Temos dois tipos de academia: a que serve ao país e a que serve a si mesmo, endogâmica. Ela se protege, se estrutura em grupos monolíticos, e forma uma cadeia de transmissão de privilégios - concursos, cargos, docências, diretorias, reitores, agregados, etc. Essa academia está em discussão, e em transformação, no mundo inteiro. Então temos um problema estrutural: num país onde cerca de 40% da população é analfabeta funcional, a massificação do ensino universitário foi um objetivo perseguido (não qualitativo) como forma de compensar, superação, desse atraso secular. E essa massificação se deu pela privatização. Os efeitos são desastrosos. As universidades federais e algumas estaduais estão lutando há dezenas de anos para se manterem como ilhas de excelência. Rodeadas por um sistema privado perverso no modelo, desastroso na qualidade pedagógica e técnica, fabriquetas de sub-profissionais em todas as áreas. E dentro de limites, tentando reciclar esses profissionais, que mesmos talentosos, tiveram uma formação deficiente. Se alguém observar minimamente nossa dificuldade crônica para uma internacionalização definitiva (que não é globalização, ou mundo cdk como eu a chamo) em todas as áreas científicas, culturais, econômicas, se defronta com essa academia endogâmica, fechada, fóbica, anti-universalidade.
Posted on: Fri, 04 Oct 2013 08:04:50 +0000
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