Quais São as Suas (In)capacidades? Sou uma palestrante motivacional e estudo cineologia numa universidade. Tenho uma família incrível e muitos amigos, e sou abençoada por fazer parte de uma maravilhosa comunidade judaica. Passei um ano estudando num seminário em Jerusalém após terminar o ensino médio. Tenho participado de competições de esqui, caiaque e remo. Já fui até entrevistada na televisão. Tenho feito todas essas coisas… e tenho uma incapacidade física. Nasci com uma rara má formação na minha perna esquerda, afetando uma a cada vinte milhões de pessoas, e resultando em mau funcionamento das veias. Como resultado, caminho com duas bengalas, e uso um patinete elétrico para distâncias. A Torá nos ensina que os eventos de nossas vidas são mensagens de Dus que nos ajudam a entender nossa missão e nosso verdadeiro potencial. Sei que os eventos em minha vida têm feito justamente isso. Já houve vezes em que minha condição impactou drasticamente minha vida. Ao final da 11ª série tive uma fratura espontânea em minha perna, devido à fraqueza de meus ossos. Uma pessoa típica ficaria curada de seis a doze semanas. Eu tive de usar um gesso na perna e na coxa durante seis meses. Não podia sair de casa durante os primeiros três meses. Fiquei arrasada. Às vezes me sentia solitária, pessimista, e com medo do que o futuro poderia me reservar. Para deixar de pensar naquilo que não podia fazer, fiz uma lista de tudo que podia agradecer a Dus. Podia mover meus dedos, meus pulsos, meus cotovelos, ombros, pescoço, tornozelo direito, dedos do pé direito, joelho e perna direita. Estava agradecida por ter uma mente para usar, poder ir à escola e fazer lição de casa. Estava grata por poder ver, ouvir, pensar, cheirar e saborear. Estava grata por ter um apoio tão maravilhoso dos meus pais, irmãs e amigos. Vários anos depois, meu quadril teve um problema e ficou rígido devido ao enrijecimento do músculo. Durante os sete meses seguintes os músculos do quadril ficaram muito rígidos. Minha bengala foi substituída por um andador. Eu tinha perdido novamente toda a minha independência. Foi muito difícil para mim lidar com o fato de que Dus estava me dando um segundo teste, aparentemente insuperável. O primeiro teste já não fora suficiente? Então minha terapeuta ocupacional disse algo que causou um profundo efeito sobre mim: “Jackie, você vai deixar sua perna assumir o controle sobre você, ou você vai assumir o controle de sua perna?” Ao ter pena de mim, estava deixando que minha perna controlasse minha vida. Em 8 de novembro de 2011, ouvi Rick Hansen falar num evento em Toronto. Aos quinze anos ele caiu de um caminhão, quebrou as costas e perdeu o uso das pernas. Vinte e cinco anos atrás ele rodou pelo mundo em sua cadeira de rodas, angariando dinheiro para pesquisa sobre ferimentos na coluna e para chamar a atenção sobre pessoas com incapacidades. Aproximei-me dele antes do evento e comecei a chorar, dizendo o quanto ele tinha me inspirado. Ele então me disse: “Lembre-se de sua família e amigos que a apoiaram. Você pode causar um impacto no mundo. Pode levar uma vida plena e fazer uma diferença. Concentre-se em sua capacidade, e não em sua incapacidade.” Foram essas palavras que me levaram a fazer uma mudança radical em minha vida. Agora tenho uma atitude rejuvenescida, alegre, na vida. Comecei a partilhar minha história falando a estudantes judeus do ensino médio, uma maneira de transformar minhas experiências negativas em algo positivo. Dou duas mensagens principais: 1 – Não deixe que seus desafios individuais o impeçam de levar a vida mais significativa possível. 2 – Concentre-se em suas capacidades, e não em suas incapacidades. Toda pessoa no mundo tem os próprios desafios ou “incapacidade” pessoal. Minha incapacidade é óbvia, mas muitas outras estão escondidas. Algumas pessoas têm doenças que não são visíveis; algumas são inseguras e carecem de autoconfiança. Essas são “incapacidades” que têm o poder de nos controlar e nos impedir de levar a melhor vida possível. Você vai deixar que seus desafios o controlem, ou você vai assumir o controle sobre eles? POR JACKIE SILVER Jackie Silver é estudante universitária de cinesiologia e nutrição. Em seu tempo livre, ela é conselheira de um grupo de jovens, NCSY, e fala a grupos de alunos do ensino médio com esperança de inspirá-los a se concentrar em suas capacidades e não em suas incapacidades. Mora em Toronto, Canadá.
Posted on: Thu, 31 Oct 2013 10:55:43 +0000