Que o trabalhador brasileiro é altamente desqualificado em - TopicsExpress



          

Que o trabalhador brasileiro é altamente desqualificado em diversas áreas há muito se sabe. O problema, é que para certas funções sociais, não dá. E ter uma polícia indomável é tão fatal quanto ter médicos formados na Universidade FAFIFO da Bolívia. O problema é querer dar a um simples ser humano uma função social que só um super-homem exerceria com sapiência. A respeito do despreparo da PM Brasileira, me lembrei de um famoso diálogo fictício entre Glauco e Sócrates, escrito por Platão há mais de 2000 anos: Sócrates — Portanto, quanto mais importante é a função de guardião do Estado, mais tempo livre exige e também mais arte e aplicação. Glauco — Acredito que sim. Sócrates — E não são necessárias habilidades naturais para exercer esta profissão? Glauco — Claro que sim. Sócrates — Logo, parece que a nossa tarefa consistirá em escolher, se formos capazes, os que são habilitados por natureza a defender a cidade. (...) Sócrates — Muito bem! Pensas que o caráter de um cachorro de boa raça difere, no que concerne à guarda, do de um jovem e valoroso guerreiro? Glauco — Que estás querendo dizer com isso? Sócrates — Que tanto um quanto o outro precisam ter um sentido apurado para descobrir o inimigo, velocidade para persegui-lo e força para combatê-lo, se for preciso, quando o alcançam. (...) Sócrates — E no que concerne ao espírito, deve ser de temperamento irascível? Glauco — Sim, também. Sócrates — Mas então, Glauco, não serão ferozes uns com os outros e com o restante dos cidadãos que tiverem os mesmos temperamentos? Entretanto, é preciso que sejam mansos com os seus e rudes com os inimigos; caso contrário, não esperarão que outros destruam a cidade: eles mesmos a destruirão. Glauco — É o que receio. Sócrates — Que fazer, então? Onde encontraremos um temperamento ao mesmo tempo manso e irascível? Pois um temperamento manso é o oposto de um temperamento irascível. Glauco — É o que parece. (...) Sócrates — Não afirmamos que existem naturezas que julgávamos impossíveis e que reúnem estas qualidades contrárias. Glauco — Onde? Sócrates — Podemos percebê-las em diversos animais, mas principalmente naquele que comparávamos ao guardião. Sem dúvida, tu sabes que os cães de boa raça são, por natureza, tão mansos quanto possível para as pessoas da casa e para os que eles conhecem, mas o contrário para aqueles que não conhecem. Glauco — Claro que eu sei. Sócrates — Logo, a coisa é perfeitamente possível, e não iremos ao arrepio da natureza se procurarmos um guardião com este temperamento. Então, não julgas que ainda falta uma qualidade ao nosso futuro guarda? Além do temperamento irascível, deve ter também uma natureza filosófica. Glauco — Como assim? Não estou entendendo. Sócrates — Perceberás esta qualidade no cão, e ela é digna de admiração num animal. Glauco — Que qualidade? Sócrates — Que faz com que ele ladre para um desconhecido, embora não tenha sofrido nenhum mal, e agrade aquele que conhece, mesmo que não tenha recebido dele nenhum bem. Isto nunca te espantou? Glauco — Como assim? Sócrates — Pelo simples fato que conhece um e não conhece o outro, sabe distinguir um rosto amigo de um rosto inimigo. Ora, quem não desejaria saber distinguir, pelo conhecimento e pela ignorância, um amigo de um estranho? Minha conclusão: A polícia, enquanto "corporação", já não vê o cidadão brasileiro ordinário como um "amigo" há muito tempo. E se for preto, pobre e indigente então, ai vira boneco-teste das mais altas atrocidades que só um cão de rinha treinado exclusivamente para o combate saberia demonstrar. É uma questão da alma, e o espírito de um PM alienado à guerra 24h por dia é semi-indomável, tal qual um Hulk transformado que não mais difere "amigos" de "estranhos".
Posted on: Fri, 14 Jun 2013 17:54:43 +0000

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