“Qualquer um que deseje entender a história Chinesa não - TopicsExpress



          

“Qualquer um que deseje entender a história Chinesa não poderá fazê-lo sem primeiro compreender a educação Chinesa.” É com essa frase que Thomas H. C. Lee, professor de História e Estudos Asiáticos na City College of New York, justifica seu interesse no estudo da História da Educação na China. Acredita-se que a história da educação, na China, remonte à primeira dinastia histórica, a Dinastia Shang (1800-1050 a.C), porém, não se sabe praticamente nada sobre o sistema. Isso muda no período seguinte, a Dinastia Chou (1050-211 a.C), onde surge a grande característica que o sistema educacional chinês carrega até os tempos de hoje: o interesse governamental. Nessa época, a escola servia apenas para a elite, treinando os filhos dos aristocratas para servir aos reis. Havia educação para aristocratas inferiores e pessoas comuns, apesar de a historiografia não saber ao certo como funcionava. Toda a educação tinha muita influência de pensadores independentes, como Confúcio: professores privados, fundadores de escolas de pensamento, não de estabelecimentos de ensino. É criada a Escola Chi-hsia, pertencente ao governo, onde os professores privados poderiam dar suas aulas e os aristocratas (ju) vinham de todos os cantos para serem ensinados por eles. Nota-se o grande esforço dos governantes para atrair os professores para servirem aos seus propósitos. Logo, os pensadores (em sua grande maioria confucianos) estavam utilizando e ensinando a utilizar o conhecimento da escola para resolver problemas do governo. No período Han (206 a.C- 220 d.C) são criados a Escola Imperial e um tipo de sistema público de ensino, onde o homem comum também poderia estudar. Os governadores locais que mantivessem as escolas públicas em funcionamento eram apreciados pelo povo. Em 124 d.C há uma grande mudança quando o imperador limita a escola aos ensinamentos dos cinco clássicos: O Livro da Poesia, O Livro da História, O Livro dos Rituais, o Livro das Mudanças e Os anais da Primavera e do Outono. Assim, o Confucionismo passa de pensamento dominante à ideologia de estado. Resumidamente, o Confucionismo acredita que o desenvolvimento da moral do aprendizado pessoais é o que mantém a harmonia, as boas relações sociais e o desenvolvimento do estado. É também nessa época que se instaura um sistema que durará até a Dinastia Qing: o Exame Civil. O objetivo do exame era recrutar pessoas educadas para serviço do governo. A Dinastia Tang (618-907 d.C), expandiu a estrutura do sistema de escolas públicas e trouxe o Budismo, da Índia, que influenciaria os pensamentos futuros e se tornaria a base da religião chinesa. Foi a era de ouro da literatura e da arte chinesas. A Dinastia Sung (907-970), que a segue, manteve a estrutura do sistema educacional Tang e o expandiu, porém, houve várias mudanças significativas. Até então, os bem-nascidos tinham vagas garantidas na escolas e na Universidade Imperial e agora eram necessários exames de admissão. Além disso, houve um grande avanço na área tecnológica e uma reinterpretação dos textos antigos (o neo-confucionismo) que fez o período ficar conhecido como Renascença Chinesa, onde os professores estão numa posição de maior prestígio que os militares. O neo-confucionismo se espalhou pela China culminou na autoritária Dinastia Ming (1368-1644 d.C)), quando se pensava numa filosofia de heroísmo e se incentivava o martírio, além de o nacionalismo estar cada vez mais forte. A educação chinesa ao longo dos anos foi sendo progressivamente marcada pelo Exame Civil. Poucos candidatos obtinham sucesso e esse sucesso se mantinha nas mãos de uma pequena elite que veio se contruíndo. A essa altura, o sistema era obviamente corrupto. Desde a Dinastia Sung e ao longo da última dinastia, a Qing (1644-1911 d.C) havia crescente crença entre os intelectuais de que os problemas estruturais e constitucionais haviam sido resolvidos. Em decorrência do Exame Civil, as pessoas não questionavam a falta de justiça social, pois já estavam sofrendo demais com a pressão da sociedade. A elite conservadora criada pelo exame impedia intelectuais de lutar por mudanças na China. Assim, os abusos do governo eram constantes e tolerados. Após a derrota na guerra do Ópio (1840-1842 d.C), oficiais do governo e intelectuais propuseram mudanças educacionais, como ensino de línguas estrangeiras e ciências tecnológicas. No início do século XX, após a guerra sino-japonesa (1894-1895 d.C) e com várias partes da China sendo semi-colônias estrangeiras, o império propôs uma reforma de modernização e o nacionalismo foi fortemente estimulado. Os grupos estavam divididos entre aqueles que apoiavam a reforma, aqueles que queriam uma monarquia constitucional e aqueles que queriam depor a dinastia Qing. A revolução tomou forma em 1911, depôs a dinastia Qing e estabeleceu a República da China. Nesse momento, as escolas locais e as academias estavam sendo modificadas, com inspiração de modelos europeus, americanos e japoneses. Em 1949, o presidente Mao Zedong proclamou a fundação de um novo estado: a República Popular da China. Mao iniciou a Revolução Cultural, buscando acabar com tudo que houvesse de capitalista na China. Esse período acabou com sua morte, em 1976. Dois anos depois a China começou uma reforma econômica e abriu suas portas para o mundo. A educação vinha progressivamente se expandindo e se transformando nos últimos 60 anos, desde a instauração da República, mas atingia seu auge com a abertura, adotando amplamente a política de intercâmbio e fazendo diversas parcerias com países e universidades. Em 1985, começaram a ser tomadas decisões acerca de formalizar a reforma da estrutura educional chinesa. Em 1995, as leis acerca da educação foram promulgadas e atualmente a China tem a maior estrutura educacional do planeta, com 99,7% da população tendo terminado os nove anos da educação básica. Apesar de todas as reformas, é evidente do atual sistema a herança das épocas dinásticas. A educação chinesa é baseada na meritocracia. Há um teste final após a educação básica cuja pontuação indicará qual faculdade o individuo poderá cursar. Aqueles que tiram as melhores notas ainda são recrutados para o governo e à semelhança de toda a história chinesa, a educação é utilizada para os propósitos do governo, que atualmente é a manutenção do estado socialista e a exaltação do nacionalismo. A China, em poucos anos, se tornou uma potência mundial com a melhor educação do mundo. Fonte: LEE, Thomas H. C. Education in Tradicional China: A History. Brill: Leiden, 2000. chinaeducenter/en/chistory.php
Posted on: Sun, 03 Nov 2013 00:01:46 +0000

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