Que felicidade enorme me invade quando recolho um animal da rua e - TopicsExpress



          

Que felicidade enorme me invade quando recolho um animal da rua e o ajudo encontrar uma familia ... Que satisfação quando vejo um adotante colocando fotos de um bicho que eu ajudei a escapar dos riscos da rua em um lar aconchegante, sendo acolhido com tanto carinho... ver esses animais em segurança, com uma família e adotantes responsáveis é indescritivel, é alegria que escorre pelos olhos!!! é uma vontade de me tornar gigante, de dedicar minha vida a isso! Algumas pessoas não compreendem esse sentimento, ja dizia Milan Kundera "O amor que se tem por um cachorro escandaliza" "Tereza acompanha seu rebanho de novilhas, toca-as para a frente, mas há sempre uma a ser repreendida, pois as vacas jovens têm bom humor e se afastam do caminho para passear no campo. Karenin está com ela. Já faz dois anos que a acompanha no pasto. Em geral, se diverte muito sendo severa com as novilhas, latindo e ralhando com elas (seu Deus encarregou-a de reinar sobre as vacas e disso ela se orgulha). Mas hoje está andando com muita dificuldade, saltando sobre três patas; na quarta tem uma ferida que sangra. A cada dois minutos Tereza se curva e lhe acaricia o pêlo. Quinze dias depois da operação torna-se evidente que o câncer não foi debelado e que Karenin irá de mal a pior. No caminho encontram uma vizinha que está indo para o estábulo, calçada com botas de borracha. A vizinha pára: - O que aconteceu com o seu cachorro? Parece que ele está mancando! Tereza responde: - Está com câncer. Está condenado – e sente a garganta apertar, quase não pode falar. A vizinha percebe as lágrimas de Tereza e fica indignada: - Pelo amor de Deus, não vai chorar por causa de um cachorro! – Não disse isso por maldade, é uma boa mulher, foi mais para consolar Tereza. Tereza sabe disso, mora no lugar há tempo suficiente para compreender que se os camponeses gostassem de seus coelhos como ela gosta de Karenin não poderiam matá-los e acabariam morrendo de fome no meio dos bichos. No entanto a observação da vizinha lhe parece hostil. – Sei – responde sem protestar, mas se apressa em dar-lhe as costas e continuar seu caminho. Sente-se sozinha em seu amor pelo cão. Pensa com um sorriso triste que deve escondê-lo mais secretamente do que escondesse uma infidelidade. O amor que se tem por um cachorro escandaliza. " Kundera, Milan. A insustentável leveza do ser, 1984.
Posted on: Fri, 23 Aug 2013 00:47:36 +0000

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