Tenho 30 anos, e como a maioria dos brasileiros nessa idade já sou um tanto amargurado em decorrência da forma como a nossa sociedade funciona e pela rotina que a mesma nos impõe, sou cético, não tenho religião (mas não desacredito em Deus, não sou ateu) e sou na maioria das vezes um tanto frio nas decisões que tomo. Para mim isso não é problema algum e tão pouco eu acho triste, por que de várias formas isso faz com que eu me liberte de certas regras, conformismos, padrões ou falsas morais. Triste mesmo pra mim é saber que apesar de tudo isso, de todo esse meu ceticismo e dificuldade em ver magia no mundo, eu ainda tenha sentimentos mais verdadeiros e que consiga enxergar mais beleza em nosso mundo ou em nosso universo do que 80% das pessoas que creem nesse algo mágico a mais em nossas vidas. Para essa maioria o sentimento parece-me não passar de uma forma de manipular e se aproveitar de outras pessoas, se obter o que se quer, receber ajuda quando se precisa ou de se conformar com certas situações que lhes são impostas, o “eu te amo” virou um mero “bom dia” (e cretino sou eu que depois de 6 meses não diz que ama a namorada, porque pra mim é algo muito sério a ser dito), mulheres com 30, 40 ou 50 anos dispensando caras legais e que poderiam realmente criar um sentimento especial capaz de durar anos ou a vida toda para esperar aquele príncipe encantado, perfeito e fictício que tanto elas liam em revistas Contigo durante sua adolescência, assim como homens imbecis e machistas que ainda procuram mulheres para que possam exibir com troféus diante de toda uma sociedade falsa e hipócrita sem se preocuparem se a mesma tem ou não personalidade ou características que farão com que essa relação não se desgaste com o tempo, porque beleza e juventude vão embora. Então sim, eu prefiro ser um cara amargurado e algumas ou mesmo muitas vezes triste e decepcionado, mas que quando é feliz é feliz de verdade e que tem consciência de que quase tudo que vivemos é uma tremenda falsidade, do que ficar na ilusória felicidade da ignorância de ainda acreditar em contos de fadas. Quero morrer fazendo aquilo que eu acredito e não o que os outros esperam que eu faça.
Posted on: Mon, 19 Aug 2013 17:05:44 +0000
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