"Só se pensa por imagens. Se você quer ser filósofo, escreva romances" (Camus, Oeuvres Complètes. Paris: Galimard, 2006) Desde os cadernos íntimos de janeiro de 1936, Camus já exprimia a necessidade de recorrer à imagem para captar os dramas concretos da existência, com a acuidade exigida por seu paradigma realista de filosofia, ancorado dos moralistas franceses do século XVII e dos literatos filósofos dos séculos XVIII e XIX, "Melville, Stendhal, Dostoievsky, Proust, Malraux, Kafka, para só citar alguns." (Camus, O Mito de Sísifo. Rio de Janeiro: Record, 2004). Contra o caráter abstrato das doutrinas, Camus contrasta a dimensão ética e interrogante da imagem: "todos os problemas recuperam sua lâmina. A evidência abstrata se retira diante do lirismo das formas e das cores. Os conflitos espirituais se encarnam e voltam a encontrar seu abrigo miserável e magnífico no coração do homem." (Camus, O Mito de Sísifo. Rio de Janeiro: Record, 2004). (Emanuel R. Germano. Combate ao niilismo e ao totalitarismo em Camus. Revista Criação e Crítica, n. 10)
Posted on: Sat, 21 Sep 2013 15:51:24 +0000
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