Produção siderúrgica do país fica estagnada em 2013 Exportação menor e mercado interno abaixo do esperado fazem setor rever projeção O Instituto Aço Brasil (IABr) revisou para baixo as projeções para o desempenho da indústria siderúrgica em 2013. Dados divulgados ontem mostram que a produção bruta de aço deverá atingir 34,5 milhões de toneladas, volume igual ao registrado no ano passado. Na última projeção do instituto, feita em maio, a produção alcançaria 36,5 milhões de toneladas, crescimento de 5,8%. O principal freio para a expansão é a queda nas exportações - a previsão é que diminuam em 13%, para 8,5 milhões de toneladas, refletindo a situação internacional, de fraca demanda e elevado excedente. Hoje, a capacidade ociosa na indústria siderúrgica mundial é de cerca de 600 milhões de toneladas de aço. Na previsão de maio, a queda das exportações era de 8,8%. De acordo com Marco Polo de Mello Lopes, presidente-executivo do IABr, a valorização do dólar pode levar a uma leve melhora nos próximos meses - com o dólar alto, os produtos brasileiros se tornam mais competitivos no mercado externo - mas não será suficiente para inverter o quadro. De janeiro a julho, as exportações caíram 17%, e a produção de aço bruto recuou 2,2%. - Pode haver melhora com o câmbio, mas com esse volume (excedente) de 600 milhões de toneladas, você bota a cabeça do lado de fora e o que você vê são práticas predatórias. Ele lembrou que, se por um lado, o dólar alto ajuda nas exportações, por outro pressiona as siderúrgicas na questão dos insumos. Mais da metade da estrutura de custo do aço é relacionada a matérias-primas com preço dolarizado, como minério de ferro e carvão. O mercado interno também não está respondendo como esperado. As vendas vão crescer 5,3% este ano, para 22,7 milhões de toneladas, segundo as previsões revisadas. A projeção feita em maio apontava para alta de 7,6% nas vendas domésticas. As importações também devem cair 14,4% (na projeção anterior, a queda era de 15,4%), reforçando o apetite menor do mercado nacional. - O mercado interno não levantou como se imaginava. Havia boas perspectivas com o pré-sal, a Copa e programas como o Minha Casa, Minha Vida. Mas eles não levaram a aumento expressivo da demanda - afirmou Mello Lopes. Aço importado nos estádios Segundo ele, aço importado será usado em quatro estádios (no RS, CE, AM e BA) que estão sendo construídos ou reformados para a Copa. O executivo defende que seja criado um programa que fixe percentuais de conteúdo nacional nos projetos. A inspiração vem dos Estados Unidos, onde existe o Buy America (Compre América). Aqui seria Compre Brasil. Relatório da Associação Mundial de Aço (Worldsteel) divulgado ontem estima que a produção sul-americana de aço bruto teve alta 2,7 % em julho na comparação anual, com destaques para o crescimento de 34% da produção da Argentina e de 26,7% da Venezuela. A produção da China cresceu 6,2 % em julho. No ano, a produção chinesa acumulada subiu 7,1 %. Já a produção mundial no mês passado cresceu 2,7 % sobre julho de 2012 O Globo
Posted on: Wed, 21 Aug 2013 23:35:18 +0000
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