SOBRE A REDE E O FUTURO DE MARINA O TSE negou registro da REDE SUSTENTABILIDADE, partido que vinha sendo criado em torno da ex-senadora Marina Silva. De início, devo dizer que é dever de um democrata acatar as decisões dos poderes estabelecidos, obedecê-las e respeitá-las. Porém, jamais se furtar de críticas quando se percebe claramente a democracia sendo sabotada. E na noite desta quinta-feira, 3 de Outubro, foi exatamente o que aconteceu. Acompanho há algum tempo o esforço de Marina e seus apoiadores na luta pelo registro da REDE. Quantos jovens, intelectuais, grupos sociais de todas as classes depositaram de forma viva a esperança na construção de uma ferramenta política capaz de renovar os quadros envelhecidos de nossa cultura política. Todos estes queriam ver presentes suas esperanças já em 2014, inconformados que estão com a pobreza política que rodeia ao atual bloco no poder. Prefiro não especular a possível interferência deste bloco nas decisões. Seria uma confissão de descrença nas instituições democráticas, e eu, de fato, não cheguei a este ponto. Prefiro culpar a morosidade da justiça, a burocracia eleitoral e o rigor anormal dos Ministros do TSE pelo resultado. A realidade, agora, é que Marina tem pouco tempo para se decidir quanto a seu futuro. Pode seguir com a REDE, deixar a candidatura presidencial para 2018, ou procurar uma legenda de afinidade mínima para se candidatar. Qualquer dessas decisões lhe trará prejuízo. A primeira por afastar dela seu melhor momento eleitoral, onde tem reais chances de vitória, e a segunda por colocar em cheque, frente a algumas pessoas, suas reais intenções na construção de um projeto coletivo. Desde já defendo que Marina não fique fora do pleito de 2014. Sua ausência praticamente sacramentaria a vitória do PT, talvez já no primeiro turno. Não podemos nos dar o luxo de deixar mais 4 anos de poder nas mãos de um partido que se mostra inescrupuloso, corrupto, autoritário e incompetente. É o futuro do país que está em jogo. Se a lei fria e burocrática ceifou sonhos nesta noite, não pode da mesma forma nos tirar da luta real. Devemos seguir confiantes numa alternativa, e o posicionamento de Marina a favor de uma nova candidatura por outro partido de oposição é o máximo que nos deixaram de escolha imediata. Não pense vcs que foi a REDE quem perdeu. O Brasil perdeu a chance de dialogar com mais uma força política, de fortalecer o pluralismo democrático, de colocar frente a frente novos projetos de país. Se ainda há gente que prefere o poder pelo poder, com sede de vitória acima dos interesses nacionais, devemos lamentar. E penso que é dever de Marina e seus aliados entrar, mesmo que por outras portas, na disputa do ano que vem. O Brasil merece um debate mais rico, e para isso, Marina é indispensável.
Posted on: Fri, 04 Oct 2013 02:22:25 +0000
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