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" Ricardo Pinto TENDÊNCIAS/DEBATES Gás viável e seguro Os impactos da exploração do gás de xisto são controláveis e não servem como desculpa para o Brasil ficar para trás na revolução energética Em 2020, os Estados Unidos devem superar a Rússia e se transformar no maior produtor mundial de gás natural. As projeções da Agência Internacional de Energia indicam que o país poderá passar a ser um exportador do energético. Junto à redução das emissões de gás carbônico, o novo cenário propicia a reindustrialização, atraindo investimentos das áreas química e petroquímica. Por trás dessa verdadeira revolução, está a tecnologia para recuperação do gás natural disponível nos reservatórios de xisto, baseada na perfuração horizontal e no fraturamento das rochas. O Brasil está prestes a ingressar na corrida global pelo gás de xisto com o leilão de concessão de áreas com potencial de gás não convencional previsto para novembro. Nesse contexto, é justificável a preocupação com os riscos do processo de exploração e produção do insumo: alguns ambientalistas afirmam que a técnica de fraturamento hidráulico amplia os riscos de contaminação de águas subterrâneas, entre outros danos. Pesquisas em áreas em que o fraturamento hidráulico vem acontecendo têm demonstrado, no entanto, sua viabilidade ambiental. Isso depende de cuidados específicos, que variam conforme a constituição geológica de cada região, mas não representam, de maneira alguma, um impedimento para a atividade. Uma das principais preocupações diz respeito ao risco de contaminação de aquíferos subterrâneos. Mas pouco se fala de quão pequena é essa chance, pois normalmente a exploração se dá em nível muito inferior ao que estão localizados os aquíferos. Além disso, o poço é protegido pelo invólucro de perfuração, que evita o contato das substâncias com a água ou o solo ao redor. Importante salientar que o fluido de perfuração é composto majoritariamente de água e areia. Os elementos químicos necessários para as explosões no subsolo não passam de 0,5% da composição do mesmo. Vale destacar que boa parte da água necessária ao processo provém do reuso, principalmente de operações industriais. Além disso, a água passa pelos devidos tratamentos após ser retirada dos poços. A experiência também demonstra não haver base para a tese de que a técnica pode causar terremotos. A intensidade das atividades sísmicas causadas pelas fraturas é mais de 100 mil vezes menor do que a de um terremoto minimamente perceptível. Diante dessas constatações, há dúvidas quanto à real intenção de países que optaram por não explorar o gás não convencional. Muito mais do que a preocupação ambiental, por trás do lobby contrário ao gás de xisto podem estar interesses de outros segmentos energéticos --como o nuclear e o do carvão--, receosos de perder a hegemonia conquistada ao longo do século 20. O fato é que todas as fontes de energia têm impactos ambientais que devem ser mensurados e geridos da melhor maneira possível. No caso do gás não convencional, tais impactos são controláveis e não servem como desculpa para o Brasil ficar para trás na importante corrida pelo gás natural como instrumento para retomada da indústria, como demonstram os estudos do Projeto +Gás Brasil. RICARDO PINTO, 37, é coordenador de Energia Térmica da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. [email protected] "
Posted on: Fri, 28 Jun 2013 20:59:58 +0000

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