Ser bom não é ser Bobo Há momentos que é preciso se impor, e isto, não pressupõe ser mal, orgulhoso ou vaidoso. Há circunstâncias em que as pessoas querem nos influenciar para que façamos suas vontades. Mas ficar sob o jugo do outro é dar a ele o seu poder de escolha, é abrir mão de sua integridade, de sua verdade para agradar. É claro que é saudável ceder, mas apenas quando o seu coração sente que é para ceder. É preciso notar a sutil diferença entre o ceder equilibrado e o ceder desequilibrado, aquele que o anula. Comumente percebemos isso em nosso círculo de amizades ou famílias. É, no entanto, mais fácil visualizar isso nos pais, que muitas vezes querem escolher por nós, em que pese termos suficiente discernimento para fazer escolhas. Ocorre que a maneira que eles optam por nos fazer escolher o que eles querem, é através da chantagem e até mesmo das críticas. Isso denota a imaturidade daqueles que assim agem, sejam eles pais, amigos, colegas de trabalho, cônjuges... Se nós cedermos, abriremos mão da nossa integridade, ou seja, do nosso bem maior, que é fazer o que temos vontade no momento em que temos vontade. Ceder pode significar "se colocar em segundo plano" e entrar na pequenez alheia, na opressão. E se você se coloca em segundo plano, a vida lhe coloca em segundo plano. O fato de serem nossos pais não significa que temos que obedecê-los (a menos que você tenha menos de 18 anos), mas sim, respeitá-los, amá-los. Se há opressão, há amor doente, que é o amor imaturo. Ademais, pode ser que o que lhes obrigam a fazer "em nome do melhor", possa não ser o seu melhor. Sejamos pois, mais maduros, fortes e menos influenciáveis. Ser bom não pressupõe ser bobo e sim forte e não vulnerável. É claro que isso requer muito trabalho. As vezes ultrapassamos a linha tênue entre o papel de ser bom e ser bobo. Há quem faça tudo que os outros querem, ultrapassando seus limites e suas vontades, isso é ser bobo e não bondoso. Mas há quem diga que está sendo bom. A bondade vem de dentro, vem do coração, não usa máscaras para agradar e satisfazer os caprichos alheios, ou para fazer caridade em nome do cristianismo. Fomos criados em uma sociedade que nos ensina a agir de forma autômata (mecânica); aprendemos a pensar igual, agir igual, limitando o acesso aos nossos potenciais, ao conhecimento. Somos ensinados a agir e pensar de formas absurdas em nome de Deus, a acreditar que o que é certo é certo e o que é errado é errado, sem discernir sobre isso. Primeiro, Deus não tem absolutamente nada a ver com as nossas escolhas, nós as fazemos e arcamos com as consequências. Escolher pensar como os demais é se anular, mas é claro, não deixa de ser uma escolha. A verdade está dentro de cada um de nós. Repare que há pessoas denominadas cristãs, espíritas, espiritualistas ou o que quer que sejam, que sob o pretexto da caridade, fazem tudo para ajudar aos outros e esquecem de si mesmas. A vida fica um caos, o barco à deriva sem o administrador, mas o indivíduo persiste esperando que haja recompensa no céu. Ora, o céu ou o inferno está dentro de nós, passamos por eles várias vezes na vida, a morte não irá mudar a situação do nosso espírito. Assim, esquecem-se que para dar é preciso ter e, ajudar não pressupõe se anular, deixar de viver a sua vida para cuidar da vida dos outros. Isso chega a ser vaidade disfarçada de caridade, porque o indivíduo age com base no complexo de herói. Não é para menos que, aquele que quer fazer bonito para os outros, só leva palmada da vida. A natureza não quer que nos obriguemos a nada, quando há obrigação, não há coração. Temos que nos conscientizar que somos livres para escolher e ser quem bem entendemos. Contudo, da boca para fora não surte efeito algum. Só existe verdade no bem e na caridade se as praticarmos com vontade, com os sentimentos mais elevados. Ajudar aos outros é consequência inerente do bem-estar, da plenitude do espírito, e só está pleno quem cuida e observa a si mesmo.
Posted on: Mon, 30 Sep 2013 08:49:58 +0000
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