Reza de papa defunto Nunca salvará ninguém Chiquinho de dona Benta Fez sua reza diária Com o dono da funerária Que lhe jogou água-benta Mas um coice de jumenta Lhe mandou para o além De onde nunca mais vem Pra deixar de ser bestunto Reza de papa defunto Nunca salvará ninguém. Maria falou com béu Para o seu corpo fechar Mas mesmo com “patuá” Partiu para o beleléu Não sei se foi para o céu Ou se praticava o bem Só sei que poder não tem Eu entendo do assunto Reza de papa defunto Nunca salvará ninguém. Eu nunca vi um agente Que não quisesse enricar Quem dá mole pra o azar Faz ele sorrir contente Coitado do ser vivente Que se vai sem um amém Da cidade de Belém Pra cidade de pé-junto Reza de papa defunto Nunca salvará ninguém. A vida para findar É frágil como um vaso O papa sabe de um caso Logo corre pra pegar Não pensa em consolar Todavia no vintém Finge até ser um alguém Da família do presunto Reza de papa defunto Nunca salvará ninguém. O papa não age só Ele faz a parceria Com maqueiro, com vigia Que lhe avisa sem dó Que fechou o palitó O pobre matusalém Se lembre de me também Na hora de chegar junto Reza de papa defunto Nunca salvará ninguém. Pense num povo que é Pior do que urubu Quando vê um jururu Fica de orelha em pé Pois ele aborda até Na hora que não convém Ainda não se contém E segue pelo conjunto Reza de papa defunto Nunca salvará ninguém. Todo o agente é um diro Só quer a maldade alheia Num papa ser nunca creia Pois quem creu nesse vampiro Deu seu último suspiro Pegou o seu último trem Dá morte se fez refém E do céu está adjunto Reza de papa defunto Nunca salvará ninguém. Todo o papa quer é ver O nego descer a cova Gente boa?! Uma ova! Cuide em se precaver. Cuidado para não ser Pego nesse vai-e-vem, O papa se entretém Vendo da morte o transunto. Reza de papa defunto Nunca salvará ninguém. Quem se achava o maior Deu seu último alento Ligeiro qual pé-de-vento Não podia ser pior Passou dessa pra melhor Entre os mortos se mantém Não mais comerá acém Do seu bem está disjunto Reza de papa defunto Nunca salvará ninguém. Não se engane meu amigo O papa é um abutre Pois quem da morte se nutre Esta pagando castigo Queria mais não consigo Demonstrar não ter desdém Mas ele só pensa em Dinheiro, nunca no unto Reza de papa defunto Nunca salvará ninguém. Quem vivia com o papa Fechou as aspas no inferno Vestiu o seu último terno Logo após um pescotapa Ele foi pára na trapa Lá o diabo lhe retém De joelho no xerém Sem amigo, sem perpunto Reza de papa defunto Nunca salvará ninguém. Ontem bateu a biela Entregou a rapadura E desceu a sepultura Deixando sua viela Sem ter direito a vela Sem saber nem o porém Fortuna vivia sem Por seu bem ficou só sunto Reza de papa defunto Nunca salvará ninguém Tem papa que diz que é Pai de santo de primeira. Do palitó de madeira Salva até quem não tem fé. Mas quando Deus bater o pé, Desce a mão com o rebém. Não fica até mesmo quem Não temia ser consunto Reza de papa defunto Nunca salvará ninguém Há agentes pelos bares Caindo pelas tabelas Um já juntou as canelas Disse os papa-jantares: “Choram os familiares Na Av. Santarém. Sinal de um amigo nem Um, reinou o desassunto Reza de papa defunto Nunca salvará “ninguém.” Têm papas que sabem ensalmos São chegados a xangôres E ao rufar dos tambores, Não são chegados a salmos. E se um baixa sete palmos Após sofrer um terém, Do seu belo palafrém Ele finda desconjunto. Reza de papa defunto Nunca salvará ninguém. Um cabra foi ao papa Que lhe fez uma oração Mas bastou um tropeção Para riscá-lo do mapa No velório foi zurrapa O tira-gosto (abarém) Um cheiro digredelém Uma viúva inconsunto Reza de papa defunto Nunca salvará ninguém De: Nezinho Pereira
Posted on: Fri, 04 Oct 2013 00:11:50 +0000
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