Reforma política ou Reforma de mentalidade para a política? Há anos, no Brasil, os nossos representantes políticos vêm discutindo, logicamente com um discurso totalmente desprovido de caráter e de compromisso, os caminhos da reforma política no país. Ocorre que a reforma política da qual eles (os congressistas, os líderes partidários, os “donos do poder” e outros...) falam, naturalmente, não é a mesma reforma política com que sonham os homens e as mulheres de bem...os trabalhadores, as donas de casa, os subempregados, os desempregados, os adolescentes, os jovens, os microempresários, os estudantes, os baixa rendas, enfim, todos os brasileiros que sonham, já quase desiludidos, com um Brasil melhor. Os manipuladores da política brasileira, à luz de interesses corporativos, pessoais e partidários, discutem a essência da reforma política contemplando temas como o sistema de votação, a forma de financiamento de campanha e a metodologia de escolha dos candidatos para as eleições, a reeleição ou não, dentre outros, como se a reforma da Constituição Federal, ou seja, uma reforma legal, fosse resolver as mazelas geradas desde os tempos do Brasil Colônia, com o poder concentrado nas mãos de uma elite de mente maléfica, cujo objetivo é sempre se dar bem em detrimento da pobreza e da desgraça do resto da população. Evidente está que o discurso circulante no “mitiê” partidário, e nesse caso não escapa nenhum partido, porque todos são “farinha do mesmo saco”, como se diz na linguagem popular, é um discurso que tem como objeto colocar uma reforma política no papel, essencialmente no papel, que atenderá tão somente, naturalmente, os interesses dos manipuladores do poder, para que eles continuem se dando bem, como sempre se deram, mas que não vai transformar em nada, para melhor, a vida dos brasileiros, nós outros, como diria o poeta Belchior “essa gente honesta boa e comovida, que tem no fim da tarde a sensação da missão cumprida”, que produzimos o nosso alimento com o nosso próprio suor. A reforma política de que o Brasil precisa, de que nós precisamos, e com a qual alguns de nós sonhamos, é uma reforma de mentalidade e de caráter, ou seja, teríamos que começar a banir das representações políticas, em todas as esferas administrativas, tanto no Poder Executivo quanto no Legislativo, todos aqueles que se utilizam do poder político para angariar benefícios pessoais, familiares, grupais e partidários, como uma praga que deteriora os cofres públicos, a cada dia que passa, e, consequentemente, torna a população brasileira cada vez mais vulnerável e a República um sistema cada vez mais desacreditado, ao menos para aqueles que pagam o preço de tudo isso. Na verdade, teríamos que criar uma nova geração de “políticos” e acabar com essa história de continuísmo de pessoas, de famílias, de grupos e de partidos no poder. Essa seria a verdadeira reforma política. E esta reforma os “donos do poder”, sejam de “direita”, sejam de “esquerda”, sejam de “centro”, pouco importa, porque possuem a mesma mentalidade, os mesmos interesses e a mesma prática, não podem e não têm interesse de fazer, somente o povo pode fazê-la, pois a soberania está com o povo, cujo exercício começa através do voto, e é através do voto que nós, se quisermos, podemos começar a depurar a república e a democracia, criando uma nova mentalidade política que tenha como finalidade a separação do joio do trigo e a transformação política do Brasil. Manoel Messias Pereira
Posted on: Thu, 11 Jul 2013 17:44:57 +0000