionários. Para melhor impressionar os homens, trazia, no rodapé, a silhueta do cadáver, tendo entre as mãos crispadas, a sua própria arma. Os aliados, inclusive os brasileiros, também desencadearam campanha semelhante. Todavia, não se excederam nas suas críticas, utilizando linguagem menos incendiária e causticante, evitando sempre ferir os brios e os sentimentos dos adversários. Era este o clima da chegada: de um lado, a solidariedade dos companheiros; do outro, a hostilidade do inimigo, que já se fazia presente através de bem articulado bombardeio psicológico. "O Brasil na II Grande Guerra" Ten. Cel. Manoel Thomaz Castello Branco Propaganda de Guerra Imagem escaneada do livro "Radio Auriverde" Sylvio Black Brasileiro! A tua maravilhosa terra é a mais rica de todo o Mundo. Porque é que não jorra o petróleo ? Os Americanos não querem. Porque é que não se pode vender café? Os Americanos não querem. Porque é que no Brasil se produz tão pouca borracha ? Os Americanos não querem. Porque é que a exploração dos minerais não está mais desenvolvida ? Os Americanos não querem. Os americanos querem tomar conta do Brasil, para que os seus capitalistas possam explorar as riquezas da tua terra. Por isso você, sendo o melhor soldado brasileiro, foi afastado do Brasil para morrer na Europa e nunca mais voltar à Pátria. RIOS DE SANGUE, banharam o solo italiano. Como doidos, vocês lançaram-se sempre em novas arremetidas contra as posições alemães. Depois de uma invasão bem sucedida, a derrota completa do REICH seria apenas uma questão de poucas semanas. Fizeram-vos crer que dentro em breve estaria tudo terminado na Itália, que a paz estaria diante de vossa porta e que assim seria certo, para vocês brasileiros, um breve regresso ao querido Brasil, cheio de calor e formosura. Vocês especularam mal. A ITÁLIA, O INFERNO DE SANGUE, continuará a chupar o vosso sangue, como já sucedeu em Bombiana e em Abetaia. O impiedoso frio invernal continuará a apoquentar-vos. Desde o dia 16 de dezembro a Alemanha encontra-se novamente em ataque. Nove divisões americanas foram para o diabo na frente Ocidental nestes últimos dias. E, além disso, ainda mais 1 000 carros blindados. O que vos espera na Itália, ainda vocês verão. A guerra continua. "Caçando Espiões" Geraldo Batista de Araújo Um Herói nunca morre!
Posted on: Thu, 12 Sep 2013 20:14:15 +0000

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