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Tenho lido incontáveis comentários sobre as manifestações que tomaram conta das ruas e da mídia, sobre o comportamento dos políticos, sobre a situação econômica e social do Brasil, sobre o discurso da presidente Dilma... Alguma coisa a que poderia chamar de indignação, perplexidade, desconforto, mas que, na verdade não sei como chamar, pulsou em meu peito e deixou minha mente confusa. Há que se separar a vontade de mudar o país e reconstruir a sociedade do impulso em se manifestar contra tudo que é vigente, apenas porque ser revolucionário parece nos imprimir uma personalidade ativa e "inteligente". Há que se separar os "manifestantes" dos "vândalos". Há que se separar os policiais sérios e comprometidos com a sua verdadeira função, daqueles que vêm no uniforme um "passe livre" para o abuso de poder. Mas é possível separar aquilo que se mescla e que se constitui como partículas de uma mesma nação, que é causa e consequência das carências da nossa sociedade? Reclama-se da falta de qualidade do transporte público. Manifesta-se indignação com relação à precariedade da saúde pública. Mostra-se revolta pela insegurança que nos rodeia dentro e fora de nossas casas. Acusa-se a corrupção presente na esfera política. Aponta-se a impunidade. Clama-se por empregos e condições de trabalho. Protesta-se a decadência da Educação... sem levar em consideração que a "educação" se torna efetiva quando o conhecimento se alia à construção de valores, de virtudes e que, portanto, a carência não se configura apenas em escolas e professores devidamente empenhados e comprometidos com o desenvolvimentos de indivíduos, mas também a carência de estruturas familiares (mesmo que desvinculadas do padrão da família tradicional), onde exista a convivência, o diálogo, a assimilação e discussão de valores. Parece-me que, entre tantas questões políticas, econômicas e sociais, a origem de comportamentos nocivos ao desenvolvimento do país como um todo, e de seus cidadãos como parte do todo, com equidade, está na falta de uma cultura agregadora e unificadora, a qual não se constrói através de sanções, repressões ou agressões, mas sim pela prática diária, constante e crescente de valores humanos e sociais, inerentes à cultura de uma nação que tem como objetivo o crescimento de cada um, para que o todo se fortaleça.
Posted on: Tue, 25 Jun 2013 20:40:15 +0000

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