SOBRE O POSICIONAMENTO DA PSICOLOGIA FRENTE AO ATO MÉDICO: - TopicsExpress



          

SOBRE O POSICIONAMENTO DA PSICOLOGIA FRENTE AO ATO MÉDICO: Tenho visto muitos posts e discussões sobre como a psicologia será afetada pelo ato médico. Desde que eu li o documento do ato médico, tenho ficado muito preocupado com o modo como a psicologia vem se posicionando frente ao problema do ato médico. O documento é claro quando afirma que “§ 2º Não são privativos do médico os diagnósticos funcional, cinésio-funcional, psicológico, nutricional e ambiental, e as avaliações comportamental e das capacidades mental, sensorial e perceptocognitiva.” O ATO MÉDICO deixa claro o seu posicionamento de que o diagnóstico psicológico não é privativo ao médico, o que sem dúvidas não fere os princípios da psicologia, já que, como sabemos, a única coisa que é privativa do psicólogo é a aplicação de testes psicológicos e não o diagnóstico psicológico. O problema da psicologia, na minha opinião, eu continuo insistindo, é identitário e não de regulamentação da profissão. Por isso, acredito que temos olhado demais para os médicos e pouco para psicologia. Se olharmos as atribuições estabelecidas pelo CREFITO, o terapeuta ocupacional é responsável pela reabilitação emocional e motora das pessoas. "Reabilitação emocional" não poderia ser interpretado como área da psicologia? Cadê a luta contra o Ato "Terapeuta ocupacional!? É parte do trabalho do psicólogo fazer intervenções psicológicas? O que é isso? Lembremos de uma coisa importante, com todas as discussões sobre o esquecido "Ano da Psicoterapia" (acredito que a única publicação sobre isso foi o livro - muito esclarecedor por sinal - sobre o "campo das psicoterapias" organizado pelo Adriano Holanda) tudo que temos é que a psicoterapia não "pertence" aos psicólogos. Porque se o problema do Ato Médico tem a ver com o diagnóstico em saúde mental, de fato o médico psiquiatra pode trabalhar com isso! Mas até que ponto, ainda (enquanto classe dos psicólogos) concordamos com o CID-10 e o DSM-IV/V para querermos brigar com os médicos por eles poderem fazer diagnósticos nosológicos? As abordagens psicoterápicas (que não são psicologia) tem se posicionado contra esses principíos, e há alguns movimentos da classe dos psicólogos também contra os manuais, mas desconheço se, oficialmente, a psicologia é contra. Porque se for contra os manuais, contra o que estamos nos rebelando contra os médicos? Pelo direito de dizer que alguém tem TDAH? Para que o médico não prescreva e faça psicoterapia (o que independente do ato médico, qualquer um pode ser psicoterapeuta)? Por isso que acho que o veto da Dilma não vai mudar o problema da confusão da psicologia. Queremos mais tempo para discutir a atuação do médico ou para discutir o que de fato faz um psicólogo? Esse é um ponto que a décadas viemos mascarando, e que Antonio Gomes Penna "cantou essa pedra" a muito tempo: a psicologia é uma ciência (?) frágil. Temos muitos movimentos separatistas (por exemplo todas as querelas referente ao fato de se estudar as abordagens psicoterápicas no curso de psicologia), e assim, psicanálise não é psicologia, GT não é psicologia, Análise do comportamento não é psicologia e as cartilhas do conselho sempre apresentam uma leitura "ateórica" de suas propostas (que na verdade de ateórico não tem nada, são todos de fundamentação na psicologia sócio-histórica). Além disso, a psicologia "virou" ciência da saúde nas universidades e isso não foi propriamente discutido! Onde nos encaixamos enquanto área do conhecimento? Estamos dizendo pros médicos que eles não tem direito de entrar na nossa área, mas ainda não sabemos diretamente qual é a a nossa especificidade de intervenção (ou ainda achamos que o "tchan" da psicologia é a aplicação de testes psicológicos?) na nossa área e como funcionam as nossas interfaces com outras áreas (adminisitração, serviço social, enfermagem, medicina, terapia ocupacional, etc.). Por isso que, ao ver os documentos oficiais do conselho que fala sobre o mal que pode ser causado pelo ATO MÉDICO à psicologia, eu não consigo pensar de outra forma, se não que o posicionamento do CFP tem a ver com duas possibilidades: ignorância ou má-fé (por questões políticas).
Posted on: Wed, 10 Jul 2013 12:27:11 +0000

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